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domingo 28 2023

Umbral o pseudo inferno espírita


Umbral o pseudo inferno espírita

Eu estive vendo um vídeio espírita sobre o umbral, confesso que não consegui assistir até o fim, tamanho o absurdo.

O autor do vídeo copiou o Inferno de Dante da Divina Comédia, com alguns toques tirados de romances espíritas, e apenas trocou o termo "Círculos Infernais" por Vales do Umbral.

No vídeo tem o Vale da Avareza, Vale da Luxúria e por aí vai, uma cópia mal feita da Divina Comédia de Dante Alighieri, o umbral descrito também tem algumas semelhanças com o Purgatório Católico, já que no purgatório, o sofrimento das almas, assim como nos vales do umbral, também não é eterno.

O Umbral, tão temido quanto o inferno, na verdade não é inferno e muito menos o purgatório católico, não chega nem perto. Nada a ver.

O inferno seria um lugar de sofrimento eterno, e o purgatório seria um local onde as almas ficam por um tempo, e são purificadas das manchas do pecado, e assim poderem adentrar o céu e permanecer na presença de Deus.

O Umbral não é nada disso, o Umbral como o nome diz, é um local de adaptação e transição entre a vida física e a vida espiritual, Umbral como o próprio nome diz é um portal, nada mais e nada menos que isso. 
Um local onde o espírito se livra dos seus apegos pelo mundo material e se livra também das energias mais densas, e com o tempo eleva a sua vibração, não só aceitando, mas pedindo ajuda superior. Na verdade, o umbral é como uma imensa clínica de reabilitação para a vida na espiritualidade em zonas de vibração mais elevada. É como um mergulhador, quanto mais profundo o mergulho, maior é o tempo de descompressão para a volta à superfície.

A maioria das pessoas estão muito apegadas ao mundo material, ao corpo físico, a seus entes queridos, emprego, casa, família, posses, vícios, etc. Estão também presas ao remorço pelos erros cometidos nesta vida, e por idéias de pecado e punições.

Tudo isso perturba a mente dos recém desencarnados, que não aceitam a nova condição e recusam auxílio, ao se ver ainda no mundo, com um corpo semelhante ao corpo físico, tendo a IMPRESSÃO de fome, sede, frio e desejos, com as emoçôes a flor da pele, simplesmente não acreditam e não aceitam que estão "mortos", e que precisam abandonar tudo o que tinham nesta vida, tendo que deixar para trás seus entes queridos e até seu próprio corpo físico.

Suas posses, títulos e posição social não valem nada no mundo espiritual, você é o que é e ponto final, e para complicar ainda mais as coisas, ele não entende porque não está no céu, ou mesmo no inferno se for religioso, ou ainda porque ainda está vivo depois de "morto" quando se é um cético, assim a pessoa acredita ou quer acreditar,  que ainda está vivo, ainda tem um corpo físico e está na verdade tendo um pesadelo, uma alucinação ou ainda que enlouqueceu.

Sem um corpo físico para "abafar" suas emoções, ou lhe servir de escudo das investidas diretas dos maus espíritos e antigos adversários, a perturbação aumenta e o delírio também.

Nesta condição semelhante a loucura, o espírito em desespero não percebe os bons espíritos que tentam lhe ajudar, e quando percebem recusam ajuda e fogem apavorados, da mesma forma que as pessoas perturbadas mentalmente no mundo físico recusam auxílio médico.

Nesta situação, os espíritos são atraidos para a companhia de espíritos perturbados como ele, sendo por exemplo, a cracolândia em São Paulo um exemplo deste fenômeno. Na cracolândia existem os perturbados mentais, mas também os que os exploram, tiram proveito deles e os que os odeiam e perseguem. Mas também os que os querem socorrer, todos tem escolha.

No Umbral ou na cracolândia, as pessoas estão em uma prisão mental, que não tem muros ou grades, uma prisão da qual eles podem sair quando quiserem de verdade, basta apenas aceitar ajuda.

