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quarta-feira 03 2023

O paraíso e a lógica do suicídio

 


O paraíso e a lógica do suicídio


Pelo menos no ocidente e no cristianismo, somos ensinados que a humanidade no início vivia em um paraíso, e se formos bonzinhos iremos para o céu (ou para o Nosso Lar).

Quando, na mitologia bíblica, Adão foi expulso do paraíso, recebeu como o pior castigo a obrigação de trabalhar para comer e satisfazer as suas necessidades físicas.

Veja bem, nesta concepção, a vida seria boa e feliz se vivêssemos em um paraíso, uma colônia de férias, onde o homem não teria nenhum aborrecimento e viveria em um lazer e ociosidade eterna.

Então, ensinamos aos nossos filhos que os problemas, dificuldades e desafios são ruins e devem ser evitados, ensinamos que as dificuldades acontecem pela ausência de Deus, e quanto mais riqueza, abundância, conforto, facilidades e ócio houver na vida, isso significa que somos pessoa abençoadas, não ter problemas e desafios na vida e receber tudo de mão beijada é uma benção... Será?

Vamos analisar: Se os pais protegem demasiadamente um filho, lhe dando tudo o que ele quer de mão beijada, resolve todos os seus problemas, não lhes dá obrigações e passa pano para seus erros, evitando que o mesmo assuma a responsabilidade pelos seus atos, o que acontece?

Bom, para o filho esta vida será um paraiso, mas os pais terão com o tempo de lidar com um filho egoísta, fraco, incapaz e revoltado. O filho se tornará revoltado quando descobrir que não pode ter tudo o que quiser.

Pior ainda, acostumado a ter tudo o que quer, quando não tiver, se tornará um delinquente, um drogado ou um criminoso.

Pode acontecer que a pessoa criada no materialismo programada para ganhar dinheiro, que tem necessidade de ser aceita em uma sociedade competitiva e egoísta, confrontada por decepções, dificuldades e desafios comuns da vida, e diante da idéia de que a morte é um descanso e um alívio de todo o sofrimento, opte por tirar a própria vida diante do sofrimento inevitável para todos nós.

A pessoa é ensinada desde pequena a competir para ser a mais bonita, ser a primeira da turma, a vestir as melhores roupas, ter o melhor emprego ou ser o melhor administrador de empresa, enfim, a ser melhor que os outros em tudo,  mas com o tempo descobre que isso é impossível, então em vez de enfrentar os problemas e perceber como e o que é a realidade da vida, entra em depressão e perde a auto-estima.

Não lhe ensinaram que o objetivo da vida não é ter tudo o que quiser, e sim viver e vencer as dificuldades, encarando de frente e sem medo os desafios da vida, não lhe ensinaram que não faz sentido querer ser melhor que os outros, o grande desafio que lhe trará felicidade e autorealização e ser melhor que ele mesmo a cada dia, hoje melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje.

É um desperdício ganhar um corpo físico e levar toda uma encarnação e toda uma existência, como se a vida fosse uma pista de competição ou uma Colônia de Férias.

É claro que todos queremps ser felizes e viver sem problemas, mas este estado só é possivel por esforço e mérito próprio, devemos buscar a reforma íntima e equilíbrio interno, e a benção verdadeira virá.

Não existe descanso na morte, o espírito segue seu caminho e o corpo não descansa, apodresce.

O castigo do suicída é o arrependimento pelo tempo perdido, pela oportunidade rara desperdiçada, e pela destruição voluntária de uma máquina maravilhosa, confiada em suas mãos, que estava sob sua responsabilidade, e que lhe foi confiada com a condição de ser cuidada com carinho por um determinado tempo.

Criem os filhos para serem pessoas dignas e equilibradas, o desafio e objetivo da vida não é superar o próximo e acumular riquezas e troféus, e sim nos tornarmos melhores a cada dia, superando a nós mesmos e acumulando experiências, conhecimento e amores.

Ensine os filhos a valorizar a vida e a oportunidade de ter um corpo físico, e a idéia de provocar a própria morte não os irá seduzir.

