A lama do DEMsalão não tem fim. Lembram do deputado distrital Júnior Brunelli, aquele do vídeo da oração da propina? Pois como ele renunciou para escapar da cassação, a Câmara Legislativa do DF convocou seu suplente, que é ninguém menos que Geraldo Naves (aquele que entregou o bilhete de Arruda ao jornalista Edson dos Santos, o Sombra), preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, acusado de obstruir as investigações sobre o esquema de corrupção no DF.
Como a prisão preventiva não retira de Naves os direitos políticos, a situação absurda é que ele depende de autorização judicial para deixar a cadeia e assumir o mandato. Que, se depender do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, será negada.
A Câmara Municipal aprovou a convocação da Secretária de Educação Municipal para prestar esclarecimentos sobre denuncias contra a Secretaria. Antes que alguém se anime e comece a pensar que alguma coisa está mudando e os vereadores vão pedir satisfações e cobrar soluções aos graves problemas por que passa a educação em Tucuruí, convém lembrar que este filme é repetido e todo mundo sabe o final.
A Secretária de Educação já foi "convidada" no ano passado pela Câmara Municipal a prestar esclarecimentos, mas em vez de ser questionada e cobrada pelos vereadores, foi na verdade submetida a uma bajulação e a um beija mãos que faria inveja ao papa. Em vez de cobranças foram só elogios e ela saiu mais forte do que entrou.
Os vereadores de oposição apenas ensaiaram uma tímida cobrança de explicações, que foram prontamente rechaçadas pela situação, e a "visita" da Secretária não deu em nada, e o resultado todos conhecem. A própria administração municipal e o prefeito só tem a perder ao manter uma situação como esta, e no fim sobra para o povo e para os alunos da rede pública de ensino municipal.
Podemos estar até enganados, mas acreditamos que veremos a peça teatral ser novamente encenada, para dar ao povo a impressão de que a Câmara realmente está agindo, fiscalizando e está preocupada com a educação no município.
Em nossa opinião a Secretária vai sair ainda mais forte do episódio.
Enquanto a população de Tucuruí (como no resto do país) tem um serviço de saúde pública de péssima qualidade, um vereador (Tabaco) propôs na última sessão da Câmara um plano de saúde para os vereadores, custeado é claro com dinheiro público.
Em vez de gastar dinheiro com privilégios, os vereadores deveriam contribuir para com a ASSERT como todos os funcionários do município, só tem um problema, o vereador não quer descontar 6% do seu salário como todo mundo, quer privilégio, enquanto a população tem que esperar dias e até meses para um exame, que em muitas situações tem que ser feito na capital.
Se a Câmara aprovar este privilégio, tem que estender o benefício a TODOS os servidores do município e também a toda a população (que vai pagar a conta), já que os vereadores não são melhores do que ninguém. Se o vereador quer ter direito a plano de saúde particular, que pague do próprio bolso como qualquer cidadão deste país.
A vereadora Drª. Edileuza (PSC) entrou com requerimento ao Prefeito Municipal de Tucuruí (Req. 001/2010/GAB/VER/PSC) solicitando cópia completa do processo administrativo que deu origem ao convênio firmado entre o Município de Tucuruí – Prefeitura Municipal de Tucuruí e o Colégio Sophos, juntamente com a relação dos alunos beneficiados com a bolsa de estudos, e a relação dos aprovados no concurso vestibular do ano de 2009 e 2010, e os valores gastos com o convênio até o presente momento.
Nós já havíamos publicado matéria a respeito deste projeto, que a nosso ver tem muitos pontos obscuros. Foi feito vestibular, divulgada a lista dos aprovados e teve início às aulas. Depois de uma semana algo em torno de 50 alunos dos 130 aprovados, foram submetidos ao constrangimento de serem informados em plena aula de que foram desclassificados por não obedecerem aos critérios da Secretaria de Ação Social. Isso assim, sem maiores explicações. O interessante é que alguns poucos destes alunos “desclassificados” retornaram em poucos dias e outros não. Mais interessante ainda é que já se passaram quase três semanas e não foi divulgada a nova lista, já com os nomes dos novos alunos que deveriam substituir os que tinham saído.
Isso nos leva a várias suposições, já que os novos alunos estão perdendo muitos dias de aula. Seria pura e simples incompetência da Secretária de Ação Social em resolver a situação, substituindo os alunos desclassificados e divulgando a lista dos novos alunos? Ou será que existe algo por trás de tudo isso que não querem que venha à tona e ao conhecimento da população? A Ação Social está à frente de vários projetos e programas do Governo Federal, Estadual e Municipal, como por exemplo o Cartão de Complementação Alimentar e o Bolsa Família. Esta situação obscura da Ação Social no projeto novos rumos lança dúvidas sobre todas as atividades da Ação Social. Quanta lebre ainda tem para sair desta moita?
Parabéns à Vereadora Drª. Edileuza por fiscalizar este convênio, já que se trata de dinheiro público e do futuro dos nossos jovens. Pedimos à vereadora que vá até o fim nesta história e esclareça de vez o que está acontecendo. Se estiverem usando projetos que deveriam beneficiar jovens e pessoas pobres e dinheiro da PMT, para atender a interesses que não sejam públicos e impessoais, que tudo seja apurado e os responsáveis denunciados à justiça. No mínimo o dinheiro público está sendo desperdiçado, pois dezenas de alunos estão sendo prejudicados e estão sem aulas.
O Folha se coloca à disposição da Vereadora para divulgar o resultado da fiscalização e colocar a população à par do que está acontecendo. Tudo tem que ser esclarecido o mais rápido possível, pois quanto mais o tempo passa, mais os alunos serão prejudicados e a cidade terá ainda mais prejuízos .