No Umbral, Deus e os bons espíritos estão sempre presentes, esperando apenas que os espíritos queiram e aceitem ser socorridos.

Discordo de grande parte dos espíritas quando dizem que só é socorrido quem tem merecimento, fosse assim, ninguém na terra seria auxiliado, pois todos nós neste atual estado de evolução, erramos muito mais do que acertamos.

Deus e os bons espíritos ajudam a quem precisa, sem julgamentos ou condições. Jesus ajudou a todos, inclusive os "pecadores", o que escandalizava os sacerdotes e puritanos.

Alguém acredita que Madre Tereza de Calcutá ou o Padre Júlio Lancellotte se preocupam ou se preocuparam alguma vez, com o merecimento de quem precisa da sua ajuda? Eles não julgam, apenas auxiliam, isso é amor ao próximo, e o amor verdadeiro é incondicional e não faz julgamentos.

Alguém acredita mesmo que os bons espíritos agiriam de forma diferente?

O merecimento como condição de socorro aos necessitados, não faz nenhum sentido na terra, como também não faz sentido no plano espiritual.

Todos, sem exceção merecemos ajuda e auxílio da providência divina, não cabe a ninguém, abaixo de Deus, julgar ou decidir o merecimento dos outros.

A "meritocracia espiritual", como condição para a misericórdia de Deus simplesmente não existe, este é um conceito humano egoísta.

A Cracolândia, servindo mais uma vez como exemplo neste texto, é um local dentro de uma cidade normal, mas com população, hábitos, costumes e regras específicas, um mundo dentro de outro mundo. Assim também é o Umbral na dimensão espiritual, um mundo que coexiste dentro de outro mundo, é uma prisão mental.

É claro que este exemplo que estamos apontando, é de espíritos em estado de perturbação avançada.

Existem no Umbral diversos níveis de perturbação do espírito após a "morte", existem perturbações que persistem por minutos, horas, dias, meses, anos e até séculos, depende do grau de teimosia e rebeldia, cada caso é um caso. Em perturbação, cada espírito carrega o umbral em suas mentes por tempo indefinido, que pode ser breve ou longo.

Situações como uma vida de vícios e crimes, é óbvio, tem consequências para o equilíbrio mental e energético do espírito, além de nos deixar vulneráveis aos assédios dos inimigos adquiridos nesta e em outras vidas, que por ódio, revolta e até inveja, perturbam uns aos outros, até que esgotados e cansados de sofrer, aceitam a ajuda dos bons espíritos e começam o tratamento de recuperação, sendo então levados a Postos de Socorro e posteriormente, quando tiverem condições, irão para uma Colônia Espiritual, ou em certos casos para uma reencarnação compulsória.

O Umbral é como uma clínica para doentes da mente, em que os pacientes permanecem internados e presos em uma prisão mental, onde são seus próprios juizes e carcereiros, mas apenas pelo tempo necessário para que recuperem o mínimo da sua sanidade mental e seu equilíbrio energético e vibracional, e assim possam conviver com outros espíritos em ambietes mais elevados como as Colônias (cidades no mundo espiritual), onde poderão estudar, trabalhar em benefício do próximo e planejar sua próxima encarnação, e assim prosseguir em sua evolução.

Assim como qualquer Clínica de Recuperação, o Umbral não deve ser temido, pois não é nada mais que um espaço de recuperação para almas em perturbação, estas pessoas não estão presas em um local físico, mas sim em uma prisão interior e em tratamento pelo tempo mínimo necessário, ao mesmo tempo, estão constantemente sendo monitorados e auxiliados pelos bons espíritos, mesmo que não percebam, eles estão sempre acompanhados por Espíritos de Luz que esperam apenas as condições propícias para o resgate, condições estas que dependem apenas de tempo, vontade e disposição dos espíritos em estado de perturbação. Estou dizendo isso de diversas formas para que fique bem claro.

