Porquê os casais se separam após a morte de um filho na visão espiritualista?
A morte de um filho é um grande trauma na vida dos pais, e um dos maiores sofrimentos que uma pessoa consegue suportar na vida.
Saber que nunca mais nesta vida, poderá ver, ouvir, sentir e abraçar um pessoa tão querida é motivo de sofrimento, frustração e revolta nos primeiros tempos.
Depois, caso o luto corra de forma natural, a pessoa se conforma e o sofrimento é substituído paulatinamente por uma saudade gostosa, pelas lembranças dos bons momentos, e pela esperança do reencontro para quem acredita na sobrevivência do espírito após a morte do corpo. Para quem não acredita a certeza do esquecimento eterno no nada e o fim do sofrimento da perda.
No entanto, a perda normalmente não é sentida e processada da mesma forma entre o casal. Aquele que permanece em sofrimento e revolta inútil, fica preso ao passado, enquanto o outro após algum tempo quer seguir a vida olhando para o presente e para o futuro.
Muitas vezes a pessoa que tem um luto difícil culpa o outro pelo que aconteceu, ou descarrega sua frustração no parceiro até mesmo sem perceber.
Além disso, a pessoa em um luto difícil assume a posição de vítima reclamando e se lamentando continuamente, criando um ambiente praticamente insuportável no lar.
A pessoa pensa que a sua inconformação e desespero é uma prova de amor, mas não é. A inconformação e o desespero é íuma prova de apego e de posse, seu ser querido está livre e quem sabe o seu desencarne foi um livramento de muito sofrimento para ele e para todos. Não conhecemos o futuro e o que nos aguarda. Um exemplo é que todos nós podemos trazer problemas genéticos que se apresentam em uma determinada idade.
Cada caso é um caso, no entanto Deus sabe o que é melhor para todos nós. A morte não é o fim, assim como o nascimento não é o começo, tudo é continuidade em um caminho sem fim.
Agora, todos estes problemas já mencionados pelo luto difícil, é só no aspecto físico e mental, quando partimos para o aspecto espiritual, aí é que a coisa se complica.
A pessoa em um luto difícil perturba as pessoas próximas e ao próprio desencarnado, pois entre esta pessoa e o encarnado existe uma ligação muito forte que atravessa qualquer distância, rompendo inclusive a barreira dimensional entre a dimensão física e a dimensão espiritual.
As emissões contínuas de pensamentos e emoções negativas de sofrimento e revolta, agem como um grande farol, atraindo toda sorte de espíritos sofredores e revoltados, pela similitude de vibração e frequência.
Atrai também os espíritos vampiros de energia, espíritos oportunistas e inimigos astrais que se aproveitam da brecha para o assédio.
O desencarnado sente os efeitos desta negatividade, e é atingido em cheio se estiver no umbral, o que aumenta a sua perturbação e o atrai ao antigo lar.
Esta aproximação do encarnado e do desencarnado estando ambos perturbados, causa diversos males a ambos, isso é o que se chama popularmente de "encosto".
Assim aquele lar se transforma em um ambiente carregado de energias negativas, que perturbam o casal provocando discórdias e desentendimentos, tornando a convivência insuportável.
Não temos no Brasil uma pesquisa sobre o número de casais que se separam após a morte de um filho, mas existem evidência de que este número é grande.
Segundo pesquisas nos Estados Unidos, a taxa de separação de casais após a morte de um filho é de 80%, acredito que o Brasil não fica muito abaixo deste percentual.
É preciso que as pessoas aprendam a lidar com a realidade da vida, acontecimentos graves como a desencarnação de pais e filhos, ainda mais por causas naturais, normalmente está no planejamento reencarnatório de todos os envolvidos e foi aceito por todos, mesmo que não se lembrem durante a encarnação.
Muitas vezes pressentimos estes acontecimentos, outras vezes não, conforme a sensibilidade de cada um e a utilidade desta revelação.
Devemos compreender e aceitar que não temos o controle do planejamento encarnatório estando encarnados. Este planejamento já foi feito e aceito previamente respeitando o livre arbítrio do espírito, que após a reencarnação não pode simplesmente mudar de idéia.
Outra coisa, tanto o nascimento quanto a desencarnação, fazem parte da evolução espiritual e acontecem no momento certo, não nos cabendo contestar estes eventos pela nossa perspectiva limitada, estando nós como espíritos encarnados em uma prisão em um corpo material. Depois de encarnado não adianta se arrepender das decisões tomadas no mundo espiritual.
Somente espíritos em grande sofrimento, e espíritos missionários com o objetivo de ajudar a humanidade ou seres queridos reencarnam de boa vontade. Os espíritos normalmente reencarnam com o objetivo de evoluir, não porque sentem prazer, mas porque precisam, espirito nenhum quer vir para o umbral. Outros encarnam obrigados pelos mentores como exílio ou prisão, o que também os ajudam a evoluir.
O que eu estou querendo dizer é que para o espírito a morte do corpo físico é uma libertação, é como um astronauta que tira seu trage espacial e pode se movimentar livremente e sem limitações.
Ele se sente livre, só o que o pode perturbar é a saudade e o sofrimento dos seres queridos que ficaram na terra.
Mas esta perturbação com o tempo se acaba, quando ele percebe a vida física sob nova perspectiva, compreende que a missão dos seus entes queridos ainda não terminou, compreende que o tempo na espiritualidade é diferente, André Luiz passou 8 anos no umbral sem perceber, quando voltou ao seu antigo lar muito tempo havia se passado.
Portanto para o seu ser amado que está consciente e adaptado ao mundo espiritual, o tempo de espera para o reencontro será breve.
Além disso, com o tempo, os pensamentos e emoções negativas de sofrimento e revolta dos parentes encarnados diminui, assim diminuindo os pensamentos e emoções perturbadoras que chegam a ele provenientes do mundo material.
Em resumo, a separação de casais após a perda de um filho é bastante comum e quase sempre inevitável.
O importante é que a vida continua e o reencontro com os entes queridos que partiram antes de nós é certo, não tenho nenhuma dúvida disso.
Namastê