Deus não dá tratamento diferenciado para os bons

Deus não dá tratamento diferenciado para os bons

Deus, a Energia Universal Consciente e Inteligente, que permeia tudo e mantém o equilíbrio de tudo o que existe neste universo.

Esta energia incompreensível para nós, e por isso mesmo, recebeu dos homens vários nomes, aparências e personalidades, de acordo com a cultura e evolução dos povos.

Só na Bíblia temos inúmeros nomes para Deus. Abaixo, segue uma lista com os principais nomes encontrados na Bíblia para nos referirmos a Deus:

• Yhwh-Shammah

• El Shadai

• Yhwh-Raah

• Yhwh-Yireh

• Yhwh-Tsidkenu

Todos estes nomes se referem ao Deus judeu.

No entanto, temos outros nomes para o Deus na cultura de outros povos. 

Segudo Estudos Antropológicos existem 330 milhões de deuses nas diversas culturas no mundo.

Todos estes milhões de Deuses são representações da Energia Divina, ou Inteligência Universal. O homem por intuição sabe que esta força existe, pois é parte dela, mas como não a compreende, gaz a sua representação de acordo com a sua cultura e inteligência.

Diante do exposto, podemos afirmar que Deus não é humano, como é pura energia não tem forma, ou podemos dizer, tem todas as formas já que tudo faz parte dele. Mas certamente Deus não está limitado a uma forma, como a forma humanoide, por exemplo. 

Em um mundo com alienígenas em forma de aranha, Deus seria representado como uma grande aranha toda poderosa em uma teia imensa, cheia de aranhas aladas ao seu redor.

Mas e a afirmação de que Deus não dá tratamento diferenciado para os bons? 

Ora, se Deus está em tudo, está tanto dentro do bom quanto do mau. Então ele não pode interferir a favor de um contra o outro, caso contrário, estaria tomando partido contra si mesmo, uma idéia absurda e até cômica.

Em todas as guerras os dois lados acreditam que Deus está a seu favor, que eles são do bem e os inimigos são do diabo.

Imagino os Cruzados lutando acompanhados por Jesus e pelo Deus Pai, e os Muçulmanos lutando acompanhados por Maomé e por Alah. Deveria dar empate, pois o Deus Cristão é o mesmo Deus Muçulmano, com nomes diferentes. Além do mais em uma guerra, geralmente ninguém está totalmente certo ou errado.

Todos nós somos parte desta Inteligência Universal, que não temos capacidade para compreender, nem mesmo sabemos se esta inteligência é individual ou coletiva, o que sabemos é que estamos todos sugeitos as Leis Universais que mantém o equilíbrio em tudo o que existe.

Podemos afirmar que bom é o ser que busca se manter em eguilíbrio. O ser equilibrado é bom por natureza, e está sempre em paz com tudo e com todos, e este sentimento de paz é a verdadeira felicidade.

O mau é aquele que por seus atos, desejos e por sua ignorância, perturba o seu próprio equilíbrio, o equilíbrio dos outros e do seu próprio ambiente, portanto contrariando as Leis Universais e por isso sofrendo as consequencias, sem equilibrio não existe paz, e sem paz não existe uma forma de ser feliz.

No entanto, o ser equilibrado (bom) e o ser desequilibrado (mau), fazem parte da mesma Energia Universal, são irmãos pois são parte da mesma energia. A aparente diferença entre o bom e o mau, se dá apenas pela forma com que usam o seu livre arbítrio, se para o equilibrio ou desequilibrio.

Deus jamais interfere no livre arbítrio do nosso espírito, sempre é bom repetir.

Sendo assim, Deus não dá tratamento diferenciado a ninguêm, todas as bençãos que recebemos é por merecimento, ou por fazerem parte de um encadeamento de acontecimentos, e estão sugeitas à Lei de Causa e Efeito e demais Leis Universais, Leis estas que regulam tudo, nada acontece por acaso. Tudo tem sua lógica, mesmo que não sejamos capazes de compreender.