Quem já teve uma crise de pânico como eu já tive vai achar o Umbral muito familiar, pois na crise de pânico, a mente cria um mundo de medo e tormento que parece realidade, você durante a crise acredita que este mundo ilusório é real não importa o que digam para você, mas obviamente não é real, e quando você readquire lucidez e equilíbrio, percebe o quanto estava perturbado.

Assim como a "realidade" em uma crise de pânico não existe sendo apenas criação  mental, a realidade do Umbral também é uma criação mental, ambas as "realidades" só existem em nossas mentes.

O segredo para permanecer o minimo de tempo no Umbral é manter o equilíbrio e praticar o desapego, por pior que seja o local que sua mente acredita ser real, saiba que essa ilusão vai passar, é só dar tempo ao tempo, deixe passar e tente recuperar o equilíbrio, não é facil, mas se persirtir vai conseguir, não adianta correr e tentar encontrar uma saída "física" do umbral, você está preso em sua própria mente, por isso onde quer que vá, sua prisão o acompanha.

Desapegue de tudo se estiver no Umbral e procure ficar o mais calmo possível sabendo que vai passar, quando você para de lutar e desapega, você encontra a saída e a ajuda que precisa, não se julgue com dureza, você errou na vida e daí? Todos erram, e por pior que você tenha sido nesta vida, você também acertou. 

Seja gentil e tolerante consigo mesmo. Isso não que dizer que não pode sentir saudade e falta do mundo físico e dos amores que deixou para trás, ou ignorar as "necessidades" físicas que ainda persistem como impressões em sua alma, isso também vai passar, deixe ir o que tem de ir, aconteceu e pronto, acontece com todo mundo, nascemos sozinhos e vamos embora sozinhos, não trazemos ou levamos nada e ninguém, a vida segue e a estrada não tem fim.

As coisas e pessoas vem e vão na hora certa, tentar prender o que deve ir só trará sofrimento, quando Deus permite determinada situação, é porque será bom para todos, mesmo que no momento não possamos compreender.

Se tivermos que passar pelo Umbral por um tempo, mesmo que este tempo seja longo, está tudo certo, será para o nosso bem e nunca estaremos sozinhos e desamparados. 

Ao longo de milênios e após inúmeras desencarnações pelas quais já passamos, nós todos já passamos pelo Umbral incontáveis vezes e superamos, sempre superamos, somos filhos de Deus e muito mais fortes do que imaginamos.

Não sofra por antecipação, a ansiedade por medo do umbral exerce atração pelo umbral em você, então não olhe para o umbral, pois se olhar para ele, ele também vai olhar para você, já pensou nisso? 

Atraimos o que tememos. Deixe fluir e tudo acontecer naturalmente, o que deve ser, será.

O mundo espiritual é o mundo verdadeiro, as encarnações no mundo físico são apenas pequenos estágios na longa jornada e o umbral apenas pequenos períodos de readaptação.

Já notou que aquilo que tememos raramente acontece? A maioria das pessoas passa pelo Umbral sem grandes problemas, alguns nem notam que passaram.

Não faça do umbral o inferno católico, isso não existe.

André Luiz Martins e Silva
Blog Folha de Tucuruí Persepção

quinta-feira 25 2023

Os espíritos temem a morte?

Os espíritos temem a encarnação?

A chegada a este mundo (nascimento), é precedida de uma preparação, seguida da "morte" do espírito no mundo espiritual, pois ele perde a sua memória e a sua liberdade, e se lança a uma nova experiência cheia de incertezas, que ele não sabe se será bem sucedida.

Bem antes da encarnação, o espírito se prepara para a vida terrena, traça planos e metas visando ao seu aprendizado e evolução, sabe quem serão seus pais e seus familiares, o ambiente onde nascerá e as condições do seu corpo físico, geralmente tem também a perspectiva (não a certeza) de quantos anos viverá neste mundo, pois o seu tempo na terra pode ser alterado por suas ações e livre arbítrio. 

