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quarta-feira 27 2010

Novo empate no julgamento da Ficha Limpa


Ministros decidem possível critério para o desempate

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) chegaram a um novo empate no julgamento da Lei da Ficha Limpa.

Como no recurso apresentado pelo ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), cinco foram favoráveis à aplicação da lei e cinco contrários.

Os ministros debatem agora se algum dispositivo regimental pode ser aplicado para encerrar o impasse.

Na contagem dos votos válidos, a petista tem 58,6% e o candidato tucano aparece com 41,4%

Agência Estado

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tem 51,9% das intenções de voto, ante 36,7% de seu adversário, o tucano José Serra, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta manhã.

A vantagem de Dilma para Serra aumentou de cinco pontos porcentuais da pesquisa anterior, na semana passada, para 15,2 pontos agora. No levantamento anterior, Dilma tinha 46,8% e Serra, 41,8%. 

Na pesquisa divulgada hoje, votos brancos e nulos somaram 4,7% e indecisos ficaram com 6,8%. 

Ao se considerar somente os votos válidos - o que exclui nulos e brancos e se redistribui os indecisos proporcionalmente, Dilma tem 58,6% e Serra, 41,4%. A rejeição à candidata petista caiu de 35,2% da pesquisa anterior para 32,5%. Já a rejeição a Serra subiu de 39,8% para 43%, atingindo nível recorde na campanha. O coordenador do instituto, Ricardo Guedes, afirmou que esse é o maior nível de rejeição ao tucano desde o início do processo eleitoral. 

O levantamento, com margem de erro de 2,2 pontos porcentuais, foi feito com dois mil eleitores, entre os dias 23 e 25 de outubro, em 136 municípios e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 37609/2010. 

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, a petista ampliou a vantagem porque "voltou (no debate eleitoral) à discussão econômica e racional no lugar da discussão emocional e de valores", referindo-se ao debate religioso, centrado na questão do aborto, que dominou o início do segundo turno. 

Andrade também atribui o avanço de Dilma ao reforço nas aparições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos programas eleitorais de Dilma. Para Andrade, também pesaram contra Serra denúncias contra assessores, como as do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. "O conjunto de ataques dos dois lados equilibrou a disputa", disse. 

Regiões  

De acordo com a pesquisa, Serra só vence Dilma no Sul do País, região em que ampliou sua vantagem. No entanto, Dilma retomou a liderança nas preferências de intenção de voto entre os eleitores do Norte e do Centro-Oeste e ampliou a vantagem sobre Serra no Sudeste e no Nordeste. 

Na Região Sul, o aumento da preferência dos eleitores pelo tucano subiu de 45,1%, em levantamento na semana passada, para 54% agora. Já Dilma perdeu votos na região, passando de 38,2% para 35,4%. No Norte/Centro-Oeste, Serra liderava na pesquisa anterior com 52,6%, ante 42,1% de Dilma. Agora, a petista aparece com 50,7% e Serra, com 40,4%. 

No Nordeste, Dilma ampliou sua vantagem. Na semana passada, Dilma tinha 57,5% da preferência contra 34,8% de Serra. Agora, a fatia de Serra caiu para 25,5%, enquanto a da petista subiu para 66,3%. No Sudeste, Dilma também ampliou a liderança. Ela passou de 44,2% para 48,4%, enquanto Serra caiu de 41,6% para 36,7%.

Ficha Limpa tem 5 votos a favor e 3 contrários


Restam os votos de Cezar Peluso e Celso de Mello, que no caso de Roriz foram contrários à Ficha Limpa  
 
Severino Motta, iG Brasília 
 
Com oito votos proferidos, está em cinco a três o placar do julgamento da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, a maioria é favorável à aplicação imediata da Lei e à manutenção da inelegibilidade do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). 
 
O ministro Joaquim Barbosa, relator do recurso de Barbalho, foi o primeiro a votar e manifestou-se pela manutenção da decisão da Justiça Eleitoral, que barrou a candidatura do político ao Senado. 
 
De acordo com ele, a lei deve ser aplicada nestas eleições, uma vez que, mesmo existindo há menos de um ano, ela não altera o processo eleitoral e é linear, afetando a todos os candidatos de maneira equilibrada. 
 
Em seu voto, Barbosa disse que a renúncia para escapar de um processo de cassação, o que é vedado pela Ficha Limpa, ficou caracterizada no caso de Jader que, segundo ele, estaria preocupado mais com a “carreira” política que com a representatividade de seu cargo. 
 