A ajuda espiritual que todos recebemos, provém de nossos amigos espirituais, e de seres evoluidos e bons, que nos acompanham e nos auxiliam por amor e compaixão, pois já passaram por tudo que passamos e nos compreendem.

Mas acontece que só podemos usufluir desta ajuda, caso estivermos receptivos e minimamente equilibrados. Todo sentimento negativo e desiquilibrado inviabiliza a ajuda espiritual, muitos querem ajuda espiritual, mas não abrem mão de atitudes e sentimentos que desequilibram e infelicitam a alma.

Não existem eleitos ou preferidos, a energia da qual fazemos parte é a mesma, e temos todos os mesmos direitos e deveres. Não é pelo fato de pertencer a esta ou aquela religião, que você terá mais ou menos auxílio espiritual, esta ajuda e proteção só depende de quem você é o que está em seu interior.

É mais ou menos como na terra, já nascemos todos com os mesmos direitos como cidadãos livres em nosso país, o simples fato de nascer nos dá direitos, eles são nossos por toda a vida, no entanto, se estivermos desequilibrados, estes direitos podem ser suspensos, até que estejamos reequilibrados e arquemos com as responsabilidades assumidas.

Após pagarmos nossas dívidas, todos os nossos direitos são restabelecidos integralmente.

Não existe qualquer motivo que justifique nos julgarmos mais merecedores ou melhores que os outros.

Não sob o pondo de vista espiritual, acontece que a vida espiritual é o que realmente importa pois ao contrário desta que é muito curta, a vida como espírito não tem fim.

André Luiz M e Silva.

Blog Folha de Tucuruí Percepção.

Deus nos fez a sua imagem e semelhança, ou foi o contrário?

Deus nos fez a sua imagem e semelhança, ou foi o contrário?

Deus não fez o homem a sua imagem e semelhança, foram os homens que criaram uma imagem de Deus a nossa imagem e semelhança, com todas as nossas virtudes e defeitos.

Duvidam? É só tirar o poder do Deus que criaram e teremos um homem comum, amoroso para com os seus e vingativo para quem o aborrece, não lhe obedece ou não lhe bajule o ego.

Mas não, Deus não é humano, não é um pai, não é igual a nós, e nem é dominado por emoções e paixões humanas, e nem está limitado e preso a uma forma humanóide, como nós estamos.

Deus não interfere, ele deixa a vida fluir como um rio em harmonia com as Leis Universais, ele não interfere na vida das pessoas, ele respeita o livre arbítrio.

Faça o que você fizer Deus não vai aprovar ou desaprovar, não vai se sentir exaltado por sua adoração ou ofendido por sua descrença, Deus não vai interferir na vida das pessoas, ele não precisa interferir, se Deus precisasse interferir em sua obra ela seria imperfeita, portanto necessitando de ajustes e reparos constantes, ora, se a criação fosse imperfeita, o criador também seria imperfeito. Isso é óbvio.

Todas as Leis de Deus são perfeitas, autoaplicáveis, imutáveis e eternas, não precisam de ajustes e correções porque não existem brechas ou falhas na Lei.

No caso do homem, não existem castigos ou recompensas divinas, esta é uma noção humana da vida, o que existe é ação e reação, atos e consequencias, plantio e colheita. 

Seria preciso, por exemplo, Deus interferir na vida humana sendo suas Leis perfeitas e que se aplicam automaticamente? Se você jogar uma pedra para cima, é preciso que Deus ou alguém interfira e determine que ela caia, ou a Lei da Gravidade age por si mesma e atrai a pedra de volta para o solo?

Se você ou uma nação praticam uma má ação é preciso que Deus castigue, ou este ato contrário as Leis de Deus trará conseguências destrutivas?

O que ocorre é que nem sempre percebemos as consequências que atingem quem praticou uma má ação, e por alguns motivos:

Primeiro, porque para quem condena ou odeia o outro, todo castigo é pouco. Pimenta no olho alheio é colírio.

