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quarta-feira 09 2009

Teoria da janela quebrada. Onde estão "os outros"?

Um exemplo que vale a pena conhecer:

Em três anos, o número de delitos em Nova Iorque foi reduzido à metade. O índice de homicídios é o menor dos últimos 30 anos. Para isso, foi utilizada a teoria das janelas quebradas: resolver os problemas enquanto ainda são pequenos.

Dois criminologistas da Universidade de Harvard, James Wilson e George Kelling, publicaram a teoria das "janelas quebradas" em The Atlantic, em março de 1982. A teoria baseia-se num experimento realizado por Philip Zimbardo, psicólogo da Universidade de Stanford, com um automóvel deixado em um bairro de classe alta de Palo Alto (Califórnia). Durante a primeira semana de teste, o carro não foi danificado. Porém, após o pesquisador quebrar uma das janelas, o carro foi completamente destroçado e roubado por grupos vândalos, em poucas horas.

De acordo com os autores, caso se quebre uma janela de um edifício e não haja imediato conserto, logo todas as outras serão quebradas. Algo semelhante ocorre com a delinqüência.
A teoria começou a ser aplicada em Boston, onde Kelling, assessor da polícia local, recebeu a incumbência de reduzir a criminalidade no metrô - um problema que afastava muitos passageiros, gerando um prejuízo de milhões de dólares. Contudo, o programa não chegou a ser concluído por causa de uma redução orçamentária.

Em 1990, Kelling e Wilson Bratton, foram destinados a Nova Iorque e começaram a trabalhar novamente. O metrô foi o primeiro laboratório para provar que, se "arrumassem as janelas quebradas", a delinqüência seria reduzida. A polícia começou a combater os delitos menores. Aqueles que entravam sem pagar, urinavam ou ingeriam bebidas alcoólicas em público, mendigavam de forma agressiva ou que pichavam as paredes e trens eram detidos, fichados e interrogados. As pichações eram apagadas na hora, e os "artistas" não podiam admirá-las por muito tempo.

Após vários meses de campanha, a delinqüência no metrô foi reduzida em 75% e continuou caindo de ano para ano. Após o sucesso no metrô e nos parques, foram aplicados os mesmos princípios em outros lugares e em outras cidades. Não se afirma que os resultados obtidos sejam exclusivos destas medidas, mas a experiência de Nova Iorque repercutiu em todo o país. Artigo extraído do jornal Interprensa - junho/1997.

Comentário Folha

Todos comentam sobre a dificuldade de combater a corrupção e todos reconhecem as terríveis conseqüências desta abominável prática. Não existe outro caminho senão a tolerância zero. Tomemos como exemplo uma prefeitura, é impossível o prefeito desviar dinheiro público sozinho. No mínimo ele precisa da ajuda do secretário da área (saúde, educação, obras... etc.), do tesoureiro, do Secretário de finanças, do pessoal da contabilidade, do contador e do empresário ou prestador de serviços que vai fornecer as notas frias, ou entregar menos do que foi comprado , ou entregar serviços que não executou ou executou em parte, e o prefeito precisa ainda da conivência dos vereadores para aprovar a sua prestação de contas e os seus atos.

Isso por baixo, daria no mínimo umas VINTE PESSOAS envolvidas direta ou indiretamente na corrupção e que recebem suas "vantagens" em dinheiro vivo, prestígio e (ou) cargos públicos. Se conseguirmos quebrar um só elo desta corrente, toda ela se desfaz. Em Tucuruí agimos como se apenas o prefeito fosse corrupto quando existem evidências de desvio de dinheiro público, mas, e os outros? Pensem nisso.


Agora por exemplo, estão crucificando o ex-prefeito Cláudio Furman, que está inclusive respondendo a processos na justiça, mas, repetimos, e os outros? Se estes crimes foram realmente cometidos, onde estão os funcionários coniventes e os empresários cúmplices? Quantos funcionários que foram coniventes continuam na PMT e talvez, quem sabe, praticando os mesmos atos? Quem são os empresários que foram cúmplices do Cláudio, (caso ele tenha realmente cometido os crimes de que o acusam), que continuam tranquilamente vendendo e prestando serviços à PMT? 