Mas ele não sabe se vencerá ou se falhará, ou todas as dificuldades que irá enfrentar, ou os erros que vai cometer e suas consequências.

Quando o óvulo é fecundado o espírito se liga ao corpo da mãe e começa a entrar em perturbação, perdendo gradativamente a lucidez e a noção de si mesmo, ao mesmo tempo seu corpo astral também sofre mudanças radicais, encolhendo e assumindo a forma do feto. 

Como sabemos, esta transformação é gradual e se dá em alguns meses, após o qual o corpo da criança nasce para a vida fora do útero.

Ao nascer os órgãos da criança ainda estão em formação, e ele é guiado quase que completamente pelos seus instintos animais de conservação, o espírito praticamente não tem consciência de si mesmo ou controle sobre o novo corpo, este controle se dá através de anos de adaptação, a reencarnação se completa mais ou menos aos sete anos, e está plena no início da idade adulta.

O espírito ainda não completamente encarnado, está confuso em contato com seu novo corpo, perde as memórias da sua vida passada, mas as mesmas ficam armazenadas em seu subconsciente determinando sua personalidade, capacidades e tendências natas.

Ao continuar a utilizar seu cérebro físico, e com o tempo, o espírito encarnado adquire novas percepções e memórias, iniciando uma nova vida praticamente do zero, é um livro de páginas em branco, e é nesta fase que os pais podem modificar suas tendências anteriores, pois sua personalidade é mais moldável pela educação familiar.

Até mais ou menos os sete anos de idade, os laços entre espírito e corpo ainda estão frágeis, assim não é incomum as crianças verem espíritos e lembrarem de fatos de suas vidas passadas, lembranças estas, que se apagam com o tempo  quando os laços entre espírito e corpo se fortalecem e se estreitam.

A partir da adolescência  o espírito vai adquirindo cada vez mais liberdade, até a fase adulta, quando a reencarnação se completa e ele tem a plenitude do seu livre arbítrio, se tornando completamente responsável pelos seus atos e suas consequências.

O que podemos afirmar, é que o mesmo medo do desconhecido que temos de "morrer" no mundo físico, nós temos também de "morrer" no mundo espiritual, pois nos dois casos, não sabemos qual vai ser o nosso futuro.

No entanto, a necessidade de encarnar e evoluir obriga o espírito a pedir a encarnação, pelo tédio do estado estacionário, e por ver seus amigos e pessoas queridas seguirem em frente evoluindo e ele ficando para trás.

Ao "morrermos" no mundo espiritual, como no mundo físico, também deixamos momentaneamente para trás  amores, amigos, e nos aventuramos em um outro mundo e uma nova vida, cheia de incertezas. Não é fácil.

Na velhice, vamos gradativamente perdendo o controle que adquirimos na infância sobre o nosso corpo físico, que começa a falhar e não mais obedecer ao nosso comando, inclusive o nosso próprio cérebro começa a falhar e entrar em perturbação, as fases infância/velhice são parecidas, só que invertidas.

A infância nos prepara para a vida no corpo físico, e a velhice nos prepara para o nosso renascimento no mundo espiritual, onde teremos que nos readaptar primeiramente expurgando as energias densas, os habitos e vícios adquiridos na vida física (é o que chamamos estada no umbral).

As energias, vícios e hábitos desta vida que eliminamos no umbral, cujo tempo varia caso a caso, são os apegos e cargas inúteis que nos prendem a este mundo, e impedem a readaptação plena ao mundo espiritual.

Uma vez completado o desencarne e o renascimento no mundo espiritual, o ciclo se completa mais uma vez.

André Luiz M e Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção

terça-feira 23 2023

Só os tolos e os desastrados atiram no próprio pé

Só os tolos e os desastrados atiram no próprio pé.

Quando uma pessoa faz mal a outra, e esta ação prejudica ela mesma, o ditado popular diz que esta pessoa atirou no próprio pé.