Segundo, muitas consequências atingem as pessoas em seu interior, na sua alma, existem dores morais muito piores que dores físicas ou perdas de bens materiais. 

São as dores morais, que afligem o espírito fora da matéria, que sofre as consequencias dos seus atos e não tem mais um corpo físico, e sem um corpo físico o sofrimento moral é muito mais intenso, pois o espírito vê com mais clareza com os olhos da alma.

Terceiro, tanto o plantio do bem, como o plantio do mal, ambos levam um certo tempo da semeadura a colheita, mas a colheita virá no momento certo, não fosse isso a Lei de Deus seria falha.

O tempo da colheita

Tem merecimento quem tem uma boa colheita, tem sorte quem colhe rapidamente o mal que plantou e não tem tempo de continuar plantando mais maldades, e infeliz é aquele que as consequencias "tardam", e demoram para colher o mal que planta, pois tem mais tempo para plantar outros males e aumentar a sua colheita de infelicidade, desespero e amarguras.

O mais infeliz é justamente quem não arca rapidamente com as consequência dos seus crimes para com a Lei de Deus. O que é melhor, pagar rapidamente uma dívida mesmo com sacrifício, ou protelar a dívida acumulando juros e assumindo mais débitos? 

Lembre que o "credor" da dívida não é um Deus pai, pronto para passar pano para o filho irresponsável, este Deus é criação nossa, o credor é na verdade uma Lei Autoaplicável, infalível e sem sentimentos humanos, faça o que fizer, chore o quanto quiser, ela vai se cumprir no final. 

E não adianta implorar misericórdia, Deus não vai interferir, quando tomamos decisões assumimos os riscos e consequências da decisão, é seu próprio livre arbírio se cumprindo, a única solução neste caso é buscar a força que existe dentro de cada um de nós, para suportar as consequencias ruins do que plantamos, sabendo entretanto que tudo um dia passa, inclusive as consequencias dos nossos atos equivocados. 

Mas existe esperança mesmo sem a interferência de Deus, pois o objetivo da Lei fe Deus é restabelecer o equilíbrio e promover a evolução da criatura, não o sofrimento. 

O arrependimento e a oração sincera, podem ajudar muito atraindo energia positiva e seres do bem, que ajudarão na correção da trajetória e no restabelecimento do equilíbrio. O mal é a ignorância que causa desequilíbrio, quanto maior é o mal, maior o desequilíbrio, mas restabelecido o equilíbrio o mal deixa de existir, assim como a causa do sofrimento.

Devemos trabalhar e nos empenhar em nos elevarmos até Deus, e não o rebaixar a condição humana ignorante, egoísta, vaidosa e mesquinha.

André Luiz  M e Silva.

Blog Folha de Tucuruí  Percepção. 

O culto cristão ao sofrimento

O Culto Cristão ao Sofrimento.

Não entendo o culto ao sofrimento no Cristianismo, Jesus não sofreu porque queria ou porque o sofrimento é bom, ele sofreu porque o homem é ignorante, e por ser ignorante faz o mal, no caso, Jesus questionava os sacerdotes e os costumes religiosos de sua época. Ele foi vítima de um assassinato político.

Não me consta que Jesus e outros grandes mestres tenham levado uma vida de sofrimento, isso não tem lógica, já que são espíritos evoluidos e equilibrados, portanto donos de si mesmos.

Os grandes mestres, inclusive Jesus morreram porque todos que nascem no mundo material precisam morrer, e devolver seu corpo físico ao planeta e a natureza de onde veio, fechando o ciclo da vida na terra, onde toda a matéria que compõe as plantas e animais precisam ser reciclada em um círculo fechado de nascimento e morte, e não existe excessão, até porque no mundo espiritual não é preciso corpo material, pois lá todos temos um corpo mais apropriado para a manifestação na dimensão espiritual.

Alguns mestres como Jesus foram assassinados, outros morreram de causas naturais como todos nós, pois a morte precisa de uma causa. 

