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quinta-feira 18 2019

Tentar agradar a todos, impossibilidade e caminho certo para ser infeliz.



Não leve para o pessoal 
        
Em Los Cuatro Acuerdos, célebre ensaio publicado em 1998 por Miguel Ruiz, a segunda lei diz: “Não leve nada para o lado pessoal”.
       
O médico mexicano argumenta que para manter o equilíbrio emocional e mental não se pode dar importância ao que ocorre ao nosso redor, já que “quando você encara as coisas de forma pessoal, sente-se ofendido e reage defendendo suas crenças e criando conflitos. Faz uma montanha a partir de um grão de areia”.
          
- Deixar de lado a necessidade de ter razão. Parar de gastar energia em tentar convencer os outros, que têm suas próprias crenças, é profundamente libertador. Quem anda pelo mundo levando tudo para o lado pessoal vê inimigos por toda parte e nunca consegue ficar verdadeiramente tranquilo, já que sempre tem contas pendentes que circulam por sua mente, causando sofrimento.
         
- Segundo Miguel Ruiz, nada do que as outras pessoas fizerem ou disserem deveria nos fazer mal se assumimos o seguinte axioma: “Você nunca é responsável pelos atos de outros; só é responsável por si mesmo”. 
Francesc Miralles é escritor e jornalista experiente em psicologia. leve para o pessoal 
           
- Em Los Cuatro Acuerdos, célebre ensaio publicado em 1998 por Miguel Ruiz, a segunda lei diz: “Não leve nada para o lado pessoal”. O médico mexicano argumenta que para manter o equilíbrio emocional e mental não se pode dar importância ao que ocorre ao nosso redor, já que “quando você encara as coisas de forma pessoal, sente-se ofendido e reage defendendo suas crenças e criando conflitos. Faz uma montanha a partir de um grão de areia”.
          
- Deixar de lado a necessidade de ter razão. Parar de gastar energia em tentar convencer os outros, que têm suas próprias crenças, é profundamente libertador. Quem anda pelo mundo levando tudo para o lado pessoal vê inimigos por toda parte e nunca consegue ficar verdadeiramente tranquilo, já que sempre tem contas pendentes que circulam por sua mente, causando sofrimento.
          
- Segundo Miguel Ruiz, nada do que as outras pessoas fizerem ou disserem deveria nos fazer mal se assumimos o seguinte axioma: “Você nunca é responsável pelos atos de outros; só é responsável por si mesmo”. 
          
Autora: Francesc Miralles - escritor e jornalista experiente em psicologia.

quarta-feira 17 2019

Você acredita que existe trabalho escravo na China?


     
           
Muita gente, por falta de conhecimento acha que existe trabalho escravo na China, isso não é verdade, existe trabalho escravo é no Brasil mesmo.
        
Na china muitos trabalham dez ou doze horas por dia, porque querem comprar coisas boas, como celulares, roupas de marca ou carros importados, então se arrebentam de trabalhar. Existe uma cultura de ostentação na China e o governo estimula o consumismo com crédito e juros irrisórios, para movimentar a economia, quanto mais o Chinês ganha, mais gasta e a economia do país cresce. Mas os Chineses que não tem tanta ambição e vaidade trabalham normalmente sete ou oito horas por dia.
             
A partir do dia 1º de abril o salário mínimo na cidade de Xangai passou a ser 2.480 yuans (US$ 370) por mês. No valor do dólar hoje o salário mínimo na China é R$ 1.391,2 (Mil trezentos e noventa e um mil reais e dois centavos). Compare com o mínimo do Brasil em 2019 (R$ 998,00), e me diga quem é o trabalhador escravo.
           
No vídeo abaixo um casal de Brasileiros que trabalha e mora na China, comenta como é que na verdade vive o trabalhador Chinês. Veja o vídeo e o testemunho de quem mora na China e tire as suas próprias conclusões.
            

          

terça-feira 16 2019

Os Justiceiros - A Grande Astúcia do Mal

      

Os Justiceiros
             
Autor: André Luiz (Andréresistência).

