Claro que tudo começou quando Sancler se "deixou" flagrar fazendo os tais e famosos cadastros. Não vamos entrar no mérito se é culpado ou não, esta decisão cabe ao Poder Judiciário. Queremos falar sobre como foi que começou a situação que resultou na gravação dos vídeos e na denúncia, até chegar ao dia de hoje.
A rivalidade começou bem antes das eleições, quando Sancler era vice-prefeito na administração anterior. Havia dois grupos políticos na PMT, o grupo do prefeito Cláudio Furman e o Grupo do Sancler. Sancler e seu grupo não toleravam o James que é irmão do ex-vereador Vieira e fazia diversos negócios com a PMT. A rivalidade chegou a tal ponto que Sancler veio à imprensa (no Programa Tucuruí Agora) e denunciou que havia uma suposta sangria nos cofres da PMT (
Vejam o vídeo da denúncia de sangria no Youtube >>).
Na oportunidade a comissão dos concursados pediu a gravação a Rádio Floresta e fez a denuncia ao Ministério Público, para que o vice-prefeito desse o nome dos sangradores da prefeitura. O Ministério Público convocou o vice-prefeito, que diante de representantes da Comissão dos Concursados prometeu que apresentaria as provas ao MP dentro de quinze dias, isso há uns dois anos atrás, ou seja, até hoje nunca apresentou as tais provas.
Depois destas denuncias o clima entre Sancler e James que já estava mais que ruim, azedou de vez. Durante as eleições Sancler denunciou o James à justiça eleitoral devido à propaganda eleitoral do então candidato James do Popular, pelas promessas do mesmo de que tinha um projeto para garantir a isenção do pagamento de luz elétrica a famílias de baixa renda, uma espécie de Bolsa Energia da PMT. James conseguiu provar na Justiça Eleitoral que em algumas cidades o projeto já existia, mas enquanto isso foi impedido de fazer a sua propaganda eleitoral que tinha como carro chefe o referido projeto, justamente na reta final da campanha eleitoral.
James nesta época foi informado de que estaria acontecendo os tais cadastros, conseguiu fazer as gravações e fez a denúncia que resultou no processo que está sendo julgado. Pois bem, Sancler ganhou em primeira instância tendo James recorrido ao TRE. Neste meio tempo, um político local que já havia sido vereador e presidente da Câmara Municipal e é amigo dos dois, resolveu intermediar o conflito, procurou o James e pediu a ele que conversasse com o prefeito e retirasse o processo contra o mesmo no TRE (ele poderia ter retirado já que ele é o autor da denuncia e do recurso).
James concordou em falar com Sancler, o tal político procurou então o prefeito, que se negou a qualquer tipo de conversa ou entendimento (o revanchismo é típico dele) acreditando que era invulnerável devido ao poder econômico da PMT, e ainda por cima além de se recusar a qualquer entendimento, a PMT engavetou por meses o pedido de James de Licenciamento Ambiental do Posto Popular de propriedade de James.
James devido à falta do tal documento teve muitos prejuísos, pois não conseguiu fazer vários negócios que dependiam de Licenciamento Ambiental, que só foi conseguido através da Secretaria de Meio Ambiente do Estado em Belém. O pior de tudo isso é que o Posto Popular obedece rigororamente às regras ambientais de funcionamento, ao contrário de outros postos que nem deveriam estar funcionando, pois não atendem à Legislação Ambiental.
Este é o resumo da história, não sabemos qual será a decisão da justiça, o que sabemos é que seja qual for o resultado, Sancler é o culpado de a situação ter chegado a este ponto. Primeiro por que fez os tais cadastros e segundo por que foi orgulhoso e vingativo. Política não se faz com ódio, quando isso acontece, dá no que deu...