Muitas vezes uma morte violenta e relativamente rápida, é menos sofrida e é preferível a uma morte lenta por doença ou velhice.

Falando do Chico, durante sua vida, Chico quase sempre estava sorrindo, e não era um sorriso falso ou forçado, ele só não gostava de sofrer, por isso preferia ser alegre espalhando alegria a sua volta, a alegria o tornava mais ativo, produtivo e o aproximava das pessoas, lhes transmitindo paz e tranquilidade. 

O sofrimento é instrutivo e corretivo, mas também é paralizante e afasta as pessoas. Alguém já viu alguem com dor e sofrendo ser útil e produtivo?

Não que não faltassem motivos para o Chico sofrer, não que ele não chorasse às vezes, mas acontece que ele decidiu não sofrer, e como era grato a Deus, e tinha um trabalho para fazer, o simples fato de estar vivo e consolar os outros era motivo de felicidade.

Chico, como todos nós, possuia virtudes e defeitos, a diferença está em sua decisão de vida, ele decidiu que ajudaria o próximo e viveria com alegria. Todos nós podemos fazer o mesmo, respeitando as nossas vocações, inclinações e possibilidades.

É tão fácil fazer os outros felizes, simplesmente tratando o próximo como gostaríamos de sermos tratados.

Um bom dia para o atendente ou um balconista que nos presta serviço, um trocado para o flanelinha no estacionamento, um abraço no filho ou em um amigo, uma palavra de consolo a um doente, um sorriso de compreenção para com o colega de trabalho, oferecer um ombro amigo nas horas difíceis... 

São pequenas coisas fáceis de fazer e que não custam nada, mas estas pequenas gentilezas que causam pequenas alegrias nos outros, somadas no fim do dia, representam uma consideravel carga de energia positiva que você propaga, e que é refletida pelo universo através do efeito espelho, e volta para você multiplicada. 

Esta energia positiva, ilumina a nossa alma, cura nossas doenças e feridas do corpo e da alma, e forma um escudo energético poderoso a nossa volta e em nossa casa, escudo energético que é impenetrável aos pensamentos negativos e energias densas, que possam ser arremeçadas contra nós.

Não espere oportunidades para grandes realizações, e só então decidir ser uma pessoa alegre e melhor, o percurso de milhares de quilômetros é concluido graças a milhares de pequenos passos, de metro em metro, entre pausas para o necessário descanso.

A evolução espiritual é feita em incontáveis vidas, e em cada uma delas melhoramos um pouco mais. As grandes almas capazes de grandes realizações, são irmãos mais velhos que também caminharam em pequenos passos, e acumularam pequenas vitórias contra os instintos e os vícios, até chegarem ao nível em que se encontram. A evolução não dá saltos, ela é conquistada passo a passo.

Passamos milhões de anos de evolução na animalidade até chegarmos ao estado atual de energia consciente nós mesmos, no entanto, ainda estamos muito animalizados e apegados à matéria e aos instintos primitivos, então como pretender a perfeição dos espíritos puros em alguns poucos milhares de anos, ou em algumas centenas de vidas, ou somente em uma só vida? Impossível. Mas pense que diante da eternidade mil anos não é nada.

Fomos criados para sermos felizes e nosso destino é nos tornarmos Anjos um dia, o sofrimento não deveria ser necessário para a nossa evolução, e certamente não é regra, ele é as vezes um mestre e quase sempre consequência fa nossa rebeldia e das nossas ações eguivocadas, causa e efeito. Menos erros, menos consequências ruins.

Cultuar o sofrimento é admitir a incapacidade do ser humano de evoluir naturalmente e por amor, pelo seu próprio esforço e sua inteligência. 

Não podemos controlar os acontecimentos externos, pois estamos sujeitos a natureza, ao ambiente e ao livre arbítrio uns dos outros, mas podemos escolher como vamos reagir a tudo isso, este é o desafio. 

O sofrimento pontual e ocasional é inevitável, no entanto, podemos decidir dar a volta por cima ou alimentá-lo e nos entregar a ele. 