Duvidamos que outras pessoas além do ex-prefeito estejam sendo investigadas e  indiciadas e apostamos ainda que nenhum funcionário da PMT e nenhum empresário que por ventura tenham participado dos supostos crimes estão sendo acusados, e desafiamos  ainda a qualquer um a nos provar o contrário. Deixar de fora esta corja  de bandidos é incentivar e avalizar a prática criminosa da corrupção. Deixar de fora esta corja de ratazanas é garantir a impunidade, o enriquecimento fácil e ilícito e incentivar a perpetuação da praga da corrupção, para os próximos governos. ONDE ESTÃO "OS OUTROS?" 

Tolerância zero para a corrupção.

ISSO, É, UMA, VERGONHA!!!

Lei qualifica corrupção como crime hediondo


Assinado hoje (9) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de lei que qualifica o crime de corrupção como hediondo também prevê aumento das penas para os agentes públicos flagrados cometendo o crime, principalmente, no caso de altas autoridades, como presidente, governadores e prefeitos e seus respectivos vices, além de parlamentares (federais, estaduais e municipais), ministros de estados e juízes.
Atualmente, o Código Penal estipula pena de prisão de dois a 12 anos para os crimes contra a administração pública de peculato (apropriação de recursos em função do cargo), concussão (ato de exigir para si ou para outrem, dinheiro ou vantagem em razão da função) e corrupções ativa e passiva. Se o projeto for aprovado pelo Congresso Nacional, o tempo mínimo de permanência na cadeia para os corruptos será de quatro anos e o máximo de 16 anos.
No caso das altas autoridades - em que também estão incluídos os secretários com status de ministro, além dos secretários estaduais e municipais, os comandantes das Forças Armadas, os diretores de estatais, autarquias e fundações o tempo mínimo de reclusão será de oito anos e o máximo de 16 anos.
A proposta também pretende prolongar o tempo de prisão preventiva para as altas autoridades pegas cometendo o crime de corrupção. Nesse caso, o tempo de prisão preventiva passaria a ser de 30 dias, prorrogáveis por mais 30, bem superior ao tempo que é permitido hoje, de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco
A qualificação do crime de corrupção como hediondo só seria aplicado para o crime cometido pelas altas autoridades. Nesses casos, por exemplo, o crime passará a ser inafiançável e o criminoso não terá direito a indultos, como do Natal e Ano Novo. Também precisará ficar mais tempo preso para ter direito a reivindicar redução da pena e para obter liberdade condicional.
Para os demais servidores públicos, o projeto propõe passar o tempo mínimo de prisão de dois anos, para quatro anos. O tempo máximo permanecerá em 12 anos de reclusão. (Agência Estado)

A incompetência mata!!!

Falta quase tudo nos postos de saúde em Tucuruí. Apesar de ter arrecadado mais de R$ 100.000.000,00 (cem milhões) só este ano, a Prefeitura de Tucuruí não tem dinheiro para comprar medicamentos básicos, como por exemplo remédio para o controle da hipertenção. A hipertenção é um distúrbio que pode levar à morte caso não seja controlado. Muitas pessoas não tem condições de adquirir o medicamento para controle da doença, e correm risco de morte. Nos postos de saúde "informam" apenas que não tem medicamentos e não tem previsão de ter.

Diante destes lamentáveis fatos, deixamos no ar as seguintes perguntas:

1 - Este é o novo tempo?  O que foi mesmo que mudou?
2 - O que foi feito com todo o dinheiro arrecadado pela PMT?
3 - O que os vereadores estão fazendo que não fiscalizam?
4 - A PMT tem a obrigação de oferecer medicamento básico à população, então por que ninguém ainda ofereceu denuncia ao MInistério Público?
5 - Em vez de fazer propaganda de um grande hospital, por que o prefeito não atende pelo menos o básico na saúde?
6 - Se a PMT não consegue manter os postos de saúde como vai manter um grande hospital?
7 - Será que se a PMT empregasse nos postos de saúde o dinheiro que investe nos contratos com a imprensa alugada e com propaganda a situação da saúde pública em Tucuruí não estaria melhor?

