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quarta-feira 25 2013

Viagem à inteligência

Um bilhão de pessoas viajou para outro país em 2012 - um recorde histórico. Na Antiguidade, viajar já era considerado uma experiência de transformação e de progresso interior.
    
Por Eduardo Araia
   
Em 13 de dezembro de 2012, a Organização Mundial do Turismo, ligada à ONU, celebrou um marco: nesse dia registrou-se 1 bilhão de pessoas viajando para outros países no ano, um recorde histórico que consagra o turismo como um dos maiores setores econômicos do mundo. Essa incrível expansão está lastreada pela chegada de novos clientes a esse mercado, graças à crescente melhora do poder aquisitivo global. No Brasil, por exemplo, famílias com rendimento mensal entre R$ 622 e R$ 4.561 quase quadruplicaram os gastos com viagens nos últimos dez anos, de acordo com o Ministério do Turismo.
    
A faixa emergente da população brasileira respondeu sozinha por quase um terço dos R$ 127 bilhões gerados pelo setor em 2011, na compra de passagens aéreas, hospedagem, gastronomia e serviços turísticos. Previsivelmente, multiplicaram-se as cenas de aeroportos superlotados, estradas entupidas e turistas mal-humorados – mas nenhum desses transtornos impediu a evolução nos indicadores da área.
   
Por que viajamos? Apesar de todos os inconvenientes encontráveis em aeroportos, estradas, navios, hotéis e restaurantes, por que encaramos o desafio e vamos em frente? O impulso migratório ancestral que estimulou o Homo sapiens a espalhar-se da África para todos os cantos habitáveis da Terra certamente ajuda. Embora o início da agricultura e o sedentarismo tenham atenuado essa força, ela nunca nos abandonou. Mas somente isso justificaria a ânsia por viajar?
   
Uma leitura de várias tradições antigas mostra que o tema da viagem é uma constante. Tanto os autores da Antiguidade quanto os psicólogos modernos concordam que o simbolismo é dos mais nobres: deixar o lar rumo a um local distante envolve movimento e, consequentemente, transformação e progresso interior, obtidos pela aquisição de experiências e conhecimentos.
   
“Experiência e viagem, essa é a verdadeira educação”, dizia o dramaturgo grego Eurípedes. “Não me fale sobre a sua educação, fale-me sobre quanto viajou”, clamava o profeta Maomé. “A viagem ensina a ver”, diz um provérbio africano. Em outra instância, o jornalista Luis Pellegrini observa no livro Os Pés Alados de Mercúrio (Ed. Axis Mundi) que viajar pode representar a busca pelo centro espiritual interno – o self de que falou o psicanalista Carl Gustav Jung e o eu supremo citado por Buda.
   
O ato de viajar favorece a entrada num estado de atenção plena que o budismo considera fundamental para a prática da meditação, diz Ellen Langer, professora de psicologia da Universidade Harvard (EUA). Nesse estado, sentimo-nos presentes e observamos tudo o que nos cerca sem fazer julgamentos. A viagem e as novidades que ela traz quebram o ritmo de piloto automático com que a maioria das pessoas conduz sua vida, da casa para o trabalho e vice-versa, afirma Ellen.
   
Atenção acesa
   
“Tédio é um estado mental”, diz a professora. “O que as pessoas deveriam fazer quando saem de férias e experimentam o sentimento de estarem atentamente envolvidas com sua própria vida, é encontrar uma forma de trazer isso de volta para a rotina e para o trabalho.” Viajar faz bem à saúde.
   
A ciência tem encontrado outros benefícios no ato de viajar. As viagens – não importa para onde, nem se são físicas ou mentais – nos ajudam a pensar com mais eficiência e a ser mais criativos. Elas permitem driblar uma característica da cognição que aplica aos problemas considerados “próximos” uma abordagem mais concreta e rotineira. Essa característica mental, que privilegia a eficiência, nos ajuda a concentrar no tema que exige nossa atenção, mas também cerceia a nossa imaginação, que trabalha com menos liberdade. Já quando saímos do lugar onde moramos, a mente relaxa e abre espaço para o imprevisível e as ideias que normalmente não nos ocorreriam.
   
