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segunda-feira 01 2010

Por que Ana Júlia perdeu a eleição?

Do Blog espaço Aberto

Os petistas – de todos os matizes, de todas as tendências – vão ser fazer essa pergunta aí de cima pelos próximos dias, pelas próximas semanas, pelos próximos meses, pelos próximos anos.

Por que, afinal, a governadora Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (na foto) não conseguiu emplacar mais um mandato?

Sua Excelência, quando se elegeu em 2006, tinha a seu favor qualidades, fatores, contingências e circunstâncias que a credenciavam a fazer um bom governo.

Ana Júlia, afinal, era a primeira mulher a se eleger governadora do Pará. Poderia aproveitar essa condição como elemento de emulação e de promoção política para demonstrar que, sim, ela era beneficiária da evolução da consciência política dos paraenses, o que lhe daria sustentação para fazer um governo à altura das expectativas gerais.

Ana Júlia, ao se eleger, desfrutava de uma incontrastável popularidade, confirmada por sua trajetória na vida pública, inclusive tendo alcançado o mandato de senadora.

Carregava a credencial de ter destronado do poder o tucanato que lá se aboletava havia 12 anos consecutivos.

Conseguiu formar uma aliança política que colocou a seu lado o PMDB, o maior partido do Estado.
Era do mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cara, aquele que, tirante o fato de que às vezes – ou quase sempre – se apresentar como o construtor do Universo, pode festejar à farta a condição que ostenta, a de presidente mais popular da História do Brasil.

Essa era a Ana Júlia que, como governadora, tinha tudo para dar certo.

Mas deu errado.

Deu tudo errado.

Por quê?

As razões da derrota. No atacado.

Muitas razões podem explicar isso.

Relacionem-se algumas delas.

1. Ana Júlia revelou-se de uma inexperiência administrativa atroz. Revelou-se de uma inexperiência administrativa de efeitos devastadores. Até ser governadora, ela só havia administrado o Sindicato dos Bancários. Não fora submetida, até aquela altura, ao teste de gestão nem mesmo quando chegou a ser vice do prefeito Edmilson Rodrigues, então no PT. Isso porque Ana Júlia foi prefeita em exercício.

2. A inexperiência administrativa de Ana Júlia sobressaiu em dois casos por si sós emblemáticos e ambos de repercussão nacional. O primeiro deles ocorreu em fevereiro de 2007, quando a governadora assinou decretos nomeando sua cabeleireira, Manoela Figueiredo Barbosa, e sua esteticista, Franciheli de Fátima Oliveira, como assessoras especiais, lotadas no gabinete da governadoria. O segundo, de repercussão igual – senão maior – que o anterior, consistiu também na nomeação da performática Elida Braz, Senhora Kaveira, para assessora especial da Governadoria.

3. A inexperiência administrativa da governadora, em tese, não seria um problema de monta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não tinha nenhuma vivência administrativa, a não ser nos sindicatos que dirigiu. Mas, uma vez presidente, acercou-se de bons quadros e fez o governo mais popular da história do País. Ana Júlia não. Desde o primeiro momento, deixou-se agrilhoar, deixou-se ficar algemada, deixou-se cair como refém de um quarteto que também ficou conhecido como núcleo duro do governo.

4. Refém do núcleo duro, Ana Júlia não viu mais o PT à sua frente. Não viu mais o partido. Não o reconheceu mais como uma legenda orgânica, que poderia lhe dar sustentação. Passou a divisar apenas o núcleo que a mantinha refém e, em consequência, passou a ter olhos apenas para os interesses da Democracia Socialista (DS), a minúscula, inexpressiva tendência petista a que pertence a própria governadora.

5. Sob a tutela dos luas-pretas da DS, Ana Júlia pôs em andamento e turbinou aquela que foi a pior, a mais atabalhoada, a mais disparatada, a mais emperrada e a mais ineficaz articulação política já posta em prática por um governante no Pará. A articulação política, conduzida por seu chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, revelou-se, além do mais, conflitante e conflituosa depois que ele, mesmo na condição de um dos quadros mais influentes do governo, começou a notabilizar-se como pré-candidato a deputado federal, cargo para o qual acabou se elegendo.

6. O próprio PT, partido da governadora, foi uma das vítimas da desarticulação empreendida com notável desenvoltura pela Casa Civil do governo, durante a era Puty. Em meados de 2009, o poster ouviu de viva voz, da assessoria de um parlamentar petista, que o deputado não conseguia falar havia semanas com a governadora. E ele, o deputado, não queria pedir nada. Ou por outra, queria pedir, sim, mas informações circunstanciadas sobre determinada matéria para defender Ana Júlia de críticas ferozes que ela vinha sofrendo na Assembleia.