“A renúncia é ato que desabona o mandato, que sua preocupação é com a própria carreira política e com os possíveis mandatos futuros, ato de quem não se preocupa com sua biografia. Preocupa-se apenas com a chance de ser novamente eleito e fazer uso das prerrogativas e benefícios da condição parlamentar”. 
 
Depois de Barbosa, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli proferiram seus votos. Contrários à aplicação imediata, alegaram que a Lei está agindo de maneira retroativa para prejudicar possíveis candidatos. 
 
Em votos curtos, informando que entregariam por escrito as justificativas, votaram a favor da Lei da Ficha Limpa os ministros Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski e Cármem Lúcia. Os três mantiveram as posições apresentadas no julgamento de Joaquim Roriz no STF. 
 
Após o grupo, o ministro Gilmar Mendes proferiu seu voto. Taxou a lei de casuística e disse que ela flerta com o nazi-facismo. Destacou ainda que um dos relatores da matéria no Congresso, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), formulou uma alínea, justamente a que torna inelegível quem renuncia ao mandato para evitar processos de cassação, para atingir o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), que disputaria eleições com o PT em Brasília. 
 
Num discurso duro, por vezes aumentando o volume de sua voz, Gilmar disse que, ao aceitar a Ficha Limpa, uma carta branca seria dada ao Congresso, que, a depender “da imaginação, que é livre”, poderia se criar um “salão de horrores”. 
 
“Dificilmente vai se encontrar caso de mais escancarada e escarrada retroatividade. E mais grave que lei é o convite para a irresponsabilidade do legislador e manipulação das eleições (...) Essa é uma Lei casuística para ganhar eleição no tapetão. Covardia que faz a maioria contra a minoria (...) Pode-se avançar para quem tiver um inquérito contra si ficar inelegível, não há freios para isso”. 
 
Após o voto de Gilmar foi a vez de Ellen Gracie. Ela disse que não mudaria sua posição em relação ao último julgamento, quando foi favorável à aplicação da Ficha Limpa para Joaquim Roriz e deixou o placar em cinco a três pela aplicação da nova legislação.  
 
Defesa e PGR 
 
Antes dos ministros, o advogado de Jader, Eduardo Alckmin, argumentou que a Ficha Limpa não deveria valer em 2010, uma vez que não foi editada um ano antes das eleições. Disse ainda que os motivos que levaram o Conselho de Ética do Senado a admitir a abertura de processo de cassação contra e então senador teriam se dado pelo fato de Jader não ter admitido um crime – no caso, desvio de recursos do Banpará. 
 
Alckmin alegou que não há condenação contra Jader pelo desvio e que, mesmo que ele tivesse cometido tal delito, a Constituição garante o direito da negativa de crimes. “Ninguém é obrigado a se autoincriminar”, disse. Devido a isso, o advogado ponderou que a Ficha Limpa, que veda a renúncia quando ela é feita para escapar de um processo de cassação, não fosse aplicada a seu cliente. 
 
Depois de Alckmin falou o Procurador-Geral da República (PGR), Roberto Gurgel. De acordo com ele, o fato é que houve a renúncia para evitar um processo de cassação, o que é vedado pela nova lei. 
 
“A renúncia ao cargo com finalidade de escapar de processo consiste em bula rejeitada por toda a sociedade”, disse.  
 
Caso 
 
O STF julga nesta tarde o recurso do ex-senador Jader Barbalho contra sua condenação com base na Ficha Limpa. De uma só vez, a Corte pode definir o futuro do político e a validade da nova lei das inelegibilidades para as eleições de 2010. 
 
Com o julgamento, será a segunda vez que o STF se debruça sobre a Ficha Limpa. Na primeira ocasião, ao julgar um recurso do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), a corte não chegou a um consenso e cinco ministros foram favoráveis à aplicação da lei nestas eleições, outros cinco foram contra. 
 
Para sair do impasse há a possibilidade de algum dos ministros mudar de posição ou a aplicação de dispositivos previstos no regimento interno. Um deles é o chamado “voto de qualidade”, que seria usado pelo presidente do Supremo, Cezar Peluso, para desempatar o placar. 
 
Tal ação, contudo, foi descartada pelo ministro no julgamento de Roriz. “Não tenho vocação para déspota”, disse, na ocasião. Outra opção é rejeitar o recurso de Jader uma vez que, em caso de empate, não há votos suficientes para derrubar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou o político com base na Lei da Ficha Limpa. 
 
