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sexta-feira 04 2022

A verdade de cada um...

 

A verdade de cada um...

Todas, ou quase todas religiões no mundo pregam a sua verdade, mais que isso, cada religião acredita que a sua é a verdade absoluta e que fora desta verdade, só existe castigo e sofrimento eterno, não basta o sofrimento de uma vida neste mundo.

As religiões pregam a sua verdade, e quando não conseguem converter alguém às suas crenças, tentam convencer com promessas de um céu na outra vida, assim como saúde, amor, vitória sobre inimigos reais e imaginários, sucesso e bens materiais aqui mesmo na terra.

Não convertendo o descrente por convencimento, partem para ameaças de castigos eternos na vida após a morte, se isso também não funciona partem para agressões verbais, tortura psicológica e mesmo agressão física e até assassinato, ODEIAM quem não crê em sua forma de adorar o Deus de AMOR...

É óbvio que o ser humano imperfeito e limitado não tem a mínima condição de conhecer a verdade absoluta, para conhecer a verdade absoluta o ser humano teria que ter o conhecimento absoluto, atributo este impossível para nós.

Sendo imperfeitos e limitados temos apenas fragmentos distorcidos da verdade, então cada religião interpreta a realidade de acordo com o seu modo de pensar, sua cultura e suas conveniências de poder e riqueza. Existem é claro os fanáticos e os que se deixam manipular.

No entanto, em todas as religiões, existem também aqueles que raciocinam, tem bom senso, tem empatia e amor pelo próximo, pessoas boas, honestas e que respeitam as diferenças.

Pessoas que tendo uma determinada crença e costumes reconhecem que ninguém é dono da verdade, pois a verdade existe por si mesma e é eterna.

É fato que no mundo espiritual ningué pergunta qual é a sua religião, aliás, ninguém vai lhe perguntar nada, pois quem você é estará evidente em sua alma e seus pensamentos. Virtudes e defeitos não serão mais segredo para ninguém, e é essa verdade estampada que lhe trará alegria ou vergonha.

Você não poderá mais esconder de ninguém quem você é de verdade, essa é a recompensa e o castigo, ser obrigado a conviver com quem é igual a você. 

Trazemos em nós mesmos o céu e o inferno, somos nosso próprio acusador, juiz e carrasco, o julgamento se dá em nosso íntimo.

Todas as religiões tem uma parte da verdade, parte esta deturpada pelas nossas crenças, superstições, limitações. 

A solução então é ter humildade para aceitar as diferenças e respeitar aqueles que pensam diferente.

As verdades das religiões podem ser várias verdades, partes de uma só verdade, no entanto lembremos que a humanidade é uma só.

Um conto do budismo Chinês.

Os Cegos e o Elefante

Uma bela metáfora que permite refletir sobre o que é a verdade.  

Há muitos anos vivia na Índia um rei sábio e muito culto. Já havia lido todos os livros de seu reino. Seus conhecimentos eram numerosos como os grãos de areia do Rio Ganges. 

Muitos súditos e ministros, para agradar o rei, também se aplicaram aos estudos e às leituras dos velhos livros. Mas viviam disputando entre si quem era o mais conhecedor, inteligente e sábio. 

Cada um se arvorava em ser o dono da verdade e menosprezava os demais. O rei se entristecia com essa rivalidade intelectual. Resolveu, então, dar-lhes uma lição. Chamou-os todos para que presenciassem uma cena no palácio. 

Bem no centro da grande sala do trono estavam alguns belos elefantes. O rei ordenou que os soldados deixassem entrar um grupo de cegos de nascença. 

Obedecendo às ordens reais, os soldados conduziram os cegos para os elefantes e, guiando-lhes as mãos, mostraram-lhes os animais.

Um dos cegos agarrou a perna de um elefante; 

o outro segurou a cauda; 

outro tocou a barriga; 

outro, as costas; 

outro apalpou as orelhas; 

outro, a presa; 

outro, a tromba. 

O rei pediu que cada um examinasse bem, com as mãos, a parte que lhe cabia. Em seguida, mandou-os vir à sua presença e perguntou-lhes: 

– Com que se parece um elefante? 

Começou uma discussão acalorada entre os cegos. 

Aquele que agarrou a perna respondeu: 

– O elefante é como uma coluna roliça e pesada. 

– Errado! – interferiu o cego que segurou a cauda. – O elefante é tal qual uma vassoura de cabo maleável. 

– Absurdo! – gritou aquele que tocou a barriga. – É uma parede curva e tem a pele semelhante a um tambor. 

– Vocês não perceberam nada – desdenhou o cego que tocou as costas. – O elefante parece-se com uma mesa abaulada e muito alta. 

– Nada disso! – resmungou o que tinha apalpado as orelhas. – É como uma bandeira arredondada e muito grossa que não para de tremular. 

– Pois eu não concordo com nenhum de vocês – falou alto o cego que examinara a presa. – Ele é comprido, grosso e pontiagudo, forte e rígido como os chifres. 

– Lamento dizer que todos vocês estão errados – disse com prepotência o que tinha segurado a tromba. – O elefante é como a serpente, mas flutua no ar. 

O rei se divertiu com as respostas e, virando-se para seus súditos e ministros, disse-lhes: 

– Viram? Cada um deles disse a sua verdade. E nenhuma delas responde corretamente a minha pergunta. Mas se juntarmos todas as respostas poderemos conhecer a grande verdade. 

Assim são vocês: cada um tem a sua parcela de verdade. Se souberem ouvir e compreender o outro e se observarem o mundo de diferentes ângulos, chegarão ao conhecimento e à sabedoria. 

(Conto do budismo chinês. Extraído de DOMINGUES, Joelza Ester. 
História em Documento. Imagem e texto. São Paulo: FTD, 2012.)

André Luiz Percepção
Blog Folha de Tucuruí Percepção

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