7. Na articulação política desastrada, conduzida pelo então chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, está a gênese, em boa parte, das dissensões e dos conflitos que levaram ao afastamento do PMDB e, posteriormente, ao rompimento da legenda com o governo, jogando por terra a possibilidade de se manter a aliança desde o primeiro turno das eleições deste ano.

8. A nomeação de Everaldo Martins para comandar a Casa Civil mudou da água para o vinho, mudou do péssimo para o muito melhor a qualidade da articulação política do governo Ana Júlia. Mas já era tarde. Everaldo só assumiu o barco em março deste ano. Havia pouco tempo para juntar os cacos e restaurar os vínculos políticos que seu antecessor esfacelara irreversivelmente.

9. Da mesma forma, Ana Júlia tomou muito tarde a decisão de mexer na Comunicação do governo. Durante a maior parte de seu governo, essa área foi impalpável, inexistente. Não se sabe se nada divulgava porque não sabia como divulgar ou porque obras não havia para serem divulgadas. De meados do ano passado para cá, a Comunicação, mas também não conseguiu, sozinha, reverter situações que já haviam causado enorme desgaste à imagem da governadora.

10. E por falar em obras... O governo Ana Júlia acordou da letargia na onda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mas isso também já foi tarde. E o PAC esteve sempre associado ao governo federal, ao governo Lula, e muito pouco aos governos estaduais. Resultado: até inaugurar uma cozinha industrial no Hangar, Ana Júlia pouco ou nada tinha para mostrar. Quando passou a ter alguma coisa para mostrar, não havia mais tempo para que isso se convertesse em votos. E votos, como se sabe, são essenciais para eleger e reeleger um governante, não é?

11. O enclausuramento de Ana Júlia e a dificuldade de seu governo em se comunicar levaram Sua Excelência a ficar acuada em três momentos dos mais críticos. No caso da menor presa e seviciada numa cela de presos em Abaetetuba, no caso da mortandande de bebês da Santa Casa e no caso dos kits escolares. E olhem que, no caso da menor, o delegado-geral Raimundo Benassuly primeiro se exonerou do cargo, depois de uma declaração infeliz. Passados alguns meses, o que fez Ana Júlia? Reconduziu-o ao posto.

12. A governadora também perdeu porque, no afã de se eleger, não mediu escolhas, não selecionou aliados, não passou no crivo os adesistas à sua candidatura. Quem se alia a um Duciomar Costa, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História, não quer, sinceramente, ganhar uma eleição. E quem se alia a Almir Gabriel se vê forçada a fazer certas revisões históricas que conduzem a vergonhosas, a constrangedoras contradições com trajetórias políticas como as de Sua Excelência a governadora Ana Júlia.

13. E por último, mais não menos importante, Ana Júlia não se reelegeu porque escolheu mal a agência que fez a sua propaganda, a baiana Link. E o escolher mal, como aqui está posto, nada se deve ao fato de a Link ser baiana, mas porque a agência nunca esteve linkada com as peculiaridades de campanhas como as que se desenvolvem no Pará, que são diferentes das que ocorrem na Bahia, ou em Pasárgada ou até no Afeganistão. Assim, três grandes erros na campanha foram, também eles, decisivos para a derrota da governadora.
Essas são, digamos, as razões no atacado.

São 13 razões ao todo.

Mas razões outras há, é claro.

São, todavia, razões no varejo.

Quanto a essas, os petistas, eles próprios, haverão de desvendar.

Nos próximos dias.

Nas próximas semanas.

Nos próximos meses.

Nos próximos anos.
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Nota do Folha: Não podemos esquecer a grande participação do Paulo Rocha nesta derrota. 

Mas isso é outra matéria.

A primeira vez

Curiosidades da política brasileira.

Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil.

É o primeiro presidente em 510 anos de história do Brasil a receber a presidencia de dois outros presidentes eleitos democraticamente.

Lembrem que FHC passou a presidencia ao Lula que agora repassa à Dilma.

domingo 31 2010

Simão Jatene é eleito governador do Pará

Com 90,77% das seções apuradas, tucano teve 56,20% dos votos válidos.


Tarso Sarraf/AE 
Simão Jatene (PSDB) foi eleito governador do Pará

Do R7

Simão Jatene (PSDB) foi eleito governador do Pará neste domingo (31).

O resultado foi constatado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com 90,77% das seções apuradas.

Jatene teve 56,20% dos votos válidos, contra 43,80% dos votos dados a Ana Julia Carepa (PT).

O número de votos nulos foi de 92.178 e o de votos em branco de 47.389. O percentual de abstenções no Estado chegou a 26,61%.

A pesquisa de boca de urna feita pelo Ibope no Estado já indicava a vitória de Jatene. O Pará tem 4.763.592 eleitores, distribuídos em 2.292 seções.

Durante a votação deste domingo (31), o TSE registrou 50 ocorrências no Estado, com 43 pessoas presas por boca de urna. Nove urnas apresentaram defeito.

Governador do Pará durante o primeiro mandato do governo Lula (2003-2006), Jatene iniciou a carreira política no fim da ditadura militar, nas primeiras eleições para governador, em 1982. No governo de Jader Barbalho (1982-1987), foi secretário da Previdência e da Reforma Agrária. Mais tarde, em 1988, ajudou a fundar o PSDB. 

Troca de acusações

Na reta final das eleições, a disputa entre os candidatos do Pará tinha se acirrado. Se havia recuado no primeiro turno, Ana Júlia foi mais agressiva no segundo. Ela conseguiu o apoio do ex-governador Almir Gabriel, 78, um dos fundadores do PSDB no Estado e antigo padrinho político de Jatene. Em vídeo gravado, ele chegou a chamar o discípulo de “preguiçoso” e disse que iria perder para a petista.

Do lado de Jatene, parte da subida pode ser creditada ao apoio do terceiro colocado na disputa, Domingos Juvenil (PMDB). Ex-prefeito de Altamira, ele conseguiu 10,8% dos votos válidos no primeiro turno. O partido, comandado no Estado por Jader Barbalho, liberou suas lideranças para apoiar qualquer um dos dois candidatos.

Imprensa internacional destaca vitória de Dilma

Jornais de todo o mundo destacam eleição da primeira mulher presidente do Brasil

O El País diz que Dilma vai governar "um dos países que melhor representam a emergência das novas potências mundiais"

Do R7

A eleição da primeira mulher presidente do Brasil ganhou grande destaque na imprensa internacional. A vitória de Dilma Rousseff ganhou as manchetes de vários jornais, de várias partes do mundo. 
O espanhol El País destacou, em sua manchete principal, que Dilma é “a primeira mulher a conseguir a Presidência do Brasil”. O jornal diz que ela terá à sua frente “uma tarefa formidável [que é governar] um dos países que mais bem representam a emergência das novas potências mundiais”.

O americano The Wall Street Journal destaca, também em sua manchete principal, que “Dilma Rousseff ganha a votação no Brasil”.

O diário diz que “a ex-guerrilheira marxista, que se tornou uma poderosa ministra, tornou-se a primeira mulher presidente do Brasil em uma vitória selada pela prosperidade econômica e a alta popularidade de seu antecessor e mentor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

O francês Le Monde também destacou a vitória da petista em sua manchete principal. O jornal diz que “sem carisma, mas com a reputação de ‘dama de ferro’ quando esteve no governo, Dilma Rousseff foi presa e torturada no início dos anos 1970, ao combater a ditadura. Quase desconhecida há poucos meses, esta tecnocrata deve sua ascensão ao papel ativo do presidente [Lula]”.

“Brasileiros apostam no modelo de Lula”, diz La Nación

A rede CNN em espanhol confirmou a vitória de Dilma e falou sobre as festas programadas para a comemoração.

O argentino La Nación destaca, no principal espaço de sua página, que “Dilma é a nova presidente do Brasil”. O jornal diz que “os brasileiros apoiaram a continuidade do modelo de sucesso construído por Lula”.
O também argentino Clarín diz na manchete principal que “Dilma abre vantagem sobre Serra e se torna a nova presidente do Brasil”.

O italiano La Reppublica diz: “Brasil, é hora de Dilma”, destacando que a petista se impôs sobre o candidato de “origem calabresa”, José Serra, em razão da popularidade de Lula.

O jornal austríaco Der Standard colocou a manchete: “Rousseff será a primeira presidente do Brasil”. O suíço 20 Minuten também destacou em sua manchete: “Dilma Rousseff é a sucessora de Lula”.

ELEITOS!!!

ELEITOS
Dilma, Presidente do Brasil!!!


Jatene, Governador do Pará!!!