terça-feira 26 2013
A obediência cega
A dor do outro e a nossa obediência
Há 50 anos, o psicólogo social Stanley Milgram mostrava o quanto estamos dispostos a cometer ações atrozes sob o mando de uma autoridade
Alessandro Greco - colunista do iG
Imagem mostra como foi conduzido o experimento Milgram: autoridade é mais forte que convicções morais
Há 50 anos, o psicólogo social americano Stanley Milgram publicou um artigo que chocou o mundo. Intitulado “ Behavioral Study of Obedience ”, o texto descrevia como 40 homens haviam participado de uma pesquisa e aplicado choques quase mortais em completos desconhecidos apenas porque um “cientista” – que eles também não conheciam – dava ordens para que fossem sempre em frente.
O que aparentava ser uma sessão de tortura era, em verdade, um experimento científico com o objetivo de entender até que ponto uma pessoa comum, sem traços violentos, seria capaz de cometer atrocidades sob mando de uma autoridade (o “cientista”).
Os choques eram de mentira e os que recebiam o choque estavam, juntamente com os “cientistas”, a serviço do experimento. Apenas os que aplicavam os choques não sabiam o que se passava. Os resultados foram absolutamente surpreendentes. Dos 40 participantes, 26 (65%) aplicaram a carga máxima em seus choques (450 volts), apesar de suas "vítimas" terem implorado para que parassem. O experimento foi replicado diversas vezes e o número se manteve por volta de 65%, inclusive em testes em outros países
Antes de fazer o experimento Milgram fez uma pesquisa com alunos de Psicologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde era professor assistente. Nela, perguntou a 14 deles qual o choque máximo que seria dado em um experimento com 100 pessoas. A média das respostas foi que apenas 1,2% chegariam a 450 volts – ou seja, 1 em cada 100. Milgram fez ainda o mesmo com psiquiatras de uma escola de medicina. O resultado: apenas 3,73% daria um choque acima de 300 volts e um número ínfimo, cerca de 0,1%, chegaria ao valor máximo de 450 volts.
A hipótese de Milgram era de que uma pessoa submetida à pressão da autoridade tem a tendência de simplesmente obedecer. “As pessoas aprendem desde crianças que é uma falha moral grave machucar alguém contra a vontade. Mesmo assim, 26 delas abandonaram este princípio ao seguir as instruções de uma autoridade que não tinha nenhum poder especial para fazer com que suas ordens fossem seguidas.
Desobedecê-la não traria nenhum dano material para estas pessoas, não haveria nenhuma punição. Ficou claro pelos comentários e comportamento de muitas dessas pessoas [que deram os choques] que ao punir as vítimas elas estavam agindo contra seus valores. Elas expressaram frequentemente uma desaprovação profunda em dar choques em um homem apesar das suas reclamações e outras delataram a estupidez e a falta de sentido neste ato. Mesmo assim a maioria seguiu as ordens”, afirmou Milgram no artigo.
A complexidade dos resultados obtidos por Milgram pode ser vista muito na vida diária e, em especial, em situações limite como a que viveu o mundo durante a Segunda Guerra Mundial. Nela, as atrocidades cometidas em nome da obediência a um líder durante o período nazista resultaram em alguns dos maiores crimes contra a humanidade.
Mas a questão não é a obediência em si, mas o que se faz com ela (ou em nome de que ela é utilizada). “...não se deve pensar que todos os atos de obediência contenha atos de agressividade contra outros. A obediência serve a inúmeras funções produtivas. Na verdade, a vida em sociedade é baseada en sua existência. A obediência pode enobrecer e ser educativa e estar ligada a atos de caridade e bondade assim como de destruição”, afirma Milgram no artigo.
Talvez o maior valor do experimento de Milgram esteja no fato de ele ter feito emergir um debate fundamental sobre a condição humana: o quanto nossos valores pessoais realmente guiam nossas atitudes no mundo real quando estamos sob o mando de uma “autoridade”. Afinal, na vida, na maior parte do tempo há uma “autoridade” acima de nós – seja no campo pessoal, profissional ou espiritual. Cabe a cada um de nós perguntar: o que eu faço com isso?
