Jader cobra novamente derrocamento de pedral
"É muita embromação”, disse ontem, em Brasília, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), referindo-se às obras do trecho conhecido como Pedral do Lourenço, cujo derrocamento, ou seja, a retirada das pedras, vai possibilitar a navegação de um trecho de quase 500 quilômetros - de Marabá até Vila do Conde, em Barcarena.
O senador, em ofício, reiterou o pedido de informações sobre o assunto ao ministro dos Transportes, César Borges.
Jader lembrou que, como o derrocamento não saiu do papel, as eclusas são inúteis e a instalação da Alpa (Aço Laminados do Pará) está inviabilizada. A navegabilidade na hidrovia seria a garantia de barateamento nos custos de transportes, porque tornaria possível a operação de navios de grande porte. “Essa obra do derrocamento passa de mão em mão e nada se faz. Já passou pela Vale, depois foi para a Marinha, já tem um fórum para discutir o assunto, a Universidade Federal do Pará já fez estudos... quer dizer, se o governo quiser fazer, é só determinar. Já existem estudos suficientes, mas, para minha surpresa, agora o governo quer incluir novos estudos da Universidade Federal do Paraná, para retificar o projeto da Universidade Federal do Pará. Aí é que as obras não vão ter data para começar. Isso é muita lambança”.
Urgência
Jader encerra seu ofício ao ministro com pedido de “urgente esclarecimento, na forma republicana dos governos democráticos de direito, sobre a situação do derrocamento do Pedral do Lourenço, tanto do ponto de vista técnico - considerando os estudos da Vale, da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal do Paraná – como sob o ponto de vista administrativo, inclusive o processo licitatório, que se encontra até o momento em interminável compasso de espera, esclarecimentos estes que o governo federal, por meio do Ministério da Justiça e do DNit, estão a dever ao povo do Pará.
Diferenças de estudo
- Quanto à largura do canal em sua parta mais estreita, a UFPA projeta 70 metros, enquanto a Vale estima em 140 metros.
- Quanto aos custos, o projeto da UFPA para as obras do derrocamento do Pedral do Lourenço seria em torno de 400 milhões de reais e o da Vale, em torno de 1 bilhão e 300 milhões de reais, ou seja, uma diferença três vezes maior. (Diário do Pará).