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domingo 05 2023

Nós, os outros e a nossa saúde mental

 

Nós, os outros e a nossa saúde mental

A maior inimiga da fé e da nossa saúde mental, é a excessiva importância que damos a nós mesmos e aos outros.

Quanto a fé, para começar geralmente nos damos demasiada importância, e em sendo muito importantes, nos levamos muito à sério, assim resistimos em admitir que haja uma inteligência muito superior à nossa e a própria humanidade. É mais fácil e cômodo creditar tudo ao acaso, pois o acaso não é nada, não tem consciência e não tem vida própria.

Por outro lado damos excessiva importância aos outros, nos decepcionamos quando os outros não concordam conosco, não pensam como pensamos e não agem como gostaríamos.

Ora, pensam os ateus, se existisse um Deus, ele faria com que o universo tivesse a perfeição, que eu apesar de ser imperfeito, imagino que gostaria que tivesse.

Se déssemos a nós mesmos a devida importância, que não é pouca, saberíamos que somos nós mesmos os únicos a quem a nossa importância verdadeiramente importa, os outros seres humanos não estão nem aí para a importância que damos a nós mesmos, agora imaginem um Deus?

É sábio nos darmos a devida importancia, e não estar nem aí para a importância que os outros nos dão e se dão. Isso evita muitas decepções e infelicidades.

Existe um Deus? Eu pessoalmente acredito que sim, e isso não afeta em nada o meu sentimento de auto-importância, se não sou obra do acaso e se não sou o criador do universo, sou parte dele, e isso é suficientemente bom para mim.

Se outras pessoas não acreditam em Deus, para mim está bom e não perco tempo tentando mudar isso, afinal acreditarem, ou não, não faz a menor diferença em minha vida e na ordem universal. Afinal, as crenças dos outros só a eles interessa.

Na vida as pessoas vem e vão, sejam elas pais, parentes ou amigos, só eu mesmo estarei ao meu lado do nascimento à morte, só eu me alegro plenamente fato com minhas vitórias  e só eu sofro de fato com os meus fracassos e desilusões. Se eu mesmo, que me conheço e convivo comigo desde o útero, às vezes não me compreendo e não me dou o devido valor, como exigir que os outros me compreendam e me valorizem o tempo todo?

Portanto, repito, se dê a importância que você tem, nem muita, o que o tornaria orgulhoso e esnobe, e nem tão pouca que o tornaria triste, recalcado e infeliz.

Faça o mesmo com todas as outras pessoas, lhes dê a importância que elas tem, mas nunca a importância que não merecem, as tornando mais importante que você mesmo e permitindo que controlem suas emoções.

Todas as pessoas são muito importantes e merecem respeito, consideração, amor, compreensão e tudo de bom, mas não são importantes o suficiente para te julgar, para se julgarem superiores a você e para lhe fazer infeliz, esta importância é ilusória e criada pela sua própria mente, e provavelmente causada por suas carências e dependências afetivas e/ou financeiras. 

Por fim, lembre que as pessoas que não gostam de você não importam e não são da sua conta, isso é problema delas e não seu, já as pessoas gostam de nós nos trazem responsabilidades, pois nossas ações, mesmo que às vezes inevitáveis, podem lhes fazer sofrer, por elas nos darem a importância que nós de fato não temos em suas vidas. Isso pode não ser culpa nossa, mas temos que ter empatia pelo próximo.

Não quero com este texto convencer ninguém a ser uma pessoa sem sentimentos, que não se importa com os outros, quero apenas mostrar que se não nos amamos, nos reconhecendo como a pessoa mais importante para nós mesmos, como podemos amar o próximo? 

Podemos amar o próximo a ponto de dar a nossa própria vida por ele, mas mesmo assim mos amarmos, sendo este ato extremo uma decisão pessoal, lúcida, baseada no amor e não na desvalorização de nós mesmos e da nossa vida.

Por outro lado, que honra, virtude e mérito teria dar a nossa vida por outra pessoa, se a nossa vida não tivesse nenhuma importância para nós? Isso na verdade seria uma boa desculpa para se livrar de um incômodo que é a sua própria vida. Muitas vezes um suicídio "justificado".

Seria também, olhando de um outro ângulo, como dar a nossa vida como damos uma esmola, fingindo generosidade, nos livrando da nossa vida como de algumas moedas incômodas, e de quebra abrandando a nossa consciência.

Dar a própria vida pelo outro pode ser um ato de amor, mas também pode ser um ato que leva em conta a vida daquela pessoa, mas ignora o sofrimento dos parentes, amigos e das pessoas que depende dele. 

Isso nos lembra que podemos ver qualquer situação de vários ângulos, então devemos fazer o nosso melhor e seguir em frente sem dar importância a opinião alheia.

Então, se dê importância e se importe com as pessoas em relação a si mesmo e as suas emoções na medida exata, nem mais e nem menos, se quiser uma vida mais equilibrada, sem decepções e com boa saúde mental.

André Luiz M. e Silva

Editor do Blog Folha de Tucuruí Percepção.


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