Fomos criados por Deus para viver em sociedade auxiliando uns aos outros, além do mais esta é a forma que o homem, um animal frágil perante a natureza e os outros animais, encontrou para viver em relativa segurança, em um mundo hostil e muito perigoso.

Mas em vez disso, nos dividimos e começamos a competir uns com os outros, buscando privilégios através do poder e das riquezas, desta forma, o mundo que deveria ser um mundo de paz e alegria, se transformou em um mundo de guerras, injustiças, tirania e horror. Perdemos o paraíso que nos foi destinado, e criamos o inferno do egoísmo e da violência na terra.

Estamos no mundo para evoluir e progredir nos auxiliando uns aos outros, esta é a Lei e não tem como fugir, no entanto, podemos escolher o caminho inverso, portanto de que forma vamos progredir e evoluir é escolha nossa.

Criamos a competição egoísta entre irmãos por poder e riqueza, e culpamos a Deus pela colheita de sofrimento e infelicidade na terra, fruto de nossas próprias escolhas. Nossas crianças são educadas para serem melhores que as outras, mais belas, mais ricas, mais inteligentes. Como isso pode dar certo?

Nossas crianças não são ensinadas a fazer o bem, a perdoar, a auxiliar, a respeitar e tolerar as diferenças, desta forma, como construir um mundo melhor?

Em todos os países do mundo as pessoas, não importa a religião, cultura ou ideologia só querem ser felizes e cuidar dos seus entes queridos. É isso que importa.

Podemos evoluir pelo amor e na paz, ou pelo sofrimento, guerras e intolerância. A escolha não deveria ser difícil.

As maiores conquistas científicas da humanidade se deram em períodos de guerras, os avanços científicos e tecnológicos durante as duas guerras mundiais foram fantásticos, mas às custas de muito sofrimento, miséria e violência.

O progresso poderia acontecer pelo amor, caso as guerras fossem contra as dificuldades humanas para sobreviver,  contra a miséria, a fome e as doenças, a opção do progresso pelo ódio, violência e dor foi e continua sendo uma escolha do homem.

As dificuldades para sobreviver neste mundo, assim como ter de lidar com as diferenças entre as pessoas, tem como objetivo o progresso intelectual e moral do ser humano, ao superar seus instintos primitivos e egoístas em favor da propria espécie, da natureza e do planeta.

Onde o amor poderia usar as diferenças em benefício de todos, a intolerância e o egoísmo usam para objetivos próprios e de grupos.

Somos como balões cujo destino é subir aos céus, mas não percebemos que todo aquele que derrubamos ou abandonamos, se transforma em um lastro nos prendendo ao solo.

Nenhuma ovelha se perderá, porque o bom pastor não permitirá que o rebanho avance para pastos mais verdes e de águas frescas, enquanto houver uma só ovelha perdida ficando para trás.

André Luiz M Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção

domingo 21 2023

A Teoria da Evolução não invalida o Criacionismo

Não viemos do macaco e sim de um ancestral comum.

A Teoria da Evolução não invalida o Criacionismo

Segundo a Biblia, Deus fez o homem do barro, tendo sido ele criado já com a forma humanóide.

Segundo a ciência, a vida começou na terra a 3,5 bilhões de anos, e começou através de reações químicas e da evolução molecular.

Então se tomarmos a criação bíblica ao pé da letra, podemos afirmar com certeza que o criacionismo bíblico é falso.

Mas se entendermos o criacionismo bíblico no sentido figurado, este passa a ser plausível. No caso, o barro significa elementos químicos misturados com água líquida. Sendo assim, pela vontade de Deus, a criação do homem se deu por meios naturais e dentro do tempo preciso, Deus não inflinge suas próprias Leis que são eternas e imutáveis. 

Ainda segundo a bíblia, os animais foram criados antes e o homem por último, sendo o ser humano o topo da evolução neste planeta, e mais uma vez a teoria se torna plausível. Notem que nenhum outro animal além do homem, adquiriu consciência e inteligência, o que significa que ele foi o objetivo evolucionário primordial.