Pesquisas conduzidas em 2009 por Lile Jia e sua equipe na Universidade de Indiana (EUA), exemplificam isso. Jia dividiu aleatoriamente dezenas de alunos de graduação em psicologia em três grupos, os quais foram solicitados a fazer uma lista com o máximo de meios de transporte de que se lembrassem. Ao primeiro grupo, os psicólogos afirmaram que a tarefa fora desenvolvida por alunos da universidade que estudavam na Grécia (condição distante); ao segundo, que fora elaborada por alunos da Universidade de Indiana (condição próxima); o terceiro serviu como grupo de controle (sem referência à origem do teste). Estimulado pela menção à Grécia, o primeiro grupo indicou um número muito maior de possibilidades que os demais, enumerando cavalos, bicicletas, trirremes e até naves espaciais.
   
Em outro estudo, Jia propôs três charadas. A um dos grupos foi dito que elas haviam sido elaboradas no campus da Universidade de Indiana; ao segundo, que haviam sido criadas num instituto de pesquisas da Califórnia, a mais de três mil quilômetros de distância; e o terceiro não recebeu informações a esse respeito. Mais uma vez, os alunos envolvidos na condição distante saíram-se bem melhor do que os demais, solucionando os desafios com mais rapidez e inventividade.
   
“Demonstramos que as menores sugestões de distância espacial são suficientes para influenciar a criatividade dos indivíduos”, observam Jia e os colegas Edward Hirt e Samuel Karpen em artigo publicado em setembro de 2009 no Journal of Experimental Social Psychology. A origem geográfica dos testes não fez diferença no que se refere à sua resolução, mas bastou mencionar que vieram de longe para estimular os participantes a pensar mais criativamente.
   
Expansão mental
   
Uma pesquisa conduzida na Escola de Ciências Psicológicas da Universidade de Tel-Aviv, Israel, em 2012, pela equipe da professora Nira Liberman, seguiu uma trilha semelhante à dos estudos da Universidade de Indiana. Para verificar se o “pensamento expansivo” ajuda a ampliar a criatividade também de crianças entre 6 e 9 anos, os pesquisadores ofereceram aos pequenos uma série de fotografias que mostrava objetos próximos (por exemplo, um lápis sobre uma mesa) e distantes (uma foto da Via Láctea).
   
Metade das crianças testadas começou vendo as fotos dos objetos próximos e acabou com as de objetos distantes; a outra metade seguiu o roteiro inverso. Depois disso, as crianças passaram por testes de criatividade nos quais recebiam um objeto e deviam atribuir a ele o máximo de utilidades possível. O grupo que começou vendo objetos próximos e depois passou aos distantes descreveu um número muito maior de usos para os objetos e também maneiras mais criativas de empregá-los.
   
No exemplo de um clipe, a resposta convencional era “prender papel”, mas surgiram alternativas como “marcador de livro” e “enfeite de árvore de Natal”. Em artigo sobre o estudo publicado na edição de abril de 2012 do Journal of Experimental Child Psychology, a psicóloga israelense assinala que “a distância espacial, ao contrário da proximidade espacial, mostrou claramente que estimula o desempenho criativo... [e] a distância psicológica pode ajudar a promover a criatividade porque nos encoraja a pensar de forma abstrata”.
   
Outro nome destacado no estudo dos efeitos da viagem no cérebro é o americano Adam Galinsky, psicólogo da Kellogg School of Management, da Northwestern University. Na conclusão de sua pesquisa de 2012 sobre biculturalismo (a identificação de um indivíduo com duas culturas), ele afirma que pessoas biculturais apresentam índices de promoção mais altos e melhor reputação, são mais empreendedoras e produzem mais inovações no trabalho do que aquelas que se identificam com uma única cultura.
   
“O que nos foi claramente mostrado”, diz o psicólogo em artigo sobre o estudo publicado na edição de setembro de 2012 do Journal of Personality and Social Psychology, “é que quanto mais alguém se adapta ao seu ambiente [estrangeiro], mais se beneficia em termos da criatividade de longo prazo”.
   
Outro estudo de Galinsky, feito em 2009 com a escola de negócios Insead, da França, e publicado em maio de 2009 na mesma revista, revelou que estudantes que haviam vivido no exterior mostraram uma tendência 20% maior de resolver a simulação de computador de um teste psicológico clássico, o “Problema da Vela Duncker”, do que aqueles que nunca haviam morado no exterior. No problema, um indivíduo recebe uma caixa de papelão contendo tachas, fósforos e uma vela de cera. O desafio é descrever como fixar a vela num pedaço de cortiça colado em uma parede, de modo que ela queime sem que a cera escorra para o chão.
   