Como dizer muito em poucas palavras

"Muito simpático, muito preparado o Puty. Fiquei impressionado com ele."

Vic Pires Franco (DEM) - Do blog do Bacana.

Governadores em apuros

Deu no Correio Braziliense

Governadores em apuros

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi:
Nem sempre nos apercebemos de algumas coisas que acontecem na política, mas elas podem ser muito importantes. Algumas, a ponto de fazer com que tenhamos que mudar nossa imagem da vida política no Brasil.
Tome-se a noção de que, nas disputas eleitorais, existe uma espécie de vale-tudo, onde os candidatos fazem qualquer coisa para ganhar, incluindo agir em completo desrespeito à lei, para não dizer aos princípios mais básicos da ética.
De norte a sul do país, toda vez que se reúnem eleitores em pesquisas qualitativas, são unânimes as queixas contra, por exemplo, a compra de votos, tão frequente nas vésperas das eleições e que todo mundo já viu ou ouviu falar.
Essa prática pode adotar inúmeras faces, desde o simples pagamento em dinheiro à distribuição de bens materiais e favores, da promessa de um emprego ao oferecimento de facilidades nas relações com o governo.
Ninguém acha que agir assim é legítimo para um candidato, ainda que muita gente diga compreender que um eleitor, premido pela necessidade, aceite a oferta.
É com grande ceticismo que o cidadão comum encara a possibilidade de que comportamentos desse tipo sejam banidos de nossa cultura política.
É como se todos concordassem (mesmo a repudiando) com a máxima segundo a qual, em uma eleição, só é feio perder. Para os políticos, o resto pode. E ninguém os pune por isso, nem os eleitores, nem qualquer instituição.
São cada vez mais eloquentes, no entanto, os sinais de que essa situação está mudando. Na verdade, de que já mudou. Veja-se, para confirmar, a sorte da atual safra de governadores, eleita em 2006.
Nunca antes, na história deste país, houve outra com tantos problemas para concluir seu mandato. Quase todos originados de denúncias acatadas pela Justiça por abusos cometidos no processo eleitoral.
Já foram três os cassados, com a consequente posse de seus substitutos. Cássio Cunha Lima (PSDB), Jackson Lago (PDT) e Marcelo Miranda (PMDB) não governam mais a Paraíba, o Maranhão e o Tocantins, respectivamente.
Mais dois enfrentam processos adiantados no Judiciário: José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima, e Ivo Cassol (PP), de Rondônia. Também o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), está às voltas com situação parecida.
Passaram igualmente por questionamentos que chegaram ao TSE os governadores de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), e do Amapá, Waldez Góes (PDT). O fato de terem sido julgados e absolvidos só confirma que as leis funcionaram no caso de ambos.
Somados, são oito governadores, ou seja, quase um terço do total. Sinceramente, não se pode mais falar de impunidade, pelo menos no que se refere às condutas avaliadas, pelo menos no tocante aos governadores. É muito improvável que a nova safra, a ser eleita em 2010, venha a repetir o que a antecessora fez.
Se o Judiciário, ao que parece, está cumprindo adequadamente o que dele se espera, o mesmo não se pode dizer do próprio sistema político. Na mudança do padrão de impunidade, o Legislativo tem sido de uma tolerância extraordinária, seja no plano federal, seja nos estados.
Acaba, portanto, por ser o responsável pela manutenção do sentimento das pessoas comuns, de que os políticos se imaginam e agem como personagens acima da lei. Nisso, contando com a ajuda nada pequena do presidente da República, que costuma brindá-los com seu carinho mais magnânimo.
Tudo isso vem à mente em função do que acontece no Distrito Federal. Frente ao que foi e está sendo revelado a respeito de como funcionaram os últimos governos, o que vai acontecer? Que resposta será dada pelas instituições?
De um lado, existe o caminho da judicialização, o encaminhamento das denúncias ao Judiciário. De outro, o político, com a abertura de um processo no âmbito da Câmara Legislativa.
Resta saber se os deputados distritais serão como seus pares gaúchos. Se fizerem como eles, a estatística dos governadores em apuros terá Arruda ao lado de Yeda Crusius, sobreviventes de processos que conseguiram evitar. Blog do Noblat.