Oftalmologista questionou voto de idosa de 89 anos. Episódio é exemplo do engajamento inédito dos médicos nas eleições.
Arlette Fleury Teixeira, de 89 anos, entrou no consultório do seu oftalmologista, em Belo Horizonte (MG), para uma corriqueira consulta. Mas após três minutos de diagnóstico, a aposentada viu a sala em que estava se tornar um palanque político. Irritada e insatisfeita com a velocidade do atendimento, ela se encaminhava para deixar o consultório quando ouviu: “A senhora vai votar em quem, dona Arlette? Dilma ou Aécio?”. A pergunta deu início a um período de 10 minutos de argumentação. “Até avisei que já não voto há anos só para ele parar”, relata Arlette.
Com dificuldade na fala, a idosa, que já não é obrigada pela Justiça Eleitoral a ir às urnas por ter mais de 70 anos, define o encontro como “muito esquisito” e esclarece que nunca discutiu política com o médico em outras consultas. “Ele passava as letras tão depressa. Eu não tinha tempo para ler o que estava na minha frente”, reclama. O depoimento de Arlette, no entanto, é o exemplo claro do inédito engajamento da classe médica nas eleições presidenciais, em grande parte a favor do candidato do PSDB, Aécio Neves.
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