No mínimo foram irresponsáveis as colocações do radialista João Marques no Programa Tucuruí Agora (de grande audiência na cidade) quanto ao processo que o prefeito responde no TRE. O radialista comparou eleições e crimes eleitorais a jogo de futebol, alegando que se a bola entrou é gol e que estão tentando ganhar as eleições no "tapetão". Ora, estamos atravessando um momento delicado e sério em que vários e poderosos interesses estão em jogo. Temos os funcionários em cargos de confiança e os contratados na prefeitura, temos os empreiteiros e comerciantes (inclusive os donos da Rádio Floresta e patrões do radialista) amigos do prefeito que dependem comercialmente e financeiramente da prefeitura. Todo este pessoal está com os nervos à flor da pele com medo de perderem suas vantagens e lucros.
Notamos que há algum tempo pessoas ligadas ao prefeito como o Charão (diretor da CTTUC), o Dep. Gualberto (DEM) e agora o radialista da Rádio Floresta estão usando a mídia no município, tentando jogar a população contra uma possível decisão do TRE desfavorável ao prefeito. Isso é de uma irresponsabilidade monstruosa já que pode incitar os partidários do prefeito a ações violentas caso a decisão da justiça seja pela cassação. A direção do Sistema Floresta no comando de um meio de comunicação em massa e de utilidade pública, deveria ter mais cuidado e mais responsabilidade em seus posicionamentos perante a população.
A justiça está julgando baseada na legislação vigente, quem achar que a lei está errada que procure o poder legislativo e altere a lei, e caso consigam, quem sabe no futuro os crimes eleitorais em Tucuruí passem a ser julgados por juizes de futebol em vez de juizes de direito, ou quem sabe pela direção da Rádio Floresta.
Mas enquanto isso não acontece, prevalece a legislação em vigor. Caso a decisão do TRE seja desfavorável ao prefeito e houver manifestações agressivas por parte dos seus partidários, com certeza uma boa parte da responsabilidade será da Rádio Floresta. Nós do Folha de Tucuruí temos nos limitado a informar somente o que está acontecendo, sem emitir pareceres jurídicos, pois acreditamos que o julgamento compete à justiça eleitoral, e decisão judicial não se discute, cumpre-se.