Ensine que as dificuldades da vida existem para serem superadas, e esta superação os tornará fortes, confiantes, capazes, experientes e realizados.

André Luiz M Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção 

terça-feira 02 2023

Muita luz é o mesmo que muita sombra, não deixa enchergar


Muita luz é o mesmo que muita sombra, não deixa enchergar

Uma das mais interessantes descrições de Deus que conheço é a descrição do Hinduismo.

No hinduismo Deus não tem limitações, pois se apresenta e manifesta com todas as formas possíveis.

O Hinduismo é monoteista, ao contrário do que pensam a maioria dos ocidentais, eles tem somente um Deus que é Brahma, os milhares de outros deuses hindus, são apenas representações ou/e manifestações de um único Deus.

A idéia das diversas manifestações de um único Deus não é incomum, no Cristianismo, por exemplo, Deus é representado como uma trindade. 

Já no judaismo Deus é representado por 72 nomes, tendo cada um deles um significado. Cada nome pode ser utilizado por nós para obter determinado "milagre" em todas as áreas da vida humana.

No hinduismo temos a representação de Deus no sexo, nos animais, na fertilidade e na destruição (transformação). 

A polarização que produz o equilíbrio está em tudo no universo. Criação e destruição, luz e sombras, positivo e negativo, princípio feminino e masculino, e assim por diante.

Diante da polaridade em tudo, o equilíbrio está no meio, e o desequilíbrio está nos extremos. No entanto, tudo no universo tende ao equilíbrio, não fosse assim o universo seria um caos, e nem estaríamos aqui.

Sendo assim, tanto a pessoa considerada má, como a pessoa considerada muito "boa", estão nos extremos.

Tanto as pessoas "más, como as pessoas "boas", são extremistas, e geralnente tem idéias rígidas e fixas que não admitem ser contrariadas, e costumam julgar e rotular os outros.

Quer dizer que ser muito "bom", é ruim? 

Podemos dizer que sim, pois está no extremo, o melhor é ser uma pessoa equilibrada, agir e viver em equilíbrio, sem conflitos internos e externos, para que possamos manifestar plenamente a nossa natureza.

Uma frase de uma música do Chico César é pertinente a este assunto, um verso da música diz: "Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim."

Nos últimos tempos tivemos a oportunidade de observar do que são capazes as "pessoas religiosas e de bem", que isso nos sirva de lição.

A pessoa equilibrada adquire paz interior, assim é tranquila e feliz, em sendo feliz, vive em harmonia com a humanidade e com o ambiente. 

A pessoa equilibrada faz o bem naturalmente, sem esforço, e sem esperar recompensa ou mesmo gratidão, pois, como seres sociais a natureza do homem é se proteger, cuidar e ser amoroso para com o próximo, a natureza social do homem é a gentileza, empatia e amizade, no entanto, quando em desequilíbrio o homem se torna lobo do homem.

É por isso que quando vibra com a força e a manifestação destrutiva da divindade, o homem se torna um monstro, capaz de toda vilania e crueldade possível. 

Na Idade Média, devido a religiosidade extremada, a humanidade atingiu tal desequilíbrio que este período ficou conhecido por "Idade das Trevas". 

Podemos dizer que Deus é amor? 
Sim, esta é uma de suas manifestações. 

Podemos dizer que Deus é misericordioso? Sim, esta é outra de suas manifestações. 

Podemos dizer que Deus é destrutivo? Sim, no mundo material a destruição é necessária à criação, sem destruição (transformação) a vida no planeta é impossível. 

Deus também pode se manifestar como destruidor (transformador), a Bíblia está repleta de exemplos da manifestação destruidora de Deus. Isso confunde as pessoas ao comparar o Deus do novo e do velho testamento, a diferença é tão grande que aparentemente não tem lógica... Mas tem sim.

Deus é tudo e se manifesta de todas as formas. O Deus da guerra e dos exércitos que aniguila seus inimigos e os inimigos dos que se consideram seu povo, é o mesmo Deus bom e misericordioso do Cristo, ambos são a representação do mesmo Deus se manifestando de formas diferentes.