O sofrimento está em nossa mente, é o preço que pagamos pela consciência que temos de nós mesmos, o sofrimento também tem como causa o desejo, as paixões, o apego a coisas, situações e pessoas. 

Sem apego e desejo de posse, o homem adquire mais facilmente o equilíbrio, o que o torna imune ao sofrimento.

Ser desapegado deveria ser fácil, caso nos lembrassemos que nada e nem ninguém neste mundo nos pertence, até o próprio corpo que usamos e serve para nos manifestarmos fisicamente neste planeta, um dia teremos que devolver para a natureza.

Podemos e é recomendável decidirmos ser alegres, felizes e melhores nesta vida aproveitando ao máximo esta oportunidade e esta viagem fascinante, vamos deixar o sofrimento para quem gosta de sofrer, de perder tempo, para quem acha que sofrer é bonito, e que precisa sofrer para se fazer de vítima e despertar atenção e compaixão nos outros.

André Luiz M e Silva.
Blog Folha de Tucuruí Percepção.

Os bons tempos de antigamente...

Os bons tempos de antigamente...

É triste ver tanta gente na Internet apegada ao passado. Qualquer tipo de apego ao passado é doentio, significa que a pessoa não consegue se adaptar ao presente, por isso precisa viver no passado.

Ora, toda criação humana, seja costumes, objetos, estilo de vida, vestuário, tudo é temporário e passa com o tempo.

Lutar contra o progresso é inútil, doentio, ridículo e demonstra falta de habilidade para se manter atualizado e adaptado as mudanças inevitáveis na realidade do mundo.

Faça o que fizer o tempo que passou não voltará e tem de ser assim, o universo e a vida não param só porque você é incapaz de acompanhar mudanças inevitáveis.

Na vida e na natureza quem pára no tempo fica para trás e o ser vivo que não se adapta ao ambiente, morre.

Então quando você quiser começar uma conversa com: "Antigamente era assim...", pense que você está admitindo sua incapacidade de adaptação para viver no presente e no mundo real, pense que você se tornará digno de pena para as pessoas inteligentes e que conhecem a vida e sabem viver, pior, você se tornará uma pessoa preconceituosa, implicante e terrivelmente chata.

Lembrar dos tempos antigos é saudável, quando é apenas uma nostalgia passageira  causada pela lembrança de bons momentos vividos, mas que se foram e não voltam mais, essa nostalgia passageira acontece com todos nós, mas a vida mudou, você mudou, o ambiente a sua volta e sua vida mudaram, não aceitar isso, lamentar e se colocar contra o progresso e as mudanças, é um transtorno mental e tem nome, se chama: metatesiofobia.

Você se acha inteligente por não aceitar o progresso e as pessoas que se adaptaram a ele? Se acha melhor que as pessoas que vivem na atualidade? 

Na verdade é você que parou no tempo, você está doente e precisa de ajuda e tratamento, para recuperar a capacidade de se adaptar ao presente e para perder o medo de mudar e de reconhecer que o tempo bom é hoje, o tempo passou e você sobreviveu, em vez de lamentar, agradeça!

Quanto mais rápido você reconhecer o seu equivoco e que não está bem, será melhor para você e para os que estão a sua volta.

André Luiz M. e Silva

Blog Folha de Tucuruí Percepção.

O Merecimento na espiritualidade

O Merecimento na espiritualidade

O merecimento como condição para o auxílio da espiritualidade, está de acordo com a Lei do Amor?

Ao meu ver não. O merecimento está mais ligado ao principio de condição e da meritocracia. 

Exemplo:

Trabalhei, portanto mereço um salário;

Fui bom, então mereço ir para o céu;

Fiz caridade, portanto mereço auxilio das equipes de socorro...

Vejam que em todas as situações acima existem condicionantes, Mas o amor verdadeiro é incondicional por natureza. Ao dizer que uma pessoa merece ajuda, você está afirmando explicitamente que tem outro que não merece.