Mas Deus não poderia ter criado o homem imediatamente, utilizando os elementos químicos presentes no planeta ou do nada, apenas por sua vontade?

Poderia, mas neste caso, entraria em contradição consigo mesmo, demonstrando imperfeição e limitação temporal. 

Se Deus infringisse suas próprias Leis Universais, estas Leis não seriam perfeitas, pois teriam que ser alteradas ocasionalmente deixando de ser eternas, além do mais, se Deus é Deus conhece o futuro, portanto, ao criar a Lei, como iria ignorar que ela no futuro seria burlada por ele mesmo? Não faz sentido.

A lógica nos diz, que Deus ao criar o corpo físico perfeito para abrigar e auxiliar os espíritos em sua evolução, o fêz dentro das Leis Universais criadas por ele. 

Então em um planeta rochoso, na proximidade correta de sua estrela, com temperatura e pressão corretas para ter água líquida, a matéria nas condições apropriadas seguiu o roteiro, combinando moléculas através de reações químicas até surgir a vida.

Com a vida criada, daí em diante a evolução da natureza seguiu o seu curso até o estágio atual, tudo acontecendo em seu devido tempo e dentro das Leis Universais.

Como podemos ver, a Teoria da Evolução não invalida o Criacionismo, pelo contrário, as duas se completam preenchendo as lacunas.

A ciência e o espiritualismo não são antagônicos, por falta de conhecimento da humanidade as duas evoluem por caminhos diferentes, mas que um dia será um só já que a verdade também é uma só. 

A disputa entre a ciência e espiritualidade para explicar o homem não faz sentido, já que ambas diferem apenas na narrativa e na abordagem, uma análise mais profunda e sem preconceito demonstra isso.

Quanto aos bilhões de anos entre o surgimento da vida na terra até o aparecimento do homem, devemos lembrar que quando tratamos de Deus, estamos falando de um ser eterno, não limitado e subordinado ao tempo, portanto, para um ser desta magnitude, 3.5 bilhões de anos não significa absolutamente nada.

André Luiz M Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção

quinta-feira 18 2023

Os limites da Doutrinação


Os limites da Doutrinação

No espiritismo, assim como em outras religiões, a doutrinação é considerada uma forma de auxílio (salvação), e imposição de conduta crenças e valores, basicamente a doutrinação é a forma que um religioso ou político utiliza, para transmitir sua fé, ideologia e valores para outras pessoas, com o objetivo de confirmar a sua fé ou adquirir poder, no caso de fanáticos "bem intencionados", e/ou exercer domínio sobre o outro, auferindo satisfação pessoal e lucros financeiros.

Eu pessoalmente sou contra a doutrinação imposta, acredito que doutrinar é tentar impor pensamentos, opiniões, crenças, conceitos e valores ao próximo.

O doutrinador geralmente se coloca como mestre, e como tendo uma superioridade intelectual e moral sobre o outro, o que em minha opinião não passa de simples demonstração de vaidade e soberba.

No auxílio aos espíritos sofredores e ignorantes, acredito que a postura a ser adotada pelos espiritualistas e sacerdotes, não é a de um mestre ensinando verdades absolutas e eternas, mas sim de um irmão que está no mesmo barco e tenta ajudar, ele fala de igual para igual, pois sabe que todos nós que habitamos a terra somos seres imperfeitos em evolução, portanto, estamos todos sujeitos a erros e desequilíbrios de toda sorte. 

Digo com sinceridade, que me sentiria desrespeitado e insultado intelectualmente se alguém tentasse me doutrinar, não sou suficientemente evoluído para aceitar isso. 

Debater idéias, valores, espiritualidade e conceitos de igual para igual sim, doutrinação nem pensar.

A história nos mostra o grande mal causado pelas catequeses Católica e Protestante nas comunidades indígenas, destruindo a sua cultura e levando doenças, vícios e a morte as aldeias, isso tudo para "salvar" suas almas.

