Faça o que quiseres pois é tudo da Lei

Faça o que quiseres pois é tudo da Lei

Esta frase da música do Raul Seixas está certa, mas deve ser interpretada da forma correta.

Vejamos, se temos a possibilidade de fazer algo, é porque isso é permitido pelas Leis Universais, de outra forma seria impossível. Não podemos, por exemplo, desafiar as Leis da Física.

Podemos fazer realmente tudo o que quisermos, no entanto devemos levar em conta o resultado da nossa ação. Se estivermos dispostos a arcar com as consequências, podemos fazer tudo, até mesmo cometer os piores crimes.

Ao fazer o que queremos, devemos levar em conta não só as consequências dos nossos atos na vida física, mas também na vida espiritual.

Somos espíritos encarnados em um corpo animal, que exerce uma grande influência sobre o espírito e vice-versa.

Não podemos negar a influência e os impulsos quase irresistíveis do corpo físico. As necessidades básicas do corpo físico como fome, sede, respiração, evacuação, micção e sexo, são de difícil controle para o espírito, e ainda temos as necessidades emocionais como companhia, afeto, compreenção, proteção, carinho, reconhecimento, incentivo e amor.

Temos também necessidades espirituais como a comunhão com a espiritualidade, de buscar o sentido da vida e da morte, a necessidade de nos sentirmos como parte de algo maior do que nós mesmos e a realidade à nossa volta, e a necessidade (mesmo que inconsciente), de buscarmos incessantemente progredir e alcansar um maior nível de consciência e compreenção da vida e do universo. Esta necessidade espiritual nos dá a sensação de que sempre nos falta algo e este algo é a conecção com a inteligência universal que chamamos de Deus.

Diante de tudo isso, podemos por experiência própria constatar que encarnar neste mundo não é fácil. Este mundo e este corpo são desafios muito difíciceis de superar. Mas é por isso mesmo que o aceitamos quando viemos para o mundo físico, e é por isso que os bons espíritos ficam felizes quando vencemos, e compreendem quando somos vencidos e sucumbimos, por isso não nos julgam, pois eles mesmos já foram muitas vezes derrotados pelo mundo, antes de alcançarem a vitória sobre si mesmos, pois na verdade, a vitória sobre o mundo é uma vitória sobre nós mesmos.

O vitorioso não é quem não cai, o vitorioso é aquele que cai, reconhece a queda e porque caiu, se levanta e segue em frente procurando ter cuidado para não cometer o mesmo erro.

Ao cair, não perca seu tempo em lamentações, arrependimentos inúteis, e auto-julgamentos, pois assim como devemos ser tolerantes com as falhas dos outros, devemos ser tolerantes com os nossos próprios erros.

Todos nós erramos e todos nós ainda vamos errar muito, pois errar faz parte do aprendizado, o importante é procurar não cometer o mesmo erro, como o ignorante que ao tropeçar, volta e chuta a pedra de tropeço, ou não toma mais cuidado e tropeça na próxima.

Como disse o Apóstolo Paulo: "Tudo posso, mas nem tudo me convém!"

Portanto você pode fazer o que quiser, mas assuma as consequências dos seus atos e não culpe ninguém pelos seus erros. E se você acha que as consequências dos seus erros vale a penas, vá em frente, mas se lembre que você é um espírito imortal, e estas consequências vão além desta vida. Você pode avaliar as consequências dos seus erros nesta vida, mas não as consequências na sua vida espiritual.

No mundo espiritual é levado em conta o aspecto moral do erro cometido, se não havia o conhecimento ou a intensão deliberada de errar, e se o erro serviu e se a lição foi aprendida, as consequência espirituais são amenizadas e até ignoradas, no entanto, os erros intencionais, em que o espírito tinha consciência do erro e dos prejuízos causados aos outros e a si mesmo e mesmo assim o cometeu, causa desequilíbrio e acumula karma, que o levará a ser atraído para locais inferiores do astral, onde em sofrimento moral pelas faltas cometidas e pelo convívio com espíritos também desequilibrados, terá tempo para rever seus atos e adquirir o propósito de se dedimir, assim mudando sua frequência podendo assim ser auxiliado e levado a uma Colônia e posteriormente levado a uma nova oportunidade no corpo físico, onde terá a chance de vencer desta vêz aos seus impulsos de cometer o mesmo erro.

Portanto, somos livres para fazermos o que quisermos, desde que estejamos dispostos a assumir as consequências.

E assim errando e acertando vamos progredindo nesta longa estrada rumo ao criador.

Namastê