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quinta-feira 27 2010

Aliança PT/PMDB - Político bom, político mau...

A "hesitação" do PMDB em selar publicamente o acordo com o PT está parecendo o velho clichê dos filmes policiais de Hollywood.

É a cena do policial que faz o papel de durão e o policial que faz o papel de conciliador, tudo para conseguir informações ou a confissão do suspeito.

No caso o conciliador é o Jader, e o durão é o Dep. Parsifal, porta voz do núcleo duro do PMDB. No caso o "núcleo duro" cria dificuldades e Jader negocia as facilidades, tudo para que o PMDB tenha um maior quinhão de poder dentro do Governo do Estado.

Não estamos comentando isso como crítica, sabemos que estes jogos políticos são legítimos dentro do regime democrático. As pessoas se reúnem e fundam um partido político com o objetivo principal de chegar ao poder, o objetivo do partido político é o poder, esta é a força de Jader que tem conseguido manter o PMDB como a principal força política no Pará.

Mesmo com a hegemonia tucana no poder por 12 anos e a perseguição sem tréguas de Almir Gabriel, do ACM (com todo o poder que tinha) e dos Maiorana, Jader conseguiu se manter  e manter o PMDB unido e forte apesar de tudo. A inteligência e a habilidade política fora do comum de Jader, ficam mais evidentes ainda levando-se em conta, que em apenas três anos fora do poder, o PSDB no Pará foi  dividido e pulverizado, faltou aos tucanos um líder do quilate do cacique peemedebista para manter sob controle  a diversidade de interesses e as vaidades pessoais no ninho tucano, e para manter a unidade do partido fora do poder.

Ora, Jader no senado não teria a mesma força que tem como deputado federal, lá ele seria vigiado e atacado sem piedade, e não poderia “se fingir de morto” quando lhe conviesse, estaria o tempo todo em evidência e sob os holofotes. Como candidato a governador os ataques seriam ainda mais acirrados e impiedosos contra Jader e seria um risco desnecessário, levando-se em conta que a sua rejeição  junto ao eleitorado é muito grande.

Não compensaria ainda arriscar uma candidatura de um  político inexpressivo eleitoralmente,  ainda mais gastando com a aventura mais de R$ 40.000.000,00 quarenta milhões (custo estimado da campanha).  Se o PMDB tem este dinheiro, ele seria muito melhor empregado na campanha para o legislativo. Além disso o PMDB perderia os 400.000 votos de Jader que iriam para a  legenda  do partido para deputado federal, já que seria muito difícil a transferência de votos para seus colegas de partido. Com isso o PMDB “encolheria” sua bancada em pelo menos três deputados federais, o que não é pouco.

Existem ainda os interesses do PMDB e do próprio Jader a nível nacional, já que as pressões da liderança do PMDB nacional e do PT (leia-se Lula) a cada dia aumentam, principalmente com a escalada de Dilma Rousseff nas pesquisas, que a apontam como favorita na eleição para presidente. Ora, com o vice e a divisão do poder com o PT no estado e com o vice na chapa de Dilma a nível nacional, o PMDB não tem do que reclamar quanto a sua participação no poder em ambos os níveis.

Seria muita ingenuidade supor que Jader abriria mão de tudo isso por simples vaidade, ou para atender a interesses pessoais de uma minoria dentro do PMDB. Acreditamos ainda que a simples suposição de que Jader cometeria um erro político tão grande é um insulto à inteligência e perspicácia da raposa peemedebista.

Mas Jader dá corda aos “insatisfeitos” do PMDB (núcleo duro), pois as dificuldades que eles representam a uma aliança com o PT, valorizam ainda mais o seu apoio, o que permite maiores concessões por parte do PT. 

Conclusão:

Queremos dizer mais uma vez que tudo isso faz parte do jogo político em qualquer democracia, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. O Folha mais uma vez cumpre com o seu objetivo que é politizar a população para que saibam como funciona o jogo do poder.

Não existe partido político bom ou mau (pelo menos no Brasil), o que existe são grupos de pessoas com qualidades e defeitos, nem anjos e nem demônios, e que estão organizadas em partidos políticos com o objetivo de chegar ao poder e comandar os destinos do país, na presidência da república, nos estados e nos municípios.

Cada grupo (partido) acredita que o país deve ser governado de uma determinada forma, cabe ao povo decidir qual destas formas de governo propostas é melhor para o Brasil e para a população como um todo, e não apenas a um determinado grupo, ou uma determinada classe social. Ou seja, o povo precisa votar de forma consciente e racional.

E viva a democracia.

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