O culto cristão ao sofrimento

O Culto Cristão ao Sofrimento.

Não entendo o culto ao sofrimento no Cristianismo, Jesus não sofreu porque queria ou porque o sofrimento é bom, ele sofreu porque o homem é ignorante, e por ser ignorante faz o mal, no caso, Jesus questionava os sacerdotes e os costumes religiosos de sua época. Ele foi vítima de um assassinato político.

Não me consta que Jesus e outros grandes mestres tenham levado uma vida de sofrimento, isso não tem lógica, já que são espíritos evoluidos e equilibrados, portanto donos de si mesmos.

Os grandes mestres, inclusive Jesus morreram porque todos que nascem no mundo material precisam morrer, e devolver seu corpo físico ao planeta e a natureza de onde veio, fechando o ciclo da vida na terra, onde toda a matéria que compõe as plantas e animais precisam ser reciclada em um círculo fechado de nascimento e morte, e não existe excessão, até porque no mundo espiritual não é preciso corpo material, pois lá todos temos um corpo mais apropriado para a manifestação na dimensão espiritual.

Alguns mestres como Jesus foram assassinados, outros morreram de causas naturais como todos nós, pois a morte precisa de uma causa. 

Muitas vezes uma morte violenta e relativamente rápida, é menos sofrida e é preferível a uma morte lenta por doença ou velhice.

Falando do Chico, durante sua vida, Chico quase sempre estava sorrindo, e não era um sorriso falso ou forçado, ele só não gostava de sofrer, por isso preferia ser alegre espalhando alegria a sua volta, a alegria o tornava mais ativo, produtivo e o aproximava das pessoas, lhes transmitindo paz e tranquilidade. 

O sofrimento é instrutivo e corretivo, mas também é paralizante e afasta as pessoas. Alguém já viu alguem com dor e sofrendo ser útil e produtivo?

Não que não faltassem motivos para o Chico sofrer, não que ele não chorasse às vezes, mas acontece que ele decidiu não sofrer, e como era grato a Deus, e tinha um trabalho para fazer, o simples fato de estar vivo e consolar os outros era motivo de felicidade.

Chico, como todos nós, possuia virtudes e defeitos, a diferença está em sua decisão de vida, ele decidiu que ajudaria o próximo e viveria com alegria. Todos nós podemos fazer o mesmo, respeitando as nossas vocações, inclinações e possibilidades.

É tão fácil fazer os outros felizes, simplesmente tratando o próximo como gostaríamos de sermos tratados.

Um bom dia para o atendente ou um balconista que nos presta serviço, um trocado para o flanelinha no estacionamento, um abraço no filho ou em um amigo, uma palavra de consolo a um doente, um sorriso de compreenção para com o colega de trabalho, oferecer um ombro amigo nas horas difíceis... 

São pequenas coisas fáceis de fazer e que não custam nada, mas estas pequenas gentilezas que causam pequenas alegrias nos outros, somadas no fim do dia, representam uma consideravel carga de energia positiva que você propaga, e que é refletida pelo universo através do efeito espelho, e volta para você multiplicada. 

Esta energia positiva, ilumina a nossa alma, cura nossas doenças e feridas do corpo e da alma, e forma um escudo energético poderoso a nossa volta e em nossa casa, escudo energético que é impenetrável aos pensamentos negativos e energias densas, que possam ser arremeçadas contra nós.

Não espere oportunidades para grandes realizações, e só então decidir ser uma pessoa alegre e melhor, o percurso de milhares de quilômetros é concluido graças a milhares de pequenos passos, de metro em metro, entre pausas para o necessário descanso.

A evolução espiritual é feita em incontáveis vidas, e em cada uma delas melhoramos um pouco mais. As grandes almas capazes de grandes realizações, são irmãos mais velhos que também caminharam em pequenos passos, e acumularam pequenas vitórias contra os instintos e os vícios, até chegarem ao nível em que se encontram. A evolução não dá saltos, ela é conquistada passo a passo.

Passamos milhões de anos de evolução na animalidade até chegarmos ao estado atual de energia consciente nós mesmos, no entanto, ainda estamos muito animalizados e apegados à matéria e aos instintos primitivos, então como pretender a perfeição dos espíritos puros em alguns poucos milhares de anos, ou em algumas centenas de vidas, ou somente em uma só vida? Impossível. Mas pense que diante da eternidade mil anos não é nada.

Fomos criados para sermos felizes e nosso destino é nos tornarmos Anjos um dia, o sofrimento não deveria ser necessário para a nossa evolução, e certamente não é regra, ele é as vezes um mestre e quase sempre consequência fa nossa rebeldia e das nossas ações eguivocadas, causa e efeito. Menos erros, menos consequências ruins.

Cultuar o sofrimento é admitir a incapacidade do ser humano de evoluir naturalmente e por amor, pelo seu próprio esforço e sua inteligência. 

Não podemos controlar os acontecimentos externos, pois estamos sujeitos a natureza, ao ambiente e ao livre arbítrio uns dos outros, mas podemos escolher como vamos reagir a tudo isso, este é o desafio. 

O sofrimento pontual e ocasional é inevitável, no entanto, podemos decidir dar a volta por cima ou alimentá-lo e nos entregar a ele. 

O sofrimento está em nossa mente, é o preço que pagamos pela consciência que temos de nós mesmos, o sofrimento também tem como causa o desejo, as paixões, o apego a coisas, situações e pessoas. 

Sem apego e desejo de posse, o homem adquire mais facilmente o equilíbrio, o que o torna imune ao sofrimento.

Ser desapegado deveria ser fácil, caso nos lembrassemos que nada e nem ninguém neste mundo nos pertence, até o próprio corpo que usamos e serve para nos manifestarmos fisicamente neste planeta, um dia teremos que devolver para a natureza.

Podemos e é recomendável decidirmos ser alegres, felizes e melhores nesta vida aproveitando ao máximo esta oportunidade e esta viagem fascinante, vamos deixar o sofrimento para quem gosta de sofrer, de perder tempo, para quem acha que sofrer é bonito, e que precisa sofrer para se fazer de vítima e despertar atenção e compaixão nos outros.

André Luiz M e Silva.
Blog Folha de Tucuruí Percepção.