Nos últimos tempos o Hospital Regional está sempre no topo da lista dos comentários, ao lado da falência da PMT e do processo na justiça eleitoral. Mas afinal o que acontece de verdade com o Hospital Regional de Tucuruí? É justamente este, o tema que vamos discutir agora, mas para discutir o Regional temos que partir de algumas constatações:
1 - É inegável que o Hospital não está atendendo satisfatoriamente a população, tanto que reclamações e denúncias de mau atendimento e negligência são comentadas pelas rádios locais com mais freqüência do seria de se desejar.
2 - É de conhecimento público que o Hospital Regional de Tucuruí (e seus funcionários) está sobrecarregado devido ao fato de assumir a maior parte dos atendimentos da saúde básica em Tucuruí, o que é dever da prefeitura.
3 - É de conhecimento público que a falta de manutenção e de compra de equipamentos para o Hospital Municipal, citando como exemplos o Raio X que ficou parado por meses, sobrecarregando o Raio X do HRT, e o Autoclave que está quebrado a meses e até hoje, também está sobrecarregando o HRT, pois todas as esterilizações do Hospital Municipal são feitas no Hospital Regional.
4 - Médicos e outros profissionais da saúde municipal encaminham pacientes da saúde básica com problemas menores e pequenas cirurgias para o Hospital Regional.
Mas, se o Hospital Regional de Tucuruí deve atender somente aos casos de média e alta complexidade, por que atende aos casos que são da competência da prefeitura, onerando o Estado e prejudicando a eficiência e o atendimento no HRT?
Com um pouco de experiência em administração pública não é difícil perceber o motivo destas distorções.
Bom, vamos partir do princípio de que é muito difícil nos dias de hoje manter médicos trabalhando em cidades do interior, ainda mais em algumas especializações, isso faz com que as administrações sejam em muitos casos excessivamente condescendentes com erros médicos e com procedimentos pouco profissionais, como faltas constantes, descumprimento de horário e tempo mínimo para o atendimento em consultas, tratamento rude para com os pacientes e a população, insubordinação para com a direção dos hospitais (Públicos), e até mesmo negligência. Claro que temos exceções, mas não deixam de ser exceções.
Temos que considerar ainda que quase todos os médicos do Hospital Regional de Tucuruí também são funcionários da prefeitura. Ora, a governadora está na capital e provavelmente não sabe o que está acontecendo no HRT, e não conhece e nunca viu a maioria dos médicos daquele hospital. Duvidamos ainda que tenha algum tipo de fiscalização (eficiente) no HRT, que coloque o governo à par da real situação e muito menos do que acontece no HRT.
Já o prefeito está bem perto, conhece todos os médicos e demais profissionais da saúde, ele pode dar licenças, liberar plantões, enfim, proporcionar todas as facilidades, comodidades e vantagens que o poder pode oferecer, bastando para isso não o contrariar e não contrariar os seus interesses. Diante disso, fica praticamente impossível que algum profissional da saúde no HRT ou no município tenha coragem ou interesse em denunciar ou mesmo desagradar o prefeito de alguma forma.
O dinheiro do SUS vem para o município para manter a rede básica de saúde, sendo que este serviço é feito em sua quase totalidade pelo Hospital Regional de Tucuruí, enquanto o Governo do estado arca com toda a despesa que não é de sua responsabilidade, deixando de aplicar estes recursos para manter, melhorar e ampliar os serviços que o próprio HRT presta à população de Tucuruí e região. Convém lembrar que esta situação não afeta apenas o erário público federal (SUS), e o erário público estadual (HRT), mas prejudica diretamente o atendimento e a eficiência do Hospital regional de Tucuruí e a toda a população de Tucuruí e municípios vizinhos.
Mas o quê a direção do Hospital Regional de Tucuruí pode fazer? Deixar de atender à população nos casos de competência do município? Deixar de esterilizar os materiais do Hospital Municipal? Deixar de trirar Raio X quando o do Hospital Municipal estiver quebrado? Claro que não.
O HRT deve continuar atendendo à população pois o povo é a vítima nesta história, tem é que cobrar da prefeitura o ressarcimento pelos gastos do HRT com procedimentos e atendimentos que são de responsabilidade da prefeitura, e comunicar o que está acontecendo às autoridades competentes como o MPE, MPF e SUS.
Com certeza esta matéria deve chamar a atenção das autoridades competentes, dentro e fora do município e do estado para o que está acontecendo com a saúde em Tucuruí. Algo de muito grave acontece na saúde em Tucuruí, tanto a nível municipal como estadual, e alguém tem que tirar isso a limpo. Em que está sendo gasto o dinheiro do SUS que a PMT economiza jogando a saúde básica para o Hospital Regional? Por que a direção do hospital se cala e é conivente com esta situação que prejudica o povo, o estado e o próprio Hospital Regional de Tucuruí?
Muitos estão com saudade da administração anterior. Tinha bem menos reclamação e o Juraci como administrador defendia o Hospital Regional, e tinha peito para cobrar do prefeito e da prefeitura. E para não esquecer, em Tucuruí tinha Conselho de Saúde atuante também.
Alô vereadores, alô Conselho de Saúde, toc, toc, têm alguém aí?