Na verdade, o Auxílio Espiritual não está subordinado ao merecimento, e sim a disposição do espírito em ser ajudado, ou a uma situação crítica, em que o auxílio lhe é imposto para seu próprio bem.

O sofrimento só é útil quando colabora para o aperfeiçoamento espiritual, quando o desequilíbrio é tão grande, que o espírito perde a consciência de si mesmo, sofrer neste caso perde a sua utilidade pedagógica para a evolução, pois se torna inútil, então a espirituidade superior intervém, pois o desequilibrio do espírito é tamanho que anula o seu livre arbítrio.

Veja, um pai amoroso ao perceber que um filho está sofrendo, se preocupa se o filho merece ou não? Na verdade ele tenta ajudar, no entanto, se o filho não estiver disposto e pronto para ser ajudado, o pai fica atento e espera até que o momento oportuno.

Jesus na parábola do Filho Pródigo nos diz isso, quando o filho volta para casa o pai o recebe com festa e com os braços abertos, ele não se preocupa se o filho merece ou não, pois ele o ama incondicionalmente.

Alguém pensa que, por exemplo, o Padre Lancellotti se preocupa com o merecimento dos moradores de rua que socorre? Nenhuma alma bondosa se preocupa com o merecimento de quem ajuda. Isso é para pessoas egoístas sem amor e por isso julgam o próximo.

Ao aceitar ajuda, o espírito precisa fazer a sua parte abandonando os atos e pensamentos, que o fazem trilhar o caminho errado que está precorrendo, sem isso a ajuda é impossível, é como tentar curar alguém de um envenenamento com o mesmo ingerindo mais veneno, ou o médico tentar evitar a cirrose do paciente que continua ingerindo álcool.

O pai amoroso que vê o filho seguir o caminho da criminidade e vê que ele precisa de ajuda, se preocupa com o seu merecimento ou ajuda o filho desviado do bom caminho? Claro que ajuda, mas se o filho insiste na criminalidade ele não tem como ajudar, ele espera que o filho se arrependa e aceite ajuda, então ele ampara seu filho.

Para Deus que é bom e justo, TODOS os seus filhos merecem ser amparados, por piores que tenham sido seus crimes, no entanto, o filho precisa aceitar a ajuda, e ao aceitar o auxílio vem, as vezes até compulsoriamente. Por exemplo: O pai pode internar o filho em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, mesmo contra a sua "vontade", pois o seu discernimento está comprometido pelo vício.

Mesmo os piores malfeitores merecem auxilio, e se não o tem não é porque não merecem, é porque não querem e não estão prontos, no entanto, os mentores e os seres que os amam estão sempre por perto, esperando apenas que queiram e estejam prontos para serem auxiliados. Ocorre que as vezes, mesmo que os espíritos não queiram auxílio devido ao seu estado de desequilíbrio, mesmo assim são auxiliados contra a sua vontade e levados a locais de reabilitação para o seu próprio bem.

Por isso, acho inadequada a palavra merecimento, para justificar a ajuda dos grupos socorristas na espiritualidade. Ela pode dar uma idéia errada sobre o amor de Deus.

Além disso a idéia de merecimento pode atrapalhar o auxílio dos socorristas, na medida em que o espírito lembrando dos erros cometidos (e todos nós cometemos erros), pode acreditar não merecer ajuda da espiritualidade e a recusar. 

Se o espírito ao deixar esta vida, acreditar que merece estar no umbral espírita ou no inferno católico, pode baixar a sua vibração e ser atraído para regiões do umbral mais denso dificultando e retardando o socorro.

É preciso ficar bem claro que Deus jamais nos abandona, nem mesmo estando um seu filho na dimensão mais densa do umbral, pois ele vive em cada um de nós. 

Nós merecemos a ajuda de Deus em qualquer situação, pelo simples fato de termos sido criados por ele e sermos seus legítimos hesdeiros.

André Luiz M. e Silva

Blog Folha de Tucuruí Percepção.