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terça-feira 14 2023

Qual é o limite entre a fé e o fanatismo?

A fé e o fanatismo.

Qual é o limite entre a fé e o fanatismo?

Primeiro, antes de prosseguir, é preciso definir o que é fé e o que é fanatismo.

é uma palavra que significa "confiança", "crença", "credibilidade". A fé é um sentimento de total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.

Fanatismo - "Segundo o dicionário Aurélio, fanático é aquele que segue cegamente uma doutrina ou partido, o termo não está ligado unicamente a doutrinas políticas ou religiosas, pois tudo aquilo que leva o indivíduo ao exagero é considerado como forma de fanatismo."

Podemos ver que a diferença entre fé e fanatismo está basicamente na intensidade e exagero. O fanático é aquele que tem uma fé tão intensa e exagerada, que se a fé se torna uma paixão alucinada, uma obcessão e um objetivo de vida. O fanático perde a razão  o senso crítico e até a própria personalidade é deformada.

Já a fé está mais ligada a cultura e as experiências pessoais do ser, e no caso do VERDADEIRO espiritismo, também está ligada ao pensamento lógico e racional.

"A diferença entre o sábio e o tolo é a certeza. O sábio tem certeza que nada sabe, e o tolo a certeza de que tudo sabe." Edna Frigato.

Quem tem fé mas raciocina, sabe que diante da sabedoria infinita, quase nada sabe, já o fanático tem certeza que tudo sabe, portanto, tem o direito de impor a sua verdade aos outros.

Quase todos nós em algum momento da vida, tivemos experiências que de alguma forma, nos colocaram em contato com o mundo espiritual. Eu tive várias destas experiências e eu acredito no que eu vi e senti. No entanto, não posso descartar a possibilidade, de que estas experiências foram produto da minha própria mente, não tendo nenhuma causa sobrenatural, portanto a minha fé é uma escolha, não é imposta, o que a torna autêntica e responsável.

é acreditar na espiritualidade, mesmo sem comprovação, no entanto e ao mesmo tempo, admitindo a nós mesmos a nossa limitação cognitiva  e admitindo também, a capacidade da nossa mente de criar fantasias e realidades paralelas.

Fanatismo é abrir mão do raciocínio e da consciência da nossa falibilidade e limitação, acreditando cegamente em uma teoria, pessoa ou filosofia, sem questionamentos, sem espírito crítico, e não admitindo que é possível a existência de outra verdade e outra narrativa, mesmo que não acreditemos nelas.

Lembro da passagem do evangelho, quando Jesus disse na cruz: "Pai, porque me abandonaste?"

Mesmo tendo fé, Jesus por um momento questionou o amor e da lealdade de Deus para com ele. Isso demonstra que Jesus era humano e tinha uma fé lúcida.

Já um fanático explode bombas em sua cintura, sem a menor dúvida de que este ato tresloucado de suicídio e assassinato, o levará direto para o céu após a sua morte. 

Percebem a diferença?

Agora voltemos ao espiritismo VERDADEIRO.

É perfeitamente coerente o espírita acreditar no mundo espiritual, e ao mesmo tempo admitir que a realidade possa ser diferente da realidade que ele acredita.

Kardec diz que: "se um dia a ciência provar que o espiritismo está errado, devemos ficar com a ciência".

Isso significa que Kardec admitia a possibilidade do espiritismo estar errado, ou seja, Kardec não era um crente fanático, caso contrário jamais admitiria a hipótese do espiritismo estar errado.

Ao abdicar da fé cega, o verdadeiro espírita em primeiro lugar demonstra humildade, desta forma, não se julga o dono da verdade e sim um eterno aprendiz, e se colocando no mundo como aprendiz, ele se abre a novas concepções, conhecimentos e evoluir como ser humano e espírito, reconhecendo que não é superior aos outros, em sendo assim, não se julga um ser especial para Deus em relação aos seus irmãos em Deus, ou em relação a toda a criação.

Por último, quero deixar um raciocínio lógico, de como devemos tratar a questão da espiritualidade harmonizando a fé e o raciocínio.

ciência nunca conseguiu provar a existência ou a inexistência da vida espiritual, portanto, para a ciência, a existência do mundo espiritual é uma incógnita, ela não tem certeza de nada sobre a espiritualidade (por enquanto).

Sabemos entretanto, que a fé sadia no mundo espiritual torna as pessoas melhores e mais equilibradas, o que é positivo e desejável para toda a humanidade.

Sendo assim, em considerando que todos vamos morrer, a preparação para a vida espiritual é benéfica para o ser humano como um todo, ao nos tornar seres humanos melhores, e ao mesmo tempo nos ajudando muito na readaptação quando chegarmos no outro mundo, evitando decepções, enganos, sofrimento e perda de tempo, da mesma forma que a preparação adequada para uma viagem definitiva a um país estranho, nos livra de muitos perigos e problemas com seus habitantes, clima, cultura e Leis.

Por outro lado, se somos apenas carne e ossos, e o mundo espiritual não exista, que diferença fará para nós após a nossa morte?

Vamos simplesmente "apagar", a diferença é que com fé sadia e tolerante, nos tornamos melhores e teremos ao "apagar", deixado um mundo melhor para nossos descendentes que perpetuarão nossos genes nos tornando "imortais", e um mundo melhor também para toda a humanidade, e isso justifica toda a nossa existência.

Portanto, quem lhe pede uma fé cega, ou é um idiota fanático, ou é muito velhaco e quer somente dominar a sua mente e o seu espírito. Nos dois casos acima, ceder é se tornar um escravo, ou pior, um verdadeiro zumbí, sem raciocínio e sem vontade própria, e condenado à decepção e desperdício de uma preciosa vida.

A fé liberta, o fanatismo escraviza.

André Luiz M e Silva
Blog Folha de Tucurui Percepção

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