*Alessandro Barros Greco é jornalista e engenheiro mecânico pela POLI-USP. Escreve sobre ciência desde 1998. Acredita que falar sobre ela ajuda as pessoas a viver melhor. Foi o terceiro brasileiro a receber a bolsa Knight Science Journalism Fellowship do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
segunda-feira 25 2013
Querem transformar o Brasil em uma teocracia
Um exemplo das consequências da intolerância religiosa e da religião na política. |
Em primeiro lugar vamos comentar o que é um país laico, o Brasil é (e espero que continue a ser) um país laico, em que todos possam ser livres para escolher a sua religião.
ESTADO LAICO
Um Estado secular ou estado laico é um conceito do secularismo onde o Estado é oficialmente neutro em relação às questões religiosas, não apoiando nem se opondo a nenhuma religião. Um estado secular trata todos seus cidadãos igualmente, independente de sua escolha religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião. Estado teocrático ou teocracia é o contrário de um estado secular, ou seja, é um estado onde há uma única religião oficial (como é o caso do Vaticano e do Irã).
O Estado secular deve garantir e proteger a liberdade religiosa e filosófica de cada cidadão, evitando que alguma religião exerça controle ou interfira em questões políticas. Difere-se do estado ateu - como era a extinta URSS - porque no último o estado se opõe a qualquer prática de natureza religiosa. Entretanto, apesar de não ser um Estado ateu, o Estado Laico deve respeitar também o direito à descrença.
TEOCRACIA
Já no estado teocrático uma religião Teocracia (do grego Teo: Deus + kratos: governo) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de alguma religião. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião: os governantes, juízes e demais autoridades podem ser os próprios líderes religiosos (tal como foi Justiniano I) ou podem ser cidadãos leigos submetidos ao controle dos clérigos (como ocorre atualmente no Irã, onde os chefes de governo, estado e poder judiciário estão submetidos ao aiatolá e ao conselho dos clérigos). Sua forma corrupta é também denominada clerocracia.
Exemplos atuais de regimes desse tipo são o Vaticano, regido pela Igreja Católica e tendo como chefe de Estado um sacerdote (o Papa), e o Irã, que é controlado pelos aiatolás, líderes religiosos islâmicos, desde a Revolução Islâmica, em 1979 e Israel que é oficialmente um Estado judeu.
Ora, qualquer um que professe uma religião tem o direito de agir de acordo com as suas crenças, e os líderes religiosos tem o direito, e diríamos até mesmo o dever de orientar e estabelecer normas de conduta para os praticantes da sua fé. Desde que os membros da igreja professem a sua fé de livre e espontânea vontade.
O que é inaceitável e inadmissível é que uma determinada religião queira impor a ferro e a fogo as suas crenças, os seus costumes e a sua forma de agir aos praticantes de outras religiões e até mesmo aos que não professam religião alguma. O Brasil é um país em que a liberdade religiosa tem sido respeitada há séculos, não podemos aceitar imposição religiosa de quem quer que seja.
Existem algumas correntes evangélicas no Congresso Nacional e fora dele que estão tentando controlar a imprensa, a política e até mesmo o judiciário com o objetivo de impor a sua religião e as suas crenças a todos os brasileiros, estão tentando até mesmo controlar e modificar decisões do Supremo Tribunal Federal com as quais não concordam, Clique aqui e veja a notícia. Não podemos entregar o Brasil nas mãos de fanáticos religiosos, cegos pela ambição e sedentos de poder.
Se permitirmos, no futuro podemos perder o direito de escolhermos livremente a nossa religião, e não é só isso, podemos perder o direito à liberdade de escolhermos como viver a nossa própria vida, de como nos comportar e nos vestir, do que beber e comer, e até mesmo o direito de formar a nossa família e educar os nossos filhos de acordo com a nossa fé e os nossos costumes.