Acredito que devemos levar aos espíritos sofredores encarnados ou não a ajuda, consolo e o conselho fraterno, mas sem lhes impor de forma ostensiva ou não as nossas próprias convicções.

Os espírituistas e sacerdotes, são tão carentes de auxílio quanto os espíritos que procuram a sua ajuda, não são superiores em nada, apenas aprenderam a serem mais equilibrados (nem todos) e conhecem um pouco mais as Leis físicas e espirituais (nem todos), podendo, desta forma, auxiliar "aqueles que querem, precisam e pedem sua ajuda", mas não devem nunca lhes impor ou exigir nada.

Ao tentar "doutrinar" um espírito inteligente e instruido mesmo que voltado ao mal, você com suas verdades absolutas, além de perder seu tempo, só vai fazer papel de tolo, pois eles te conhecem, conhecem a sua vida, seus pensamentos, desejos e vícios intelectuais, físicos e morais, sabem até o que você esconde de você mesmo, você é um livro aberto para eles, nada está oculto no mundo espiritual.

Quando você doutrina um espírito (encarnado ou não) fora de um Centro Espírita ou um templo religioso sério, você pode até se prejudicar por sua vaidade e sentimento de superioridade, e atrair para si a atenção desnecessária de espíritos dedicados ao mal.

Enfatizo, o correto na "doutrinação" não é se apresentar como mestre e sim de igual para igual, como um irmão ajudando e aconselhando o outro ( e é realmente assim), irmão que está sofrendo e passando por um momento difícil, mas lembrando sempre que todos passamos por momentos difíceis, e que se hoje temos equilíbrio suficiente para auxiliar, não quer dizer que será assim para sempre, desconhecemos o futuro, desconhecemos as atribulações que nos aguardam, e amanhã poderemos estar na mesma situação, necessitando de auxílio, invertendo as posições.

Nas colônias existem mentores que se apresentam como adeptos e sacerdotes de todas as religiões, isso por si deveria alertar os espirituistas vaidosos que o que importa é o que somos, as religiões são apenas a reunião de pessoas com pensamento, renças e costumes afins.

Lembre ainda que você pode estar lidando com um espírito muito mais velho, culto e inteligente que você, não é porque se dedica ao mal que ele é retardado e idiota.

Na "doutrinação", como em tudo na vida é preciso bom-senso, trate os espíritos como qualquer pessoa, pois o desencarnado é apenas um espírito sem o corpo físico, se ele é um espírito inteligente e você o tratar como ignorante, ele rirá de você ou se ofenderá e irá à forra, pois geralmente são vingativos. 

Por outro lado, se você tratar um espírito simples e ignorante como trata um espírito inteligente e culto, ele não vai compreender nada do que disser. 

Mas como diferenciar um do outro? 

Simples, é como no mundo físico, você o reconhece pelo que o espírito faz e sugere, e também por sua linguagem, e se você for mais sensível, também pela vibração que ele emite.

No caso da "doutrinação" em um Centro Espírita ou em uma igreja, existe uma equipe de mentores preparados que são mais instruidos e inteligentes que o espírito a ser "doutrinado", portanto, tem ascendência intelectual e moral sobre o mesmo. 

Além disso, o espírito pode se comover durante os trabalhos, não pelo que você lhe diz, mas pela sua atitude e vibração de amor dos presentes, e o seu desejo sincero de ajudar.

Lembre ainda, que a doutrinação feita pelo médium, padre, pastor, ou dirigente religioso, se não convencer o espírito alvo, pode ajudar outros espíritos mais receptivos que se encontram no local.

Os adeptos de qualquer religião, não podem acreditar e agir como se fôssem os donos da verdade, pois a verdade absosuta é incompreensível para nós, então cada religião detém uma pequenina parte da verdade,  que faz parte de um todo muito maior do que possamos sequer imaginar.

André Luiz M Silva.
Blog Folha de Tucuruí Percepção.