Qual religião é a melhor? Precisamos mesmo de religião?
Todos os adeptos de alguma religião dizem que a sua crença é a melhor e a verdadeira. Até mesmo os ateus, dizem que a sua crença no acaso é a correta, e que não existe nada além do mundo material.
Mas não é bem assim, as religiões e mesmo o ateísmo são uma forma do homem explicar o que é inexplicável.
É da natureza humana encontrar explicação para tudo, já que explicando tudo ele se sente seguro, pois uma outra característica humana é o medo do desconhecido.
O homem tenta explicar o mundo e o universo, e quando não consegue ele cria explicações mais ou menos elaboradas (teorias), ou simplesmente "chuta".
Tendo a intuição da existência de Deus mas não tendo como o explicar, ele cria Deus à sua semelhança, com suas emoções e forma de pensar, ou seja, um Deus humano com pensamentos e emoções humanas, o que é paradoxal já que um ser não pode ser Deus e humano ao mesmo tempo, ou é um ou é outro.
Assim, cada religioso de cada religião entende e percebe Deus de forma racional de acordo com suas crenças, afinidades e percepção.
Mesmo os adeptos da mesma religião, formam vertentes que acreditam em Deus da sua maneira e cada adepto por sua vez, crê em Deus da sua forma particular e pessoal.
Do ponto de vista espiritual não importa qual religião a pessoa professa, ou se não tem religião, ou mesmo se não acredita em Deus, o que importa é o que esta pessoa é em seu íntimo.
Podemos ser uma pessoa boa e evoluída em qualquer religião, ou mesmo sem religião alguma, pois cultos exteriores e crenças religiosas não significam nada no mundo espiritual.
Você pode ser espiritualista em uma encarnação e nascer em uma família ou em uma cultura hinduísta, budista ou cristã, sem que você perca a sua identidade espiritual e os avanços evolucionais que conquistou. Aliás é possível ser adepto ou simpatizante de qualquer religião e espiritualista ao mesmo tempo, desde que tenha a mente aberta.
Em qual quer religião ou cultura sua evolução, caráter, virtudes, moral, ética, compaixão e conhecimento irão aflorar de forma espontânea em qualquer ambiente.
Da mesma forma, seus vícios, tendência negativas e defeitos também vão aflorar em qualquer ambiente, e compete a você trabalhar para vencer as más tendências que o acompanham de encarnações passadas.
Conheço pessoas adeptas de religiões radicais que são ótimas pessoas, e pessoas espiritualistas que são radicais, maledicentes, preconceituosas, hipócritas, soberbas, orgulhosas e cruéis.
Existe realmente o princípio da afinidade, em que as pessoas nascem em grupos de pessoas que tem as mesmas crenças, no entanto, pode acontecer da pessoa nascer em um grupo de pessoas muito diferentes de si mesmas, inclusive em uma condição evolutiva bem inferior ou superior à sua, nestes casos, o espírito pode ter nascido em um grupo diferente para ajudar o grupo, ou para ser auxiliado por este em sua evolução.
Pode ainda ser para aprender uma lição, se for um homem que desprezou as mulheres, pode nascer mulher em uma família dirigida por mulheres.
Se teve preconceito de raça, pode nascer membro da raça que desprezou, se rico orgulhoso e culto, pode nascer na miséria e não ter oportunidade de estudar.
Vemos isso muitas vezes em espíritos que foram homens em encarnação anterior e se vêem como homens nesta encarnação, mas nasceram no corpo físico de uma mulher e vice-versa.
Pessoas nascidas em famílias muito pobres, mas com mentalidade e postura de rico, crianças completamente diferentes dos pais, inclusive se rebelando contra a religião e posturas da família.
Pessoas boas nascidas em famílias de criminosos, e delinquentes natos nascendo em famílias honradas e estruturadas.
Da mesma forma, um católico ontem pode ser um evangélico hoje, um evangélico hoje pode ser um espírita ou umbandista amanhã, depende da experiência e da lição que necessita aprender, ou da ajuda que deve levar ou receber do seu grupo familiar e de amigos.
Com certeza, ninguém vai lhe perguntar qual a sua religião na espiritualidade, no mundo espiritual, os espíritos se reúnem e convivem por afinidade, no caso de espíritos ainda imperfeitos, estes podem se reunir por diversas afinidades, se a religião exerce ainda sobre ele um grande apego, é possível que convivam no mundo espiritual com outros espíritos que no mundo físico professaram a mesma religião.
No entanto, para outros espíritos, que não tem apego religioso, estes se unem por outras afinidades.
Já para os espíritos um pouco mais evoluídos, estas diferenças não tem nenhuma importância, eles tem afinidades pelas qualidades dos espíritos, e neste caso, a religião do outro simplesmente não importa de forma alguma. Inclusive, nas colônias, as pessoas são livres para terem a religião que quiserem, eles podem frequentar igrejas, mesquitas ou templos de qualquer religião, desde que a religião não seja motivo de atritos ou animosidades, até porque, se o espírito carrega sentimentos negativos contra os outros em qualquer circunstãncia, sua vibração se torna incompatível com a psicosfera da Colônia, e automaticamente o espírito é atraído para zonas inferiores.
Neste caso, os mentores não podem fazer muita coisa, pois a atração por afinidade é irresistível no mundo espiritual. Esta atração é que determina para onde o espírito vai depois da morte. Não existe julgamento ou punição, quem determina se o espírito fica no umbral ou não é a afinidade, a vibração e o estado mental do espírito que desencarna.
Se for para o umbral, seu resgate depende do espírito com o tempo, perder a afinidade com o umbral elevando seu pensamento e a sua vibração.
O espírito somente será auxiliado no umbral, quando tiver a condição mínima para ser abrigado em um posto de socorro, e depois para uma Colônia cuja vibração é superior, onde vai estudar, trabalhar e se preparar para voltar ao mundo físico continuando sua jornada evolutiva.
Como podemos ver, a religião pode ajudar em nossa jornada, se com ela adquirirmos a paz e o incentivo para a prática do bem, mas também, pode ser um problema e motivo de queda, caso nos leve ao fanatismo e ao erro, e se nos deixarmos levar à radicalização, disputas e a contendas, em que prejudicamos e alimentamos emoções e pensamentos negativos, em relação ao nosso irmão que professa outro credo. O problema não é a religião, mas o mau uso que façamos dela.
No fim, não importa a religião que abraçamos, pois a religião é uma questão de afinidade em que nos sentimos bem nesta fé.
A melhor religião é aguela que nos torna melhores do que somos, pois o que verdadeiramente importa são nossos atos, nossas atitudes, assim como o nosso comportamento em relação ao próximo e para com o mundo.
Namastê.