          
Em toda a história da humanidade, os que ousaram fazer justiça com as próprias mãos a pretexto de combater o mal, se tornaram, eles mesmos parte deste mal e em muitos casos, um mal ainda maior do que o mal que diziam combater.
               
Justiça sem controle e sem regras não é justiça, já que os homens não são perfeitos e a sua justiça obviamente não tem como ser perfeita.
               
Sempre que um grupo de homes se reúne em comunidade, surge a necessidade de se criar normas e leis. Mesmo que um homem, pela força, pelo carisma ou por conhecimento e uma inteligência superior assuma o poder total, ele precisa criar regras e leis, pois em comunidade sem regras e sem leis não funciona e se desagrega.
              
Houve uma época, na década de 1960, em que a criminalidade assustava a população, principalmente nas grandes cidades, essa estória de antigamente a criminalidade era controlada é uma grande farsa.
                
Pois bem, em 1960, foi criado a Scuderie Le Cocq apelidada Esquadrão da Morte composta por policiais e o seu “objetivo” era eliminar a bandidagem, esta associação de matadores teve início para vingar a morte em serviço de Milton Le Cocq, famoso detetive de polícia do estado do Rio de Janeiro. O emblema da Scuderie Le Cocq era uma caveira em cima de ossos cruzados.
                   
Pois bem, logo que as atividades do Esquadrão da morte teve início e os criminosos começaram a serem mortos, à medida em aumentava o número de criminosos mortos, aumentava o apoio popular, afinal o Esquadrão da Morte matava apenas criminosos que eram nocivos à sociedade e aos "homens de bem” (sempre eles).
              
A associação era liderada pelos chamados "Doze Homens de Ouro" (um para cada casa do zodíaco), eram doze famosos policiais escolhidos pelo Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Luis França, para "limpar" a cidade.
         
Integravam o grupo os policiais Anibal Beckman dos Santos (Cartola), Euclides Nascimento Marinho, Hélio Guahyba Nunes, Humberto de Matos, Jaime de Lima, Lincoln Monteiro, Mariel Mariscot, Nelson Duart, Neils Kaufman (Diabo Loiro), José Guilherme Godinho (Sivuca), Vigmar Ribeiro e Elinto Pires. Segundo o delegado Sivuca, "o grupo foi criado para dar satisfação à sociedade".
           
Os doze homens de ouro eram agentes que mataram proeminentes bandidos da época, a começar pelo "Cara de Cavalo", depois "Mineirinho" e muitos outros bandidos famosos da década de 60, que foram mortos em suas próprias comunidades. Zé Pretinho, por exemplo, foi morto na porta de seu barraco, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Bidá morreu no Morro do Querosene, no Catumbi, e Passo Errado, no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão.
            
Membros do Esquadrão da Morte ao executar criminosos ligavam para a imprensa e assumiam a morte do criminoso e assim ganharam o apoio da imprensa e da sociedade. Isso lembra alguma coisa?
              
Quando o Esquadrão da Morte (Assim como a Lava Jato) ganhou o apoio irrestrito da sociedade, seus membros passaram a obedecer somente às suas próprias Leis e regras, eles mesmos se corromperam, se tornaram criminosos e começaram a cometer crimes para ganhar dinheiro e atender aos seus interesses pessoais, isso lembra alguma coisa?
         
O Esquadrão da Morte então passou a dar cobertura para atividades ilegais e a eliminar rivais em sua atividade criminosa, a eliminar desafetos pessoais de membros do esquadrão e a praticar assassinatos por encomenda (pistolagem).
                  
Assim, mais uma organização criminosa de justiceiros se tornou pior que o mal que diziam combater.
                   
Não se pode combater o crime cometendo crimes, não se combate o mal fazendo o mal, mesmo a pretexto de fazer o bem.
                    
O crime não se combate cometendo crimes. O mal se trata com JUSTIÇA. Porque no momento em que você comete um crime para combater um criminoso, você se torna igual a ele.
                      
Esta é a grande armadilha e a maior astúcia do mal, ele te faz acreditar que os fins justificam os meios, lhe insufla o ódio, o desejo de vingança, o orgulho, e sem perceber você se torna o monstro criminoso que acreditava combater.
               
        
Leia mais sobre a Scuderie Le Cocq
        

segunda-feira 15 2019

IPASET - Nos Bastidores da Política IV

     
Atualmente estou afastado do IPASET por motivo de doença, mas quando minha licença terminar eu volto para o meu cargo efetivo na Prefeitura, já que não tenho nenhuma intenção de permanecer no IPASET. 
                 
Como o IPASET é financiado com dinheiro do funcionalismo e com o dinheiro do povo de Tucuruí, eu estou prestando contas do período em que exerci o cargo de Diretor Administrativo e Financeiro do IPASET. 
             
Continuação da matéria: IPASET - Nos Bastidores da Política III.
                
Logo no início da atual Administração do IPASET, houve um seminário na cidade de Guarulhos em São Paulo, com a participação de Auditores do TCM, representantes de RPPS de vários Municípios de vários Estados e representantes do Próprio INSS, este Seminário foi muito útil para a Diretoria, já que estávamos começando a Administração de um RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). 
                
O Superintendente resolveu que o IPASET seria representado por ele mesmo, pelo Diretor Administrativo Financeiro, pelo Diretor de Benefícios, pelo Procurador Jurídico e pela Assistente de Contabilidade. 
                
A viagem durou cinco dias, o IPASET custeou as diárias, o aluguel do carro para ir e voltar a Belém mais combustível, o valor do seminário e as passagens de avião ida e volta Guarulhos/Belém. As demais despesas com hotel, alimentação e locomoção em Guarulhos foram custeadas com as diárias dos Diretores, a locomoção em Belém foi feita com o carro alugado. 
             
No fim do Seminário todos recebemos um Certificado. Não vou comentar sobre o Seminário porque a matéria ficaria muito extensa. 
                 
Quanto ao pedido de exoneração do Professor representante do SINTEP, basicamente foram três motivos principais para a tomada de decisão. 
                         
Primeiro: O salário de Diretor de Benefícios era menor que o salário que o Professor recebia na Prefeitura, como não havia um MEIO LEGAL para que o IPASET completasse a sua remuneração, ao permanecer no IPASET o Professor teria prejuízo financeiro. O Superintendente queria encontrar uma forma de fazer a complementação pelo IPASET, mas o Professor não concordou e eu também não. 
                
Segundo: O Professor discordava de algumas decisões e pareceres, que dificultava sem necessidade a concessão de alguns direitos e benefícios dos segurados do IPASET, no que eu concordava e concordo plenamente, já que o objetivo do IPASET não é economizar para beneficiar a Prefeitura, que ficava (e acredito que ainda fica), com parte dos repasses do IPASET (Vamos falar sobre isso nas próximas matérias). 
                      
Inclusive eu mesmo discuti muito com o Superintendente e com Assessoria Jurídica, sobre as dificuldades para o recebimento dos direitos dos Segurados no IPASET, para “economizar” dinheiro do IPASET, sendo que no fim, eu mesmo fui mais uma vítima desta postura de dificultar para o segurado do IPASET, mas facilitar para o Prefeito e sua Administração (Vamos falar muito sobre isso em futuras publicações).
                  
Terceiro: O Professor não concordava com as indicações políticas no IPASET, e a gota d'água foi a indicação da filha de um ex-diretor do IPASET, diretor este que inclusive foi preso por supostas irregularidades na direção do órgão. 
                 
Houve outros motivos, mas acredito que estes três motivos foram os mais decisivos. 
                 
Cumpre aqui, até por uma questão de reconhecimento e interesse público, dizer que o Professor exerceu o Cargo de Diretor de Benefícios do IPASET, com seriedade e dignidade. Foi uma perda irreparável para a Diretoria do IPASET a saída do Professor. 
                 
Como esta postagem já está muito extensa, vamos continuar esta Prestação de Contas em outras publicações. 
               
André Luiz. (André Resistência). 
                  

sexta-feira 12 2019

Brasil o país do atraso, de volta para a Idade das Trevas

 
Árvore má não dá bons frutos, nada de bom pode vir do ódio! (André Resistência).
       
"Bolsonaro quer um país pobre, triste, assustado, violento e preconceituoso"
     
Texto do Portal: JustificandoYahoo Notícias
        
Bolsonaro não tem propostas, tem desejos. Deseja o caos para falar do caos. E é por isso que ele não faz nada. Pois se algo melhorar ele perde o palco.
      
Por Martel Alexandre del Colle, policial militar
         
Domenico de Masi lançou, em 2013, a obra intitulada O Futuro Chegou. Basicamente, o livro procura examinar vários exemplos de formas de organização das sociedades modernas. 
         
O autor apresenta o modelo econômico e social de alguns países que se destacavam no cenário global da época. China e Estados Unidos da América, por exemplo. Em outros capítulos, ele retrata o modo de produção capitalista, alguns exemplos de capitalismo mais social, comunismo e mais. 
         
A ideia de Domenico é apresentar pontos fortes e fracos de cada modelo e, no capítulo final, mostrar qual seria o melhor modelo para as sociedades do futuro.

Domenico de Masi é um sociólogo italiano. E é importante saber da nacionalidade do autor para entender o peso do capítulo final do livro. Após apresentar os modelos mais relevantes e conhecidos de nossa época e épocas passadas, Domenico apresenta o que para ele era o modelo mais avançado de sociedade e que deveria ser um sul (não gosto dessa visão de norte sempre sendo o referencial positivo) para todos os países do mundo. Domenico apresenta o Brasil. O Brasil de 2013.
         
Na visão do autor, o Brasil era um país capaz de reduzir a pobreza, sair do mapa da fome e ainda gerar riqueza. Era um país com uma cultura de tolerância do diferente, do aproveitamento do ócio e da procura da felicidade. Era assim que esse gigante da sociologia apresentava o nosso país para o mundo. O Brasil era o modelo que o mundo deveria seguir para ser feliz.
          
Quem diria, Domenico, que em 2019 teríamos um presidente perguntando sobre golden shower no twitter. Quem poderia imaginar um país dando aval para execuções em comunidades. Quem sonharia com uma nota lançada à imprensa pelo exército brasileiro acusando um pai de família de atirar contra as forças armadas, sem nenhuma investigação prévia do fato. O que deu errado?
         
Talvez Domenico não saiba, ou talvez tenha escolhido o título do seu livro de propósito, mas o Brasil já brincava de dizer que era o país do futuro. E a frase terminava dizendo que o futuro nunca chegava. Novamente o futuro foi para longe e ficamos com um passado que deixa o medievo com inveja.
         
Parece que o Brasil tem medo do futuro. E não só parece; ele tem. Por quê? Porque o fantasma da igualdade rondava o país.
        
Em 2018, o Brasil figurava na posição de número 99 do coeficiente Gini, o que indica que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, já que nada mudou desde que colocaram você sabe quem no poder. No ranking da desigualdade, perdemos apenas para o Paraguai, para a Namíbia e alguns outros.
         
Lula acreditou que o bolo poderia crescer por tempo indeterminado, ou seja, seria possível acabar com a pobreza sem mexer no lucro. E as margens de lucro das empresas instaladas no Brasil eram superiores as instaladas na Europa ou Estados Unidos até 2016.
          
Domenico, provavelmente, via que o bolo não cresceria para sempre, mas que, com um bolo grande e um país democrático, o Brasil teria a chance de ser mais igual (Domenico procura enxergar sinais de progresso nas ondas de pequenas violências, como no caso de crianças contratas em países pobres para trabalhos manuais).
        
E essa ideia não veio desacompanhada de outras análises. Thomas Piketty afirma, no livro O Capital no século XXI, que a tendência natural de um planeta globalizado e capitalista é um desenvolvimento mais acelerado de países mais pobres e desiguais, enquanto países mais ricos assistiriam a um esfriamento de suas economias. 
            
Essa previsão indica que os países subdesenvolvidos se tornariam desenvolvidos e as economias mundiais entrariam em uma espécie de equilíbrio. Algo muito semelhante as idealizações de Adam Smith e algumas projeções de David Ricardo. O mundo fantástico de Bob. Quer dizer: o mundo fantástico do livre mercado.
        
De fato, o início da derivada da ascensão econômica pelo tempo que Piketty previu aconteceu. Mas os países subdesenvolvidos não se tornaram desenvolvidos. Aconteceu o óbvio. Países desenvolvidos meteram a mão invisível no mercado para criar barreiras e dificuldades contra esse equilíbrio, pois ele significaria menos lucro, e talvez menos pessoas morrendo de fome. Mas o foco é o lucro.
           
Tivemos, com Trump, o aumento taxas de importação nos EUA, e outros países instituindo barreiras para produtos de nações subdesenvolvidas a fim de impedir um mundo mais igual. Existem muitos fatores para esse fenômeno, mas tudo começa com átomos, quarks, strings – as partículas essenciais.
         
Pois, antes de gregos ou troianos, somos indivíduos. E existe uma negação, um nihil que alguns tentam preencher com superioridade diante de outros, com sensação de poder, de razão de existência na visão de si como superior.
          
“Make America Great Again” é um jeito fofo de dizer: Ninguém pode descobrir que somos iguais, humanos! É preciso manter o folclore de que “lá nos estados unidos” tudo é perfeito. Lá o policial fala “PARADO” e se o cidadão não parar o policial pode dar 25 tiros nele. E no outro dia a população fará uma passeata em homenagem ao policial. Deixa esse povo descobrir que lá morrem cerca de 160 policiais/ano, enquanto existem países semelhantes em que a taxa não passa das dezenas.
           
“Make o pobre pobre again”. O risco do mundo mais igualitário é justamente a sua igualdade. Imagine se a eleição não tivesse o empurrãozinho do dono da Havan, da mamadeira erótica e da Record entrevistando um indivíduo, que propõe a morte ou a expulsão de todos que não pensam igual a ele, durante o processo eleitoral. Numa competição igual Bolsonaro não teria a mínima chance, pois ele não tem capacidade para ocupar nenhum cargo que exija inteligência. A parte boa é que ele mesmo admite isso. Acho fofo.
          
Na igualdade, o mero fato de nascer com privilégios não lhe daria a certeza de ascensão sobre o outros, não lhe daria o medíocre orgulho de ser mais que alguém. Orgulho que gente medíocre precisa para se sentir importante. Então é preciso manter a desigualdade e justificá-la, legitimá-la, colocá-la dentro de falácias.
          
São diversas as falácias, mas a mais comum é a que se resume no termo Foucaltiano “empreendedor de si”. Essa falácia incentiva o indivíduo a acreditar que ele é o único fator relevante para o seu próprio sucesso. O ambiente em que nasceu, o país em que nasceu, a tonalidade da pele, nada disso importa. Basta se esforçar. E é por isso que você nasceu na classe que nasceu. E é por isso que nasceu no Brasil, porque você não foi um zigoto dedicado o suficiente para nadar até a Suíça. Tudo culpa sua.
          
E nesse movimento, os ritos ganham importância como formas de sustentar a falácia. Você não é um brasileiro, você é um Hickmann. Você não é um humano, você é um americano. Você não é uma pessoa, você é um cristão conservador, mas que assiste pornografia em nome de… Deixa pra lá. Você é perfeito. E é perfeito porque merece, e aquele bandido merece a morte. Afinal ele nasceu assim, né?
        
Ele nasceu bandido e você nasceu santo. Hitler bem que tentou acabar com as pessoas que nasciam más.
          
E por falar em Hitler… Bolsonaro entra para um seleto panteão juntamente com Adolf, Mussolini e outras figuras históricas. Pois, apesar de muitos governantes usarem a ideia da divisão como um caminho para a vitória nas urnas – vide Trump com a visão de que é preciso extirpar os estrangeiros e os de matriz religiosa diversa da cristã do país – pouco líderes falaram de extirpar os seus.
         
Até mesmo Trump fala de união quando assumiu o governo, enquanto Bolsonaro fala de dividir, acabar, exterminar.
        
E talvez a minha fala lhe cause mágoas daqui para a frente, mas todos nós temos de admitir que Bolsonaro tem feito um ótimo serviço. Ele está cumprindo o que propôs como poucos fizeram. O problema é que ele não propôs melhorar nada.
          
Se você reparar bem, os discursos dele sempre diziam que “tem que acabar com isso aí” – a tosquíssima frase virou até chacota para se referir a uma fala sem conteúdo. Repare que ele não falou em melhorar o país, mas em mudar. E mudar pode ser para melhor ou para pior.
          
E tem gente surpresa com o fato dele se calar quando um cidadão brasileiro é executado pelo exército de seu país. Obviamente ele não falará nada, pois é exatamente isso que ele espera para o país. Bolsonaro não ficou triste nem surpreso, pois é exatamente esse o país que ele quer. Ou você acha que ele teria a mínima chance de vencer uma eleição ou se perpetuar no poder se o país progredisse?
          
Bolsonaro não tem propostas, ele tem desejos. O desejo dele é o caos para que ele fale do caos. E é por isso que ele não fez nada pelo Rio De Janeiro nesse longo tempo de legislativo que ele tem, porque se algo melhorasse ele perderia o palco. O caos é o palanque de Bolsonaro.
          
E nada disso é sem motivo. Domenico De Mais apontou um futuro o qual Bolsonaro não podia suportar. Um país no qual os preconceitos dele fossem malvistos. Onde a ignorância dele não lhe daria aval para colocar a família toda na política. Onde ele andaria diariamente vigiado por olhares de piedade.
          
Bolsonaro tinha duas opções: mudar a si ou mudar o país. E eu já disse em outros textos que mudar a si é coisa para gente corajosa.
          
Bolsonaro criou um país pobre, triste, assustado, violento e preconceituoso dentro de sua mente. E dessa ideia ele criou sua procissão política. Em nome de dias melhores para ele, onde ele não fosse visto como um ser fraco, mas como um mito. O mito da maldade em um sistema mal. Mito! Mito! Mito!
        
E o mundo permite a aproximação quando há afinidade. Ele bem que tentou ser amigo do Donald, mas não deu muito certo, já que Trump não quer um amigo, ele quer um servo, e isso o Bolsonaro sempre foi (o famoso militar que presta continência para a bandeira estrangeira. Eita desejo de ser americano). E foi assim que começou a relação do mitomaníaco com o Olavo de Carvalho. Pois ambos são muito parecidos. Ignorantes até os ossos, covardes, medrosos e orgulhosos.
          
Olavo era ruim demais para o Brasil que era feliz. Então ele foi embora daqui para não ver o nosso progresso. E lá de longe criou o Brasil dos sonhos dele. O Brasil das conspirações comunistas alienígenas que só poderiam ser derrotadas pelos cristãos assassinos em Cristo. E Olavo atirou pedras até que não houvesse mais nenhuma pelo chão. Jesus saiu de perto e apareceram os mestres do capitalismo para tentar ressuscitar aquele que tem o pensamento morto.
              
Olavo idealizou o Brasil da mais miséria, da mais desigualdade, da mais violência. E, juntamente com Bolsonaro, está construindo esse sonho. A educação está sendo sucateada, os policias podem matar e negociar preços sem maiores riscos, o tráfico de drogas segue lucrativo e as milícias agradecem. As evidências são queimadas em uma fogueira simbólica na Nova Berlim.
         
O Brasil se deteriora para você, cidadão brasileiro, mas se torna um paraíso para estes dementadores.
           
Não sou o único a tentar explicar esse fenômeno, e talvez sequer seja o mais claro. Portanto, segue uma lista de nomes de canais do Youtube que dissecam o quadro narrado acima: Normose; Henry Bugalho, Canal Púrpura, Coisas que você precisa saber, Meteoro Brasil, Frank Jaava, Tese Onze, Quadro em Branco, leitura Obrigahistoria, Justificando.
           
Martel Alexandre del Colle é policial há 10 anos. É aspirante a Oficial da Polícia militar do Paraná.