A história da humanidade prova que todas as vezes que a religião controlou o Estado e a política o resultado nunca foi bom, os religiosos geralmente se consideram os donos da razão e da verdade, e isso na concepção deles, lhes dá o direito de mandar na vida alheia e de impor as suas crenças aos outros por bem ou "na marra". A História e os fatos nos mostram isso através de "exemplos" como a inquisição da Igreja Católica, os tribunais Islâmicos e a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) travada entre Católicos e Protestantes.
Não sei quanto ao resto da população brasileira, mas eu quero continuar a ter a liberdade de escolher a minha própria religião, de escolher o meu modo de vida, a liberdade de poder educar os meus filhos de acordo com as minhas crenças e o meu modo de ser, e a liberdade de pensar e de me expressar sem me preocupar com o que algum fanático religioso possa pensar e como vai agir contra mim a minha família só porque não pensamos igual a ele.
O povo brasileiro é um povo trabalhador e ordeiro, por isso pacífico. No entanto com certeza absoluta a maioria do nosso povo não aceitará ser escravizado e sujeito a nenhuma religião ou seita. No decorrer da história a grande maioria das guerras no mundo teve como causa a intolerância e as diferenças religiosas, são inúmeros no mundo os países divididos pela religião, em que irmão mata irmão em nome de Deus.
Que Deus nos proteja e defenda o nosso país da intolerância, da ditadura e da guerra religiosa.
Lembrem brasileiros: O preço da liberdade é a eterna vigilância.
Dançarina impressiona ao fazer pole dance em programa de talentos na Ucrânia
Um dançarina muito desinibida decidiu realizar uma performance de pole dance durante a versão ucraniana do programa "America's Got Talent".
Nas imagens, a loira mostrou habilidade com a técnica provocante e agradou os jurados da atração.
As imagens se tornaram sensação na web e já tiveram milhares de acessos. Assista!
sábado 23 2013
TUCURUÍ: MP pede e justiça determina suspensão de mandato de conselheiro tutelar por estupro
Tucuruí - Praça do Rotary. |
A juíza de direito titular da 1ª vara da comarca de Tucuruí, Rosa Maria Moreira da Fonseca deferiu ontem, dia 21, o pedido do Ministério Público do Pará de suspensão do mandato do conselheiro tutelar, Wanderley Lopes Dourado.
A ação civil pública assinada pela promotora de justiça, Francisca Suênia Fernandes de Sá resultou de um procedimento de investigação preliminar que teve como objetivo apurar as informações prestadas por funcionárias do Conselho Tutelar de Tucuruí sobre o abuso sexual praticado pelo conselheiro tutelar, Wanderley Dourado contra uma adolescente em seu gabinete. Segundo investigações a adolescente que tinha fugido de casa com o namorado, foi ao conselheiro tutelar, acompanhada de sua mãe para informar que retornaria ao convívio familiar, ocasião que em Wanderley Dourado pediu para ficar sozinho com a adolescente e abusou sexualmente da adolescente, alegando que estaria fazendo um exame ginecológico.
A adolescente saiu do gabinete chorando e perguntou “se era certo um conselheiro fazer exame dentro da sala dele”, em audiência na promotoria do município a adolescente e vítima de estupro confirmou as informações prestadas pelas funcionárias do Conselho Tutelar e relatando o ato com detalhes.
O Ministério Público pediu e a justiça determinou ontem o afastamento do cargo de conselheiro tutelar de Wanderley Dourado, suspensão de remuneração e nomeação de outra pessoa para o cargo, comunicando à Secretaria de Política e Assistência Social e ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O MP também solicitou que a polícia seja oficiada para investigar o caso com informações já obtidas e repasse as informações que porventura sejam colhidas pela polícia.
Texto: Jessica Barra (Graduanda em jornalismo)
Revisão: Edyr Falcão
Fonte: Site do Ministério Público Estadual.
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