Cerca de 90% das pessoas escolhem uma de duas “soluções”: fixar a vela diretamente na cortiça com as tachas, ou derreter parte da vela para colá-la à cortiça. Na primeira opção, a vela quebra; na segunda, a cera derretida não é capaz de prender a vela. O fracasso faz a maioria desistir. Apenas 25% ou menos dos participantes chegam à resposta certa: fixar com cera derretida a base da vela a uma das faces internas da caixa e prender o fundo desta à cortiça com as tachas. Para resolver a questão, portanto, é preciso entender que a caixa não é apenas o receptáculo dos itens do teste, mas outro item. Ou seja, que ela pode ter uma função diferente da que lhe fora atribuída no início – basta pensar “fora da caixinha”.
   
Para Galinsky, a maior facilidade com que os alunos biculturais resolveram o problema é justificada porque adaptar-se a outra cultura promove a “complexidade integrativa” – a habilidade de considerar e combinar múltiplas perspectivas. Esse é um ingrediente-chave para a criatividade e o sucesso. A imersão em outra cultura é fertilizante, afirma o psicólogo, mas ele adverte que não basta apenas estar em outro país. O estímulo à criatividade depende da disposição mental para aprender novas normas, regras e costumes. As pesquisas mostraram que as pessoas que mais “crescem” são as que se identificam tanto com os anfitriões quanto com a cultura de sua terra natal, em vez de pender para um lado ou outro.
    
“A atitude-chave é ter mente aberta e gostar de experimentar os costumes locais”, afirma Galinsky. “Imagine duas pessoas. Uma vive em Paris por seis meses, mas só tem contato com americanos. Outra fica três semanas, mas passa todo o tempo se adaptando ao ambiente. Quem viaja e se adapta está mais propenso a se beneficiar quando surge a criatividade do que a pessoa que vive lá e não se adapta. Não se trata só de comer a comida local. É pôr-se numa posição de ver como os nativos comem aquela comida. É mergulhar fundo na cultura.”
    
Viajar, portanto, é uma condição especial para nos enriquecermos, tornando-nos mais criativos e flexíveis. Depois de entrar em contato com outras maneiras de viver o dia a dia, nosso arsenal para enfrentar os desafios se expande. Essa magia não está limitada a nenhuma latitude ou longitude. Pode acontecer tanto na Torre Eiffel ou na Disney World quanto numa clareira da floresta amazônica ou na mais isolada ilha do Oceano Pacífico. Como certa vez sintetizou o escritor Henry Miller, “o destino de uma pessoa nunca é um lugar, mas uma nova maneira de ver as coisas”.
   
Fonte: Revista Planeta.
    

terça-feira 24 2013

Jatene deixa municípios sem verbas para saúde


Jatene deixa municípios sem verbas para saúde (Foto: Daniel Pinto/Diário do Pará)
(Foto: Daniel Pinto/Diário do Pará)
Item essencial em qualquer política séria de saúde pública, a atenção básica agoniza no Pará sobrecarregando as urgências e emergências e aumentando as demandas sobre a média e alta complexidade. O resultado é o caos que tem no Pronto-Socorro da 14 de Março em Belém seu mais fiel retrato.
           
Responsáveis pela área, os municípios são frequentemente apontados como os culpados por esse desleixo que pode custar vidas. E de fato são eles que deveriam investir na política de atenção básica. O problema é que a maioria deles está de pires na mão porque verbas que deveriam ser repassadas pelo governador do Estado, Simão Jatene, às prefeituras não estão chegando, resultando em cortes abruptos no atendimento. 
          
Assim como a educação, a saúde está no que se chama de políticas compartilhadas, ou seja, aquelas que são responsabilidade dos estados, da União e dos municípios. A estes caberia cuidar da atenção básica, essencial para a prevenção de doenças gerando qualidade de vida e economia no sistema, já que a ideia é evitar que os casos se agravem, aumentando os custos dos tratamentos mais complexos.
             
Como boa parte dos municípios carece de recursos para fazer frente aos investimentos necessários, Estado e União podem ajudar repassando recursos. Da União, as prefeituras recebem dinheiro do Piso de Atenção Básica (PAB) que tem uma parte fixa (R$ 23 reais por habitante) e uma parte variável dependente dos programas implantados pelo município. Os serviços devem ser completados com recursos do próprio município e uma contrapartida dos Estados. 
         
No Pará, até 2009 os recursos eram repassados pelo governo estadual, por meio de convênios, o que acabava gerando incertezas por condicionar os repasses aos humores políticos do chefe do Executivo. Em conjunto com o Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde, a então governadora Ana Júlia Carepa criou um plano estadual de Valorização e Fortalecimento da Atenção Básica (PFVAP) que funcionaria nos moldes do PAB. O programa estadual, que ficou conhecido como Pabinho, distribuía recursos de acordo com a população e com indicadores de qualidade dos gestores. O problema é que, desde 2011, os repasses começaram a atrasar e, desde 2012, a situação piorou com atrasos que superam dez meses, deixando muitos municípios em situação de penúria. 
           
“Para uma prefeitura que tem muitos recursos, o Pabinho pode não ser significativo, mas, para os municípios com menos de 30 mil habitantes, ele fazia toda a diferença. Os mais pobres são os que mais sofrem”, diz o vereador Del Viana (PT) de São Sebastião da Boa Vista. No último dia 6, Viana enviou ofício ao Colegiado de Secretários Municipais de Saúde (Comes-PA) pedindo informações sobre os valores em atraso. “Pedi um levantamento do que os municípios têm a receber”, explica. São Sebastião da Boa Vista, por exemplo, deveria receber cerca de R$ 14 mil mensais, mas os atrasos já chegam a dez meses. “A gente já nem conta mais com esse recurso, porque nunca sabemos quando vai chegar”, diz o secretário de Saúde do município, José Raimundo Farias . “Cuidar da atenção básica é caro e esse era um recurso que nos ajudava a manter a estrutura”.
            
Atrasos atingem também os repasses para o Samu
        
A realidade de São Sebastião se repete nos 144 municípios paraenses. Prefeitos e secretários reclamam do problema, mas a maioria prefere não dar entrevistas. Alegam que não querem se indispor com o Estado. Além do Pabinho, o governo estadual tem atrasado também repasses para complementar a assistência farmacêutica e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Neste caso, o Estado deveria contribuir com 25%, o que não vem ocorrendo. “Esse recurso era essencial para manter as ambulâncias. Por isso que muitos municípios estão reduzindo o número de veículos”, reclama um secretário de saúde que não quis se identificar. 
        
Os resultados da falta de recursos se fazem sentir no dia a dia da população que procura atendimento nos municípios e se refletem nas estatísticas que dão ao Pará resultados pífios na área da atenção básica. De acordo com dados oficiais, a cobertura chega a apenas 43,11%. Significa que mais da metade dos paraenses não são atendidos por esse serviço essencial. 
           
Em nota encaminhada à redação, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) confirmou atrasos no repasse de recursos de contrapartida para os municípios. O governo admite que repasse do Piso de Atenção Básica (Pabinho) está atrasado desde maio, o da Farmácia Básica desde junho e o repasse do Samu desde agosto. Os valores totais, porém, não foram informados.
             
De acordo com a nota, o motivo para o atraso é “a falta de orçamento”. O titular da Sespa, Hélio Franco, prometeu, contudo que até o fim deste mês serão feitos os repasses referentes a maio e junho do Pabinho, mas não deu informações sobre os demais repasses em atraso.
            
O presidente da Federação das Associações dos Municípios Paraenses (Famep), Helder Barbalho, ressalta que os atrasos prejudicam os municípios e aumentam os problemas da área da saúde em todo Estado. “Há um discurso de que os problemas da urgência e emergência em Belém e da superlotação na Santa Casa se devem à precariedade do atendimento nos municípios. De fato a saúde é precária e claro que isso se agrava com a falta dos repasses”, disse. A orientação da Famep é para que os municípios avaliem junto às procuradorias medidas legais contra o Estado para garantir os repasses.
         
O DIÁRIO procurou o presidente do colegiado dos secretários de saúde, Charles Tocantins, que é titular da pasta no município de Tucuruí, mas até o fechamento desta edição ele não havia retornado aos contatos da redação.
        
(Diário do Pará)
              

Defensoria vai à justiça contra Estado

Enquanto gasta dezenas de milhões de reais com organizações sociais, o governo parece ter esquecido a rede de saúde própria e não terceirizada, administrada pela Secretaria de Estado Saúde Pública (Sespa). A Defensoria Pública de Tucuruí ingressou na última segunda-feira na Justiça com ações de obrigação de fazer contra o Estado, para que seja concedido a pacientes do Hospital Regional de Tucuruí o Tratamento Fora de Domicílio (TFD), com fornecimento de leitos, cirurgias, exames e todo o tratamento adequado, com fixação de prazo de 24 horas para o cumprimento da ordem judicial, sob pena de imposição de multa diária de R$ 10.000,00.
        
