Vários petistas conhecidos estão dispostos a deixar o partido depois da "trairagem" do Puty e do Paulo Rocha, inclusive Paulo Rocha foi muito elogiado pelo prefeito na imprensa local pela ajuda que ele diz que o deputado deu a ele no processo. Sancler disse ainda que a "ajuda" de Paulo Rocha foi devido ao "grande amor" que o Dep. tem por Tucuruí. Paulo Rocha pode até amar Tucuruí, ele não deve gostar mesmo é dos petistas...
Olha pessoal, o Folha de Tucuruí tem o dever moral de esclarecer os fatos como realmente são. Pois bem, vamos esclarecer algumas coisas raciocinando friamente e sem emoção, como os caciques políticos costumam fazer.
A nosso ver o governo fez a estratégia certa de forma errada. Explico...
A estratégia correta foi:
1 - O governo precisa muito do empréstimo de 336 milhões para cumprir acordos com os prefeitos, e para pagar dívidas, justo neste ano eleitoral em que o governo precisa melhorar a sua imagem.
2 - Existe uma resistência muito grande na Assembléia Legislativa do Estado para a aprovação do empréstimo, justamente para impedir que este dinheiro seja usado politicamente, e também para que os deputados tirem vantagem político/econômica do governo para aprovar o empréstimo.
3 - Sabe-se que Sancler já havia montado um plano para conseguir uma liminar da justiça , liminar esta que o manteria no cargo até que o TSE analizasse o seu recurso (ou alguém duvida que ele recorreria?). Portanto Joilson ganharia mas teria que esperar o resultado do julgamento no TSE.
4 - O governo também sabia que se Joilson perdesse, o próprio Ministério Público recorreria, já que os Juizes que votaram pela permanência de Sancler, votaram contra o parecer do MP, o parecer do relator e do revisor. Sendo assim não haveria de fato perda para Joilson se a decisão ficasse para o TSE, o que deve afinal ocorrer. Então não haveria vantagem alguma para o governo queimar inutilmente quatro votos em uma votação importante e difícil como a do empréstimo. Do ponto de vista de estratégia política a tática adotada foi correta.
O erro na forma como a estratégia foi posta em prática foi:
1 - O governo não previu a reação dos petistas que se sentiram traídos após se esforçarem tanto para levantar o partido em Tucuruí e por serem "abandonados" desta forma pelo governo.
2 - O governo deveria ter chamado o Joilson, o Miguel e os vereadores petistas e colocado a questão e a estratégia que seria adotada para que eles preparassem o terreno junto à base. Em vez disso deixaram que acreditassem que o governo estaria agindo para contrabalançar o poder político e econômico do Sancler.
Sem estarem preparados, a liderança do PT , do PMDB e a militancia petista foram pegas de surpresa, o que acarretou a revolta. Esta foi a verdadeira trairagem, deixar que o PT acreditasse na vitória sabendo que não teriam chance.
O motivo da festa e da pirotecnia de Sancler...
Sancler com a carreata e as festas tem pelo menos três objetivos:
1 - Deixar que os seus assessores, empreiteiros e comerciantes que estavam apavorados com a possibilidade dele perder, desabafassem e e extravasassem suas emoções, assim fortalecendo o grupo. A festa e as declarações serviram ainda para queimar os deputados Parsifal e Paulo Rocha (esse nem precisava que se queima sozinho sem precisar de ajuda do prefeito).
2 - Aproveitar e fazer a propaganda dos deputados que apoia, e do sogro.
3 - Tentar intimidar a oposição para que desistam do recurso e ainda usar o processo para justificar que somente com obras irrelevantes e sem a construção de uma só sala de aula, tenha gasto de mais de R$ 150 milhões em arrecadação no seu governo.
Ora o povo não é idiota, se ele não trabalhou por causa do processo, o dinheiro não teria como ser gasto (pelo menos de forma correta), e estaria nos cofres da PMT, isso é lógico. Para conseguir seus objetivos e "tentar" iludir a opinião pública, Sancler conta com o apoio maciço da imprensa chapa branca, que recebe altas quantias a título de contratos de propaganda, e que dependem da prefeitura para sobreviver, pagar contas e salários.
Mesmo com a lavagem celebral do povo, tentada e posta em prática pela imprensa chapa branca, nenhuma ilusão resiste ao tempo, ainda mais se a espectativa popular for frustrada.
A tática de jogar a culpa nos outros aos poucos vai perder efeito, e então a realidade vai se impor. Pode-se enganar alguns por algum tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo.