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sexta-feira 30 2014

Britânicos ensinaram 'tortura psicológica' a militares brasileiros na ditadura

Emily Buchanan
            
Repórter de Assuntos Internacionais da BBC

Depoimento de Paulo Malhães à integrante da Comissão da Verdade revelou participação britânica
Documentos e depoimentos obtidos com exclusividade pela BBC revelam um lado pouco conhecido da ditadura militar brasileira – a de que autoridades da Grã-Bretanha colaboraram com generais brasileiros – inclusive ensinando técnicas "avançadas" de interrogação equivalentes a tortura. A repórter da BBC Emily Buchanan apurou a história.
             
Alvaro Caldas pertencia a um grupo comunista quando foi preso em 1970. Ele passou dois anos preso dentro de um quartel da polícia militar no Rio de Janeiro.
            
Ele foi submetido a espancamentos, choques e pendurado no "pau de arara" – amarrado de cabeça para baixo por horas.
            
Ao ser solto, ele desistiu da política e passou a se dedicar ao jornalismo esportivo. Em 1973, voltou a ser preso. Caldas foi levado ao mesmo prédio, mas tudo estava diferente por lá.
          
"Desta vez, a cela estava limpa e esterilizada, com um cheiro nauseante. O ar condicionado era muito frio. A luz estava permanentemente acesa, então eu não tinha ideia se era dia ou noite. Eles alternavam sons muito altos e depois muito baixos. Eu não conseguia dormir de jeito nenhum."
          
Alvaro conta que a sensação avassaladora que sentia era medo. De tempos em tempos, alguns oficiais entravam na cela, o encapuzavam e levavam para interrogações. Ele sentia que o objetivo era desestabilizá-lo, fazendo-o confessar algum crime que não havia cometido.
          
Isso não era tortura física, mas sim uma pressão psicológica intensa.
           
"Por sorte, só passei uma semana lá. Se tivesse ficado duas semanas ou um mês, teria enlouquecido."
'Sistema inglês'
        
Esta nova técnica de interrogação ficou conhecida como "sistema inglês". Depoimentos coletados pela Comissão Nacional da Verdade – criada pelo governo para investigar episódios ocorridos durante a Ditadura Militar – explicam o porquê.
      
Nas mais de 20 horas de seu depoimento, o coronel Paulo Malhães – um dos mais temidos torturadores e que morreu poucos dias depois – ganhou destaque nacional ao confessar ter torturado e mutilado diversas vítimas.
         
Malhães expressou grande admiração pela tortura psicológica que, para ele, era muito mais eficiente do que a força bruta, especialmente quando a tentativa era de transformar militantes de esquerda em agentes infiltrados.
         
"Naquelas prisões com portas fechadas, você podia mudar a temperatura, a luz, tudo dentro da prisão. A ideia veio da Inglaterra", disse ele.
Celas no quartel-general da polícia do Rio foram modificadas para abrigar novas técnicas
Ele admitiu, em conversa em privado com a advogada e integrante da Comissão da Verdade do Rio, Nadine Borges, que viajou à Inglaterra para aprender técnicas de interrogação que não deixavam marcas físicas. Borges relatou detalhes de sua conversa com Malhães à BBC.
           
"A melhor coisa para ele era a tortura psicológica. Ele também esteve em outros lugares, mas disse que a Inglaterra foi o melhor lugar para aprender."
'Melhor escola'
           
O professor Gláucio Soares entrevistou vários generais nos anos 1990. Muitos contaram que enviaram militares à Alemanha, França, Panamá e Estados Unidos para aprender sobre interrogatórios, mas todos elogiaram a Grã-Bretanha como o melhor lugar de aprendizado.
           
O general Ivan de Souza Mendes teria dito a Soares: "Os americanos também ensinam, mas os ingleses é que são os mestres em ensinar como arrancar confissões sob pressão, por tortura, de todas as formas. A Inglaterra é o modelo de democracia. Eles dão cursos aos seus amigos".
          
O general Fiuza de Castro disse que os britânicos recomendam deixar os prisioneiros nus antes de interrogá-los, para deixá-los angustiados e deprimidos – um estado que favorece o interrogador.
           
As técnicas teriam sido criadas nos anos 1960 em territórios britânicos na Ásia e aperfeiçoadas contra militantes na Irlanda do Norte.
            

O método ficou consagrado em inglês como "Five Techniques", ou "Cinco Técnicas":
              
- Manter a pessoa de pé contra uma parede por muitas horas

- Encapuzar
- Sujeitar a grandes barulhos
- Impedir o sono
- Pouca comida e água

           
Muitos dizem que essas técnicas equivalem à tortura. Em 1972, elas foram oficialmente proibidas pelo premiê Edward Heath, depois que o público tomou conhecimento que eram usadas contra os militantes irlandeses do IRA.
           
Mas no Brasil, os métodos de interrogatório psicológico seguiram adiante, atendendo as necessidades dos militares. O péssimo histórico de direitos humanos do Brasil estava começando a atrair publicidade negativa no mundo. Um método que não deixava marcas físicas era considerado perfeito pelos militares para extrair informações.
Comissão da Verdade quer saber o que aconteceu com a longa lista de desaparecidos
Aparentemente, não só os militares brasileiros foram à Grã-Bretanha, mas o inverso também aconteceu. O ex-policial Claudio Guerra disse que agentes britânicos deram cursos no quartel-general da polícia militar sobre como seguir pessoas, grampear telefones e usar as celas isoladas.
              
Guerra disse que viu esses agentes britânicos nas ocasiões em que visitou o quartel-general para recolher corpos de vítimas que sofreram com os métodos antigos.
Correspondências
             
Há mais pistas sobre a relação entre militares britânicos e brasileiros no prédio dos Arquivos Nacionais, na região londrina de Kew.
               
Em agosto de 1972, o então embaixador britânico no Brasil, David Hunt, escreveu uma carta secreta a uma autoridade com referência aos métodos mais sofisticados usados pelos brasileiros.
             
Ele escreveu: "Como você sabe, eu acho, eles (os militares brasileiros) foram influenciados por sugestões e conselhos emitidos por nós; mas esta conexão não existe mais... É importante que o conhecimento deste fato fique restrito."
            
Na véspera de uma visita do então presidente Ernesto Geisel à Grã-Bretanha, em 1976, havia uma referência indireta à uma "reforma da tortura". Uma das cartas fala de "padrões aceitáveis de interrogatório (por exemplo, o que é permitido na Irlanda do Norte)".
              
Documento confidencial britânico.
         
             
Um documento intitulado "Tortura no Brasil" classificado como "confidencial" fala da péssima publicidade que o Exército brasileiro estava recebendo mundialmente, e de como foram adotadas novas técnicas baseadas em métodos psicológicos.
            
"O Primeiro Batalhão do Rio estaria usando agora as novas técnicas, cuja introdução foi descrita por um comandante do Exército como uma página tirada da cartilha britânica."
            
A correspondência do ministério britânico das Relações Exteriores deixa claro que interesses comerciais eram de suma relevância e que o péssimo histórico de direitos humanos do Brasil era subestimado.
             
Alan Munro, que foi cônsul geral britânico no Rio nos anos 1970, disse que, pessoalmente, não tinha conhecimento da colaboração dos militares britânicos.
       
"Se os brasileiros estavam procurando técnicas de interrogatório usadas por autoridades britânicas, o melhor exemplo vinha dos primeiros anos da Irlanda do Norte. Isso teria sido aprendido por inciativa dos brasileiros, e no sentido de reduzir as práticas mais crueis, isso teria sido um passo no caminho certo", diz Munro.
            
Mas os brasileiros não veem isso como "um passo no caminho certo".
           
O diretor da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, disse que há anos conhece o envolvimento dos Estados Unidos no treinamento de militares do regime brasileiro, e que ficou indignado ao tomar conhecimento do papel dos britânicos.
                   
"É sempre chocante ouvir que uma democracia que é tão importante, tão consolidada, tão velha, colaborou com a ditadura", disse Damous.
          
A BBC pediu uma declaração oficial ao ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha. Um porta-voz disse que "não pode fazer comentários sobre administrações passadas", mas que qualquer política atual do governo de colaboração internacional cumpre com exigências de direitos humanos estabelecidas dentro do país.
               

quinta-feira 29 2014

O cúmulo do absurdo: Globo de SC tem ódio de pobre

Blogs incomodam o PIG
O comentarista da Globo de Santa Catarina diz que qualquer MISERÁVEL hoje em dia pode comprar carro, culpa deste governo que está aí (Governo Federal) que deu crédito para qualquer um (pobre) que segundo o "jornalista" boçal, nunca leu um livro. Disse ainda que pobre atrapalha o trânsito porque é frustrado, mora em apartamento apertado e tem raiva da mulher. 
      
Assistam:
                

 

quarta-feira 28 2014

5 formas de reduzir a chance de fraude nas compras pela internet

Por iG São Paulo
       
Só em 2013 foram feitas 300 mil tentativas de compras fraudulentas segundo a ClearSale.
      
Cartão de crédito é principal alvo
de quem comete fraudes na internet
Especializada na prevenção de fraudes nas compras pela internet, a ClearSale foi responsável por 80% das análises feitas no comércio eletrônico em 2013. São cerca de 46 milhões de pedidos de autenticação por ano e, só em 2013, a ClearSale afirma ter evitado a fraude de R$ 353 milhões. 
           
De acordo com a empresa, só no ano passado, foram feitas 300 mil tentativas de compras fraudulentas. Ou seja, transações feitas por pessoas que se apropriaram do número de cartão de crédito de terceiros.

          
          
Para ajudar a evitar os roubos na internet em 2014, a ClearSale dá dicas de como os consumidores devem se proteger:
          
1. Cartão de crédito – A grande maioria das vendas na internet é feita por cartão de crédito. Então, se a loja em questão não aceita a modalidade como pagamento, desconfie da existência da loja. Além disso, realizando a transação pelo cartão, o consumidor tem um prazo para reconhecer a veracidade da compra e pode solicitar o estorno. Em transferência bancária e boleto, não.
         
2. Fatura – É importante checar sua fatura com frequência, para descobrir se existe alguma compra feita indevidamente. Caso não seja identificada, a fraude pode se manter por meses. Qualquer dúvida sobre transações na fatura basta entrar em contato com a administradora do cartão.
        
3. Inspecione seu e-mail – Quando fazemos o cadastro em uma loja online é normal a inclusão de um endereço de e-mail. Por isso, é comum chegar uma mensagem em sua caixa de entrada toda vez que uma compra for realizada. Se você não consegue conferir com regularidade a fatura do cartão de crédito, esta pode ser uma maneira de prevenção no caso do fraudador ter utilizado o seu próprio endereço de correi eletrônico.
          
4. Cuidado com as ligações – Em compras de alto risco na internet, isto é, produtos de valor elevado, é comum que as lojas liguem para confirmar alguns dados com o consumidor. Caso isso aconteça, verifique se é realmente a loja que está te ligando, confirmando os dados da transação efetuada. Apenas a loja tem esse tipo de dado.
         
5. Desconto muito grande – Por ter uma grande concorrência, sempre há promoções com altos percentuais de desconto. De qualquer maneira, tome cuidado com lojas que oferecem valores muito abaixo da média ofertada, especialmente aqueles onde o dinheiro sai diretamente da conta, como boleto bancário e transferência.
             

Infarto: saiba se você pode sofrer do mal que matou famosos

Jair Rodrigues e José Wilker morreram com infarto do miocárdio; entenda.
       
   
Por: Bolsa de Mulher

      
As seguidas mortes de famosos por ataque do coração chamam atenção para o problema e fazem surgir a dúvida: quem pode ter um infarto? O cantor Jair Rodrigues, o ator José Wilker e o jornalista esportivo Luciano do Valle foram as últimas vítimas desse mal. Conversamos com cardiologistas que explicam e indicam o grupo de risco do problema.
       
O que é o infarto?
      
O infarto do miocárdio acontece quando um coágulo interrompe a circulação de sangue em uma região do músculo cardíaco, segundo explica o médico Dr. Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva e longevidade. Esse problema causa fortes dores no peito e afeta os batimentos do coração. Caso esse mal não seja revertido rapidamente com ajuda médica, podem ocorrer danos irreparáveis ao cérebro por falta de oxigenação adequada ou mesmo a morte do paciente.
       
Eu posso ter infarto?
      
Se você passa o dia muito estressado e preocupado com trabalho, tem diabetes, fuma, sofre de hipertensão, possui níveis de colesterol altos, é sedentário, obeso ou possui histórico familiar de problemas coronarianos, está no grupo de risco de pessoas que podem ter um infarto, independente de idade ou sexo.
       
Se sentir uma espécie de aperto no peito, que pode se irradiar para pescoço, costas e braços, e também se tiver possíveis crises de suor, palidez, sensação de queimação no tórax ou porção superior do abdome, mal estar generalizado, náusea e falta de ar, procure imediatamente ajuda médica – esses são os maiores sintomas do infarto. Um eletrocardiograma poderá confirmar o problema e o tratamento deverá ser feito com cirurgia para retirada do coágulo, o que poderá restaurar o fluxo sanguíneo. Quanto mais precoce for o procedimento, maior a quantidade de músculo salvo e melhor o prognóstico do paciente.
       
Como evitar infarto
        
Os cardiologistas do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) indicam atitudes que podem diminuir os riscos de ter um infarto. “Manter a mente tranquila e evitar grandes emoções é muito importante, mas também é fundamental manter uma vida plenamente saudável. Principalmente na terceira idade”, alerta a médica Cynthia Magalhães.

             

Lei para todos