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segunda-feira 09 2013

Brasil tenta burlar agência de inteligência dos EUA com novos cabos e satélite

   
Pode algum governo escapar ao olhar indiscreto da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos? O Brasil vai tentar.
    
Irritado com as recentes revelações de que os Estados Unidos espionaram e-mails e telefonemas de brasileiros, inclusive da presidente Dilma Rousseff, o governo está acelerando seus esforços para melhorar a segurança das comunicações na esperança de preservar mais seus segredos.
    
Ao adquirir um novo satélite, obrigar burocratas em Brasília a usar plataformas de e-mail seguras e até implantar um cabo de fibra óptica próprio para se comunicar com governo de países vizinhos, o Brasil espera pelo menos reduzir a quantidade de informação disponível para governos estrangeiros.
    
A crescente ênfase nas comunicações seguras é algo um pouco difícil de vender num país famoso por seu jeito relaxado, sem histórico de ser alvo do terrorismo internacional e há mais de um século sem travar nenhuma guerra contra vizinhos.
    
As autoridades brasileiras também admitem enfrentar os mesmos problemas de muitos outros países que ficaram incomodados com as recentes revelações sobre a NSA. Ou seja, a implantação de novas tecnologias é cara e difícil, e mesmo assim não há garantia de driblar completamente a sofisticada rede de arrasto empregada pelo governo dos EUA.
    
Mesmo assim, o Brasil está especialmente motivado para agir.
    
Mais do que a maioria dos outros países, o país sofreu constrangimentos com os documentos revelados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden. Reportagem exibida no domingo pela TV Globo incluiu um documento com um diagrama mostrando comunicações entre Dilma e seus principais assessores, o que seria parte de um "estudo de caso" da NSA sobre seus poderes de espionagem.
    
Dilma ficou tão irritada com a notícia que cogita cancelar uma visita de Estado aos Estados Unidos no mês que vem, disse uma fonte oficial à Reuters na quarta-feira.
    
Em julho, já havia vindo à tona a notícia de que a NSA usava programas secretos de vigilância para espionar e-mails e colher dados sobre telefonemas no Brasil e em outros países latino-americanos. Em resposta a isso, o governo dos EUA disse monitorar os padrões de comunicação a fim de detectar potenciais ameaças, mas que não bisbilhota pessoas comuns.
    
Os burocratas que trabalham nos edifícios modernistas de Brasília há anos já possuem serviços de correio eletrônico criptografado, incluindo uma plataforma local chamada Expresso.
    
Mas só depois das recentes revelações muitos funcionários perceberam seu valor, segundo Marcos Melo, gerente do Serviço Federal e Processamento de Dados (Serpro), empresa estatal que criou o Expresso e administra bancos de dados seguros para o governo.
    
"Agora as pessoas entendem o risco que você corre ao não proteger suas comunicações", disse Melo. "Quando começamos a investir no Expresso, há seis anos, disseram: ‘Por que se dar ao trabalho de desenvolver uma nova ferramenta se o Gmail existe e é grátis?'"
    
CÉUS CONTROLADOS
    
A primeira onda de revelações sobre a espionagem, em julho, incluiu documentos mostrando que a NSA e a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) mantinham conjuntamente estações de monitoramento de satélites em 64 países, incluindo uma em um bairro residencial de Brasília.
    
Coincidência ou não, o Brasil tomou nas últimas semanas decisões importantes para ter mais independência em seus céus.
    
Em questão de semanas, o governo concluiu um processo de seleção para a produção de um novo satélite a ser dividido por autoridades civis e pelas Forças Armadas. A empresa vencedora foi a Thales Alenia Space, consórcio liderado pela francesa Thales, principal empresa europeia de sistemas eletrônicos de defesa.
    
A escolha coube à Visiona, nova parceria entre a estatal de telecomunicações Telebras e a fabricante de aviões Embraer, com a tarefa de administrar o novo satélite e desenvolver outros no futuro.
    
A escolha da Thales em vez de uma empresa dos EUA ou Japão causou certo espanto entre alguns diplomatas em Brasília, que se perguntaram até que ponto as revelações sobre a NSA estão por trás disso.
    
O presidente da Telebras, Caio Bonilha, disse à Reuters que o principal fator para a decisão foi o custo, e não preocupações de que um satélite de fabricação norte-americana pudesse ser mais suscetível aos programas de espionagem dos EUA.
    
No entanto, falando em termos mais amplos sobre recentes ações da empresa, ele admitiu que "a segurança se tornou uma grande preocupação".
    
Grande parte das comunicações no governo brasileiro, inclusive dos militares, depende de um satélite pertencente a uma companhia controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim. O Brasil não pode nem controlar seu ângulo, muito menos a segurança dos seus canais.
   
O novo satélite a ser fornecido pela Thales será lançado em 2016 na Guiana Francesa. O custo total, incluindo o satélite, o lançamento e o seguro, será de 600 a 650 milhões de dólares.
    
Ele oferecerá acesso ao serviço de internet banda larga em partes remotas do Brasil e ampliará a rede digital do governo para todo o país.
    
Além disso, o Brasil começou a estabelecer conexões diretas de fibra óptica com outras nações sul-americanas --o Uruguai já foi conectado e a Argentina será a próxima-- para evitar que informações entre governos passem por redes dos EUA.
    
"Quanto menos a sua informação viajar pelo mundo, mais segura ela estará", disse Bonilha.
    
O Serpro também espera que, em meio às atuais preocupações, mais usuários adiram ao Expresso. Essa plataforma se baseia em um programa de fonte aberta, o que, ao contrário do que se pode pensar, garante mais segurança, já que o código é totalmente conhecido e pode ser verificado quanto a atividades invasivas.
     
Já os softwares protegidos podem ter um código secreto que oculte o acesso a dados por terceiros, o que Melo diz ser o caso do Google, que nega que o governo dos EUA tenha acesso a informações guardadas em seus data centers.
    
Depois das revelações de Snowden, a Comissão de Relações Exteriores do Senado convocou executivos das filiais brasileiras do Google, Facebook e Microsoft para deporem em uma audiência sobre a possível colaboração dessas empresas com a NSA. As empresas negaram veementemente qualquer envolvimento com a espionagem.
    
Mesmo sob as luzes brilhantes do Congresso, há pouca expectativa de proteção total contra a espionagem.
    
"A espionagem existe desde que as nações existem, mas ela chegou a dimensões inimagináveis com a NSA", disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que apoiou na semana passada a criação de uma CPI sobre a espionagem da NSA.
    
"Mas não nos enganemos. Por mais que façamos, jamais será suficiente para impedir a vigilância eletrônica dos EUA, porque a tecnologia atual é ilimitada."
    

sexta-feira 06 2013

RJ: traficantes proíbem cultos de religiões de matriz africana

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) se reuniram nessa terça-feira para debater o pedido de instauração de inquérito para investigar a denúncia de que traficantes que se declaram evangélicos e que vivem em Vaz Lobo e em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio, estão proibindo religiões de matriz africana de manterem cultos na região.
    
Segundo a comissão, vários centros espíritas estão sendo invadidos por pessoas que dizem ser do tráfico, expulsando fiéis e ameaçando pessoas por usarem roupa branca. O presidente da CCIR, Ivanir dos Santos, relatou que a discriminação não é novidade e que vários religiosos de matriz africana passaram por situações parecidas diversas vezes.
           
"Isso não começou hoje, vem desde 2008. Precisávamos conversar neste momento com o Ministério Público para conseguir uma atuação mais concreta. Amanhã (quarta-feira) vamos levar um documento para entregar ao ministério e pretende-se instaurar uma ação civil pública para que possa haver uma investigação de tudo que pode estar por trás deste tipo de atitude", disse Santos.
            
O documento será elaborado nesta quarta, ainda sem uma pauta definida, mas os representantes da comissão falam em abordar a questão da construção do Plano Nacional contra a Intolerância Religiosa. A Coordenadoria de Direitos Humanos do Ministério Público se comprometeu a apoiar o combate a esse tipo de crime, repudiando qualquer tipo de preconceito e repressão à liberdade do ser humano.
           
O procurador Márcio Mothé faz parte da coordenadoria e reiterou que o caso deve ser tratado como algo gravíssimo. "A comissão vai nos entregar um documento que encaminharemos aos promotores da Tutela Coletiva de Cidadania e pretende-se que seja instaurado um inquérito civil para que o promotor da área possa identificar os locais onde estão ocorrendo maior intolerância. Há a notícia grave de que seria o tráfico e uma determinada religião influenciando, fazendo uma pressão em detrimento de outro. Isso será apurado e o Ministério Público tomará as providências cabíveis a partir disso", disse.
              
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa foi criada em 2008, devido ao aumento do número de casos semelhantes. Para o delegado de polícia responsável pelo núcleo de combate à intolerância religiosa, Henrique Pessoa, o diálogo com o MPRJ demonstra o avanço no tratamento a esse tipo de assunto.
            
"Acredito que é uma atuação muito oportuna, vai ter um aspecto emblemático e didático muito forte. É uma tentativa que vem ocorrendo há seis anos, tentando mostrar que o estado está ciente, está realmente observando o fato com a devida relevância, porque muitas vezes as pessoas tendem a achar que o fato é de menor relevância, quando isto envolve uma dimensão única da pessoa, qual seja sua escolha religiosa", disse Henrique Pessoa. Leia a matéria no Portal Terra.
        
Agência Brasil
               

A política na visão mórbida dos fundamentalistas radicais e fanáticos religiosos









Pão e circo na visão dos políticos...


Existem truques para fazer o consumidor gastar mais sem perceber?

por Diogo Ferreira Gomes

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Sim. Artimanha é o que não falta para aumentar a lucratividade de produtos vendidos em feiras, farmácias, açougues e supermercados. Para descobrir os truques mais engenhosos do mercado, a ME consultou órgãos de regulamentação e fiscalização de produtos e designers de embalagens, que contaram como fabricantes e comerciantes criam armadilhas sutis para faturar mais dinheiro - seja vendendo menos pelo mesmo preço, seja embutindo ingredientes que turbinam o preço dos produtos sem oferecer vantagens ao consumidor final. Depois dessa reportagem, vai ficar mais difícil levar gato por lebre. Ou coxão duro por picanha, água por frango... $$$
Atacado no varejo
Levando uma unidade de cada produto desta prateleira, o preju supera R$ 125
EMBALAGEM-SURPRESA
Prejuízo - R$ 1,40 em uma lata de leite em pó
No caso de vasilhames rígidos e opacos que embalam produtos em pó, não dá para apalpar e sentir a quantidade de produto envasado. Por isso, a regulamentação indica que embalagens desse tipo podem ter no máximo 10% de espaço vazio - 25% no caso de achocolatados. Já houve casos de embalagens com 30% de vento
RECHEIO DE VENTO
Prejuízo - Engana os olhos, mas não dói no bolso
Embalagens de salgadinhos e batatas chips - do tipo flow pack - enchem os olhos porque são cheias de vento. Como a obrigação do fabricante é entregar o produto com o peso indicado, sem restrições em relação ao tamanho da embalagem, alguns pacotes carregam até 40% do volume inflado
PICANHA PIRATA
Prejuízo - R$ 8 numa peça de 2 kg
Se alguém lhe oferecer uma peça de picanha muito grande para o churrasco, pode desconfiar. É quase impossível que esse corte tão apreciado pela maciez pese mais de 1,1 kg. Quando isso acontece, tem coxão duro na jogada - a diferença de preço entre os cortes é de cerca de 5 reais por quilo
ÁGUA POR QUILO
Prejuízo - R$ 1 numa peça de 1 kg de frango
Mergulhar os frangos na água antes de congelá-los deixa o produto mais pesado na balança e no bolso do consumidor. Peixes e camarões também podem vir com mais gelo do que devem. A lei permite que até 6% do peso das peças seja de água, mas fiscais já encontraram mercadorias com quase o dobro disso
OLHO NO ROLO
Prejuízo - R$ 3,20 levando 60% do comprimento indicado na embalagem de oito unidades
O Inmetro - órgão do governo que regulamenta e padroniza o tamanho de vários produtos - definiu que os rolos de papel higiênico devem medir, pelo menos, 20 m de comprimento e 10 cm de largura. Como fiscalizar isso em casa é muito chato, os fabricantes deitam e rolam. O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) já deu falta de 12 m em rolos de 30 m
LEVE MENOS, PAGUE MAIS
Prejuízo - R$ 1,30 e sete bombons a menos
Produtos oferecidos em menor quantidade sem mudar a embalagem são armadilhas comuns. Nesses casos, é obrigatório anunciar a mudança no pacote durante três meses. Houve casos em que fabricantes de bombons passaram a vender 400 g na mesma embalagem que continha 500 g - uma diferença aproximada de sete bombons
LUCRO LÍQUIDO
Prejuízo - R$ 1,70 por 300 g de azeitona com salmoura
Salmoura e caldas não podem ser pesadas junto com os produtos que conservam. Por isso, ao comprar azeitonas ou cerejas a granel, exija que o produto seja pesado na sua frente - retirado com uma concha furada. A diferença entre 300 g de azeitona drenada e o mesmo peso do produto com salmoura é de 45 unidades - 85 contra 40
BELEZA RARA
Prejuízo - R$ 110 por um creme que não funciona
Produtos de beleza enganam ao conter ingredientes em quantidades muito baixas para fazer efeito. A vitamina C, por exemplo, precisa aparecer em concentração de 5 a 10% para combater o envelhecimento - já houve casos de produtos com concentração 2 500 vezes menor do que o mínimo aceitável
Por lei, ninguém é obrigado a levar mais do que quer. Isso dá ao consumidor o direito de abrir um pacotão de papel higiênico e levar um rolo só, pagando um valor proporcional ao total.