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segunda-feira 03 2023

O Merecimento na espiritualidade

Merecimento na espiritualidade

O merecimento como condição para o auxílio da espiritualidade, está de acordo com a Lei do Amor?

Ao meu ver não. O merecimento está mais ligado ao principio de condição e da meritocracia. 

Exemplo:

Trabalhei, portanto mereço um salário;

Fui bom, então mereço ir para o céu;

Fiz caridade, portanto mereço auxilio das equipes de socorro...

Vejam que em todas as situações acima existem condicionantes, Mas o amor verdadeiro é incondicional por natureza. Ao dizer que uma pessoa merece ajuda, você está afirmando explicitamente que tem outro que não merece.

Na verdade, o Auxílio Espiritual não está subordinado ao merecimento, e sim a disposição do espírito em ser ajudado, ou a uma situação crítica, em que o auxílio lhe é imposto para seu próprio bem.

O sofrimento só é útil quando colabora para o aperfeiçoamento espiritual, quando o desequilíbrio é tão grande, que o espírito perde a consciência de si mesmo, sofrer neste caso perde a sua utilidade pedagógica para a evolução, pois se torna inútil, então a espirituidade superior intervém, pois o desequilibrio do espírito é tamanho que anula o seu livre arbítrio.

Veja, um pai amoroso ao perceber que um filho está sofrendo, se preocupa se o filho merece ou não? Na verdade ele tenta ajudar, no entanto, se o filho não estiver disposto e pronto para ser ajudado, o pai fica atento e espera até que o momento oportuno.

Jesus na parábola do Filho Pródigo nos diz isso, quando o filho volta para casa o pai o recebe com festa e com os braços abertos, ele não se preocupa se o filho merece ou não, pois ele o ama incondicionalmente.

Alguém pensa que, por exemplo, o Padre Lancellotti se preocupa com o merecimento dos moradores de rua que socorre? Nenhuma alma bondosa se preocupa com o merecimento de quem ajuda. Isso é para pessoas egoístas sem amor e por isso julgam o próximo.

Ao aceitar ajuda, o espírito precisa fazer a sua parte abandonando os atos e pensamentos, que o fazem trilhar o caminho errado que está precorrendo, sem isso a ajuda é impossível, é como tentar curar alguém de um envenenamento com o mesmo ingerindo mais veneno, ou o médico tentar evitar a cirrose do paciente que continua ingerindo álcool.

O pai amoroso que vê o filho seguir o caminho da criminidade e vê que ele precisa de ajuda, se preocupa com o seu merecimento ou ajuda o filho desviado do bom caminho? Claro que ajuda, mas se o filho insiste na criminalidade ele não tem como ajudar, ele espera que o filho se arrependa e aceite ajuda, então ele ampara seu filho.

Para Deus que é bom e justo, TODOS os seus filhos merecem ser amparados, por piores que tenham sido seus crimes, no entanto, o filho precisa aceitar a ajuda, e ao aceitar o auxílio vem, as vezes até compulsoriamente. Por exemplo: O pai pode internar o filho em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, mesmo contra a sua "vontade", pois o seu discernimento está comprometido pelo vício.

Mesmo os piores malfeitores merecem auxilio, e se não o tem não é porque não merecem, é porque não querem e não estão prontos, no entanto, os mentores e os seres que os amam estão sempre por perto, esperando apenas que queiram e estejam prontos para serem auxiliados. Ocorre que as vezes, mesmo que os espíritos não queiram auxílio devido ao seu estado de desequilíbrio, mesmo assim são auxiliados contra a sua vontade e levados a locais de reabilitação para o seu próprio bem.

Por isso, acho inadequada a palavra merecimento, para justificar a ajuda dos grupos socorristas na espiritualidade. Ela pode dar uma idéia errada sobre o amor de Deus.

Além disso a idéia de merecimento pode atrapalhar o auxílio dos socorristas, na medida em que o espírito lembrando dos erros cometidos (e todos nós cometemos erros), pode acreditar não merecer ajuda da espiritualidade e a recusar. 

Se o espírito ao deixar esta vida, acreditar que merece estar no umbral espírita ou no inferno católico, pode baixar a sua vibração e ser atraído para regiões do umbral mais denso dificultando e retardando o socorro.

É preciso ficar bem claro que Deus jamais nos abandona, nem mesmo estando um seu filho na dimensão mais densa do umbral, pois ele vive em cada um de nós. 

Nós merecemos a ajuda de Deus em qualquer situação, pelo simples fato de termos sido criados por ele e sermos seus legítimos hesdeiros.

André Luiz M. e Silva
Blog Folha de Tucuruí Percepção.

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