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segunda-feira 21 2009

Bastidores da briga PMDB X PT no Pará

A opinião de um experiente petista sobre os reais motivos da briga do PMDB com o PT, é que o Governo de Ana Júlia trata o relacionamento do governo com o PMDB, como trata as divergências internas do partido na disputa e na convivência entre as diversas tendências do PT paraense.


Jeito petista paraense de governar

Funciona da seguinte forma: A Governadora que pertence à Democracia Socialista (DS) não cumpre os acordos feitos com as demais tendências do PT, ela “dá a ordem” mas a mesma não é cumprida pelos seus assessores que “empurram com a barriga”, e acabam beneficiando somente os da sua tendência (DS), deixando as outras tendências à mingua, ou com as “sobras do poder”. Acontece que ela sabe que na hora do “vamos ver”, em casos de crises ou nas eleições prevalece o “espírito petista” e todo o partido e a sua militância se une em torno de um objetivo comum que é defender o PT.

Aliados?

O problema é que a Governadora e a “ala dura” do PT tendo à frente o chefe da Casa Civil Cláudio Puty tenta agir da mesma forma com o PMDB. Ora, no PMDB tem o Jader, raposa felpuda, com farta experiência e décadas de estrada que ainda por cima comanda o maior partido do país e do Pará. Não se trata um aliado desta forma, o PMDB não é uma tendência do PT, não tem a obrigação e nem vontade de se submeter a esse tipo de situação. Ninguém é obrigado a fazer um acordo, mas o acordo sendo feito é obrigado a cumprir. Descumprir acordos políticos com um partido do porte do PMDB, e ainda por cima comandado por um político como Jader, é mais que arrumar confusão, é suicídio.

Não se sabe ao certo se o problema da falta de governabilidade do PT paraense, de deve à falta de experiência política ou de autoridade da governadora, ou ainda as duas coisas. O fato é que depois de três anos de governo o PT já poderia ter amadurecido politicamente o suficiente para honrar seus compromissos e unir a sua base aliada em torno dos seus projetos de governo. Como não tem uma base sólida e coesa, o governo tem que enfrentar uma batalha política a cada projeto que tenha interesse que seja aprovado na Assembléia Legislativa.

Recentemente o governo amargou duas importantes derrotas na AL, uma foi a redução do limite de remanejamento do orçamento do estado que foi reduzido de 23 para 18% (o PMDB queria reduzir para 3%). A segunda derrota foi a não aprovação de um empréstimo de R$ 366 milhões junto ao BNDES. Mesmo que este dinheiro fosse gasto em ano eleitoral para benefício político do governo, mesmo assim, significaria mais obras de interesse da população, mais circulação de dinheiro no estado, mais empregos e uma série de benefícios.... Ou seja, TODOS nós estamos perdendo, exceto a oposição que assiste a tudo de camarote e não está comemorando mais porque ela (a oposição) também tem os seus problemas internos (e que problemas).

Nossa opinião:



Nenhum partido em uma democracia governa só, em uma ditadura é possível, em um regime democrático não. TODOS os governos, dos municípios, estados e do Governo Federal, são governados por uma coalizão de partidos que lhes dão sustentação política.

O presidente Lula, ao contrário de Ana Júlia, cumpre seus acordos políticos, o que lhe garante governabilidade, sustentação política diante das crises e apoio político aos projetos do governo. O resultado é um bom governo, e recordes de popularidade (para desespero da oposição) como mostram as pesquisas.

Ainda é tempo de Ana Júlia rever sua política desastrosa, assumir as rédeas do governo do estado e refazer a sua base aliada. Por outro lado e enquanto isso, o PMDB se fortalece, sabe-se que a conversação de Jader com a liderança do DEM está bem adiantada, o mesmo acontece com outros partidos, sendo que a proposta do PMDB para uma candidatura própria, a cada dia ganha mais corpo, e um dos nomes cotados e com grandes chances de ser o candidato do partido é o do pmdebista Parsifal Pontes.

O interessante neste cenário político no Pará é que Jader está conseguindo se afastar do governo e do PT paraense, mas mantendo a aproximação e a aliança com Lula e com o PT nacional. Ana Júlia corre o risco de ficar politicamente isolada às vésperas das eleições, e deveria ter a inteligência e a humildade de pedir algumas aulas de política com o presidente Lula, ela certamente está precisando.

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