Cabe então a nós, nos identificarmos com a representação divina que mais se identifica conosco e com a nossa natureza. 

Eu acredito que a humanidade, por natureza, se beneficia ao se identificar com a manifestação divina de amor e compaixão, pois esta manifestação promove o nosso progresso e a nossa felicidade, no entanto, não podemos ignorar que Deus se manifesta de diversas outras formas, e que muitos se identificam com elas, o que pode levar o ser humano a sofrer terriveis consequências ao se identificar, por exemplo, com a manifestação destrutiva divina.

É por isso que o homem mau por si mesmo se destrói. Ele se identifica com a manifestação destrutiva do criador, entra em desequilíbrio, e acaba por aniquilar a si próprio.

O homem mau tem Deus dentro de si mesmo? Claro que tem, Deus está em tudo, só que o homem mau (nocivo) manifesta em si mesmo a representação destrutiva da divindade, neste caso no entanto, ele vai contra a sua natureza humana, por isso entra em desequilíbrio, e provoca a sua própria ruina.

É a mais pura verdade, quando os mentores espirituais nos dizem que o mal é a ignorância nos homens, o homem sábio e equilibrado, sempre vai se identificar com a manifestação amorosa,  gentil e criadora de Deus.

Equilibrio, a chave mestra para a felicidade, o progresso e a evolução em todo o universo.

André Luiz M Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção.

domingo 30 2023

Sem crer a vida do ser humano é impossível

 

O que é a realidade?

Sem crer a vida do ser humano é impossível

A realidade é o mundo como ele é, independente do que pensamos, cremos ou sentimos. 

Sem a crença no que não temos comprovação, a vida é impossível para o ser humano. 

Você crê que sua mulher é filel, que você é pai do seu filho, que o garçom não cuspiu na sua comida, que viverá mais uma hora e que acordará amanhã de manhã. 

Imagine o inferno que seria a nossa vida tendo que provar algo a todo instante?

A NOSSSA realidade é o que acreditamos independente de provas, até o ateu é um crente, pois acredita sem dúvida alguma que Deus não existe, sem ter como provar.

André Luiz M. Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção.

quinta-feira 27 2023

O homem é importante, por ser filho de Deus?

 

O homem é importante, por ser filho de Deus?

Toda a nossa educação e quase todas as religiões, enaltecem a nossa suposta importância em relação às outras criaturas, e mesmo em relação aos nossos semelhantes.

Somos criados para sermos os mais belos, mais inteligentes e mais ricos que os outros. Mas isso é impossível e quando percebemos que alguém é melhor que nós em alguma coisa, nos julgamos fracassados e ficamos infelizes.

Isso quer dizer que só podemos ser felizes sendo superiores aos outros e a todas as criaturas? Isso é uma loucura!

Somos tão vaidosos e arrogantes, que os maiores insultos são os que nos comparam com os outros animais, que julgamos serem inferiores a nós. É o cúmulo da soberba!

Na maioria das religiões dizem que somos filhos dos deuses, no cristianismo além de sermos filhos de Deus, nós ainda fomos criados à sua imagem e semelhança. Ora, e porque Deus, se tivesse forma, não poderia ter a forma de uma formiga?

Ah, porque Deus não poderia ter a forma de um inseto... 

Então nos julgamos mais importantes que os insetos, assim Deus teria que ter a nossa forma? 

Sim, porque criamos a imagem de Deus a nossa semelhança. Os Hindus são mais humildes que os cristãos, já que seus deuses tem a forma humana mas também tem a forma de animais.

Tá, mas supondo que Deus tem a forma humana, qual aparência ele teria? Branco, preto, amarelo, baixinho, alto, novo, velho, europeu, asiático, africano, homem ou mulher?

Mas o que o faz pensar que os humanos são mais importantes que os insetos? Você sabia que se os insetos desaparececem da terra, a vida que conhecemos, inclusive a humanidade em pouco tempo seria extinta?

- Mas sem dúvida somos mais importantes que as minhocas... 
Você sabia que se todas as ninhocas desaparecessem da terra, nós também morreríamos em poucos anos?