O Tratamento Fora de Domicílio (TFD), instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde garante, através do Sistema Único de Saúde (SUS), tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem por falta de condições técnicas.
            
O TFD fornece ajuda de custo ao paciente, e em alguns casos, também ao acompanhante, encaminhados por ordem médica às unidades de saúde de outro município ou Estado quando esgotados todos os meios de tratamento na localidade de residência. Uma vez autorizado o tratamento fora de domicílio, o Estado fornece o leito e tratamento adequado na cidade de destino.
          
O procedimento, previsto em Lei não tem ocorrido na prática no Pará. “O governo do Estado não tem fornecido em quantidade suficiente leitos na capital para TFD, forçando a propositura de medidas judiciais para que seja fornecido leito, transferência e o tratamento aos pacientes”, destaca o defensor Renato Mendes Teixeira.
        
Na última sexta-feira familiares de pacientes internados no Hospital Regional de Tucuruí procuraram a Defensoria Pública do Estado para denunciar o problema. Defensores decidiram ir ao próprio hospital e verificar a situação. “Chegando lá inspecionamos blocos cirúrgicos e de internação em busca de pacientes já com guia de TFD assinadas e aguardando transferência e leito na capital. Na ocasião identificamos seis pacientes com prazo de espera muito acima do razoável”, relata Teixeira.
         
Pacientes graves estão na fila de espera 
         
Um bebê de apenas três meses de idade, portador de hérnia inguinal bilateral, possuía avaliação para cirurgia pediátrica. Ocorre que o Hospital Regional de Tucuruí está sem essa especialidade, motivo pelo qual havia sido expedida TFD, porém, sem cumprimento.
         
Outra paciente, I.M.D.S., com sangramento e fissura no esôfago, necessita de cirurgia torácica, a qual não existe no município. A TFD havia sido autorizada em 26/08, com indicativo de extrema urgência, devido à gravidade da patologia, e aguardava disponibilidade de leito até a última sexta-feira.
          
M.P.O. necessita de um exame de diagnóstico inexistente em Tucuruí, devido à dilatação devasos biliares e quadro de piora progressiva. Ela está internada desde 19/07, aguardando a realização do exame via TFD.
              
Já a paciente M.F.S.R. precisa de uma cirurgia de fígado em razão de um quadro de hemorragia digestiva. Possui TFD autorizada desde o dia 15/07 e aguarda a realização dos procedimentos. Outro caso identificado de um bebê de dois meses de idade, com toxoplasmose e sopro congênito. Ele também aguarda leito na capital.
             
A família de um menor de idade está desde 25/07 tentando transferência para Belém, para realizar seu tratamento para retração cutânea pós-queimadura que sofreu em razão de uma descarga elétrica.
            
O DIÁRIO encaminhou na última segunda-feira pedido de esclarecimentos para a assessoria de imprensa da Sespa acerca dos problemas no TFD em Tucuruí, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia sido enviada à redação.
              
(Diário do Pará)
              

Extra - Jornal de Tucuruí denuncia esquema do Mensalão de Tucuruí

O Blog Jornal de Tucuruí denuncia um suposto esquema que seria o Mensalão de Tucuruí. 
    
O jornalista denuncia o Mensalão de Tucuruí e dá nome aos bois.
   
Vejam a matéria: 
   
   

segunda-feira 23 2013

O dia em que o Prefeito de Tucuruí quase foi cassado

Havia um movimento na Câmara Municipal de Tucuruí para cassar o mandato do Prefeito Sancler. Até ontem faltava apenas um voto para a cassação. Todos sabiam que o prefeito iria retornar através de liminar, no entanto o estrago político estaria consumado.
   
Faltava apenas um voto, mas na última hora a maioria dos vereadores viajou para Belém para participar de uma “reunião”, e tudo ficou "acertado" e o dito ficou pelo não dito. 
    
Esta tática do bate e depois assopra é muito antiga no legislativo tucuruiense e vem sendo aplicada há décadas em Tucuruí, e em todo o Brasil. Esta é a nascente de todos os mensalões e mensalinhos do país.
     
O Folha tem muito mais revelações sobre os vereadores de Tucuruí, coisas que farão o vereador Freeway parecer um inocente padre franciscano, aguardem...