Tal dispositivo também é controverso. Ministros que votaram pela aplicação da Ficha Limpa somente um ano após sua edição – como acontece com todas as leis que alteram o processo eleitoral – avaliam que uma Corte inferior, no caso o TSE, ficaria com um poder maior de decisão que o do próprio Supremo.
 
Julgamento 
 
O caso de Jader é semelhante ao de Roriz. Ambos renunciaram ao mandato no Senado para escapar de processos de cassação, o que é vedado pela Ficha Limpa. O lapso temporal, contudo, permitiu que Barbalho disputasse e vencesse as eleições para o Senado no Pará. No caso de seu recurso ser aceito ele será diplomado, se não, seus votos serão considerados nulos e há chance uma nova eleição ser realizada no Estado. 
 
No julgamento do caso Roriz, que acabou sem a proclamação de um resultado devido ao empate de cinco a cinco, os debates duraram mais de 15 horas, divididos em dois dias. O impasse na Corte acontece devido à ausência do 11º ministro, uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não indicou um sucessor para a cadeira de Eros Grau, que se aposentou em agosto.

STF julga Jader Barbalho e validade da Ficha Limpa para 2010


Primeiro julgamento, de Roriz, acabou em impasse entre ministros, que hoje tentam saída para a Lei da Ficha Limpa

Severino Motta, iG Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira um recurso do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) contra sua condenação com base na Ficha Limpa. De uma só vez a Corte pode definir o futuro do político e a validade da nova lei das inelegibilidades para as eleições de 2010.

Com o julgamento, será a segunda vez que o STF se debruça sobre a Ficha Limpa. Na primeira ocasião, ao julgar um recurso do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), a corte não chegou a um consenso e cinco ministros foram favoráveis à aplicação da Lei nestas eleições, outros cinco foram contra.

Para sair do impasse há a possibilidade de algum dos ministros mudar de posição ou a aplicação de dispositivos previstos no regimento interno. Um deles é o chamado “voto de qualidade”, que seria usado pelo presidente do Supremo, Cezar Peluso, para desempatar o placar.

Tal ação, contudo, foi descartada pelo ministro no julgamento de Roriz. “Não tenho vocação para déspota”, disse, na ocasião. Outra opção é rejeitar o recurso de Jader uma vez que, em caso de empate, não há votos suficientes para derrubar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou o político com base na Lei da Ficha Limpa.

Tal dispositivo também é controverso. Ministros que votaram pela aplicação da Ficha Limpa somente um ano após sua edição – como acontece com todas as leis que alteram o processo eleitoral – avaliam que uma Corte inferior, no caso o TSE, ficaria com um poder maior de decisão que o do próprio Supremo.

Julgamento

O caso de Jader é semelhante ao de Roriz. Ambos renunciaram ao mandato no Senado para escapar de processos de cassação, o que é vedado pela Ficha Limpa. O lapso temporal, contudo, permitiu que Barbalho disputasse e vencesse as eleições para o Senado no Pará. No caso de seu recurso ser aceito ele será diplomado, se não, seus votos serão considerados nulos e há chance uma nova eleição ser realizada para no Estado.

No julgamento desta tarde, a discussão deve ser travada em torno do artigo 16 da Constituição. Ele prevê o prazo de um ano para que uma lei que altere o processo eleitoral passe a valer. Cinco ministro entendem que criar casos de inelegibilidade e aplicá-las a menos de um ano cria abalos e desequilíbrio à disputa. Outros cinco acreditam que, como a Ficha Limpa não faz distinção de candidatos e é aplicada a todos, não haveria tal desequilíbrio.

No julgamento do caso Roriz, que acabou sem a proclamação de um resultado devido ao empate de cinco a cinco, os debates duraram mais de 15 horas, divididos em dois dias. O impasse na Corte acontece devido à ausência do 11º ministro, uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não indicou um sucessor para a cadeira de Eros Grau, que se aposentou em agosto.

A moral da tropa de oposição

Do Blog Tijolaço
 
Deu em O Globo

Ilimar Franco

Um dos integrantes da coordenação da candidatura José Serra avalia que o pleito já está decidido. Ele diz que "não tem mais o que fazer" e que "a banalização das denúncias" deixa os eleitores "tontos".

Sobre o segundo turno, diz que é pequena a mobilização daqueles que venceram as eleições no dia 3 de outubro e que por isso a campanha nos estados perdeu volume.

"As movimentações locais não são significantes", explica. Afirma ainda que "ninguém tem controle" dos fatores que poderiam mudar o rumo da eleição, como o aumento da abstenção, por causa do feriado, e o resultado do pleito em São Paulo e Minas Gerais.