- Somos então mais importantes que as bactérias... 
E mesmo? Pois saiba que se apenas as bactérias do seu intestino desaparececem e não fossem substituidas, você morreria por inanição. 

Que ser superior é esse que depende de uma bactéria para sobreviver?

Mas e se a humanidade desaparecesse? O que aconteceria com a terra? 

Bom, se a humanidade desaparecesse, de cara o ar começaria a ficar mais limpo, a poluição começaria a diminuir imediatamente, as florestas e os animais tomariam os campos e as cidades, o ecossistema voltaria ao equilíbrio e a terra seria um paraíso para todas as outras criaturas. Ou seja, não fazemos falta na terra, que dirá no Universo.

Entenda que não somos filhos de Deus, criatura não é filho, filho é outra coisa.

Nós e todas as criaturas somos PARTE de Deus, e nenhuma de suas partes é melhor ou mais importante que a outra, o ser humano é uma parte de Deus, assim como as formigas e os micróbios também o são.

Aceitar que a humanidade não é mais importantes que as outras criaturas, nos faz mais humildes.

Em sendo humildes, ficamos felizes em saber que todos somos irmãos e estamos interligados e no mesmo barco, e isso em vez de nos humilhar nos dá a sensação de pertencimento para com todo o Universo, e isso é maravilhoso.

Somos irmãos dos insetos e micróbios, mas também somos irmãos das estrelas do Universo e parte de Deus. Se não somos superiores, também não somos inferiores.

Então pare de querer ser melhor e mais importante que os outros, esse desejo que não faz sentido lhe fará infeliz, pois, com este seu critério, sempre haverá seres inferiores, mas também sempre haverá seres superiores a você.

Não perca seu tempo buscando uma superioridade que não existe, pois esta busca o tornará infeliz e lhe trará muitas decepções e amarguras, pois você só se sentirá feliz, sabendo que existem seres infelizes e inferiores a você. Como alguém para ser feliz necessita da infelicidade dos outros?

Isso é uma loucura, mas é isso que as pessoas nos ensinam desde crianças em casa, na escola, no trabalho e nas igrejas.

Desde a infância nos ensinam, a sermos melhores que os outros, e que só assim seremos felizes na terra e no céu. Nos aprisionam pelo orgulho, pela soberba, pela ambição, vaidade e pelo desejo de poder sobre os outros.

Quem consegue resistir a este condicionamento mental de eterna competição, vive em paz e equilíbrio com o mundo e consigo mesmo.

Vivendo em competição você passará a vida alternando momentos em que se sentirá orgulhoso e eufórico, ou se sentirá humilhado e infeliz, e quem pode ser feliz alternando entre os extremos? A felicidade está no equilíbrio.

Somente com equilíbrio e consequente paz de espírito, conseguiremos alcansar a tão sonhada felicidade.

André Luiz M. e Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção

quarta-feira 26 2023

Por que as pessoas boas sofrem?

Por que as pessoas boas sofrem?

Para começar todos, sem distinção, sofremos neste mundo devido a própria condição e necessidades humana, e pelas naturais dificuldades da vida. 

Este é o prêço que pagamos por termos consciência de nós mesmos, da impermanência de tudo, e pelo nosso apego a coisas, lugares e pessoas.

Não pense que as pessoas sofrem apenas por serem boas. Isso é vitimismo, ilusão e orgulho. Temos que considerar ainda, muitos se julgam bons e não são, apenas parecem e se julgam serem bons.

Não se paga um preço alto por ter um bom coração, muito pelo contrário, as pessoas boas tem a consciência em paz e isso já lhes garante uma relativa felicidade, nós pagamos sim um preço alto mesmo sendo bons, mas pelo erro de sermos ingênuos, e acreditarmos que a vida e as pessoas são obrigadas a corresponder às nossas expectativas sobre elas.

A vida é o que é, e as pessoas são o que são, não importa o que projetamos sobre elas. 

Entenda isso e será mais feliz.

André Luiz Martins e Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção