Vários mototaxistas estavam hoje no Ministério Público Estadual denunciando supostas irregularidades na concessão de alvarás de mototaxistas que fazem parte da ASMOTUC. Segundo os mototaxistas, no projeto de Lei criado pelos vereadores, oitenta vagas seriam para a ASMOTUC (Associação dos Mototaxistas de Tucuruí), que possui 120 associados.
Segundo o pessoal das oitenta vagas quarenta ficaram de fora, e o presidente da associação se recusou a divulgar a lista, e disse que cada um fosse à prefeitura solicitar pessoalmente o seu alvará. Assim fizeram, mas ao chegarem à PMT muitos se surpreenderam por seus nomes não constarem na lista oficial.
Surpresa ainda maior foi constatar que pessoas desconhecidas e novatas faziam parte da lista. Segundo os mototaxistas o presidente da ASMOTUC e sua esposa fizeram a lista sozinhos e colocaram quem bem entenderam, sem levar em conta o esforço, a luta e o trabalho dos associados.
Segundo os mototaxistas o presidente da ASMOTUC teria agido de má fé, humilhando e ameaçando os sócios da associação. Quem não está do seu lado é retirado da lista. O mais grave é que os mototaxistas dizem que foram concedidas pela ASMOTUC, concessões a empresários e pessoas com outras fontes de renda e que, portanto não necessitam exercer a atividade de mototaxista. Denunciam ainda que a diretoria da ASMOTUC em nenhum momento foi convocada para participar da elaboração da lista e da escolha dos nomes.
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Nota do Folha: O processo de concessão do serviço de mototaxistas foi mal feito já do início. O serviço de mototaxista em Tucuruí sempre foi problemático. No início foram os taxistas que eram contra e houve muitos disturbios e violências, até que a Prefeitura e a Câmara Municipal pressionadas pelas Associações de Mototaxistas e pela população (que queria o serviço), resolveram a questão entrando em concenso com as partes interessadas, liberando o serviço de mototaxista na cidade, dando um número razoavel de pontos às associações e um ponto de mototaxista a cada taxista e a cada associação de moradores da cidade.
Por um tempo a paz reinou, até que os clandestinos começaram a competir com os mototaxistas regularizados e a guerra e a violência recomeçaram, inclusive com agressões e até assassinatos.
As coisas estavam neste ponto quando chegaram as eleições para prefeito e vereadores (e junto a maldita politicagem). Algumas associações que congregavam clandestinos, apoiaram o atual prefeito e então candidato na campanha eleitoral em troca da promessa de regularização dos seus associados.
A partir do início do atual governo os clandestinos começaram a trabalhar livremente (muitos não tinham nem habilitação), a situação se tornou caótica e perdurou até a aprovação do Projeto de Lei pela Câmara Municipal que aumentou o número de concessões para atender aos “novos” mototaxistas, como havia prometido o prefeito.
Agora muitos mototaxistas denunciam irregularidades na elaboração das listas para a concessão dos alvarás. Qualquer um com um mínimo de inteligência e conhecimento de política(gem) tucuruiense poderia prever com 99,9% de acerto que esta concessão teria problemas e interferência política.
Tudo na PMT é feito de forma obscura e sem transparência, e o resultado está aí. Não podemos afirmar que existem irregularidades nas tais listas, mas as chances de que existam irregularidades são muito grandes, diríamos mesmo que e surpresa de verdade seria se não existisse.
CÂMARA MUNICIPAL
Tivesse Tucuruí uma Câmara Municipal atuante e mais interessada em atender aos interesses da população do que bajular o prefeito e atender aos seus próprios interesses, e muitos destes problemas não existiriam, ou pelo menos seriam de fácil solução.
Houvesse em Tucuruí uma Câmara Municipal atuante e os vereadores formariam uma comissão e analisariam os critérios adotados pela PMT e associações, para elaborar as listas, tornando o processo de concessão de alvarás transparente e justo.
Mas, atender aos reais anseios da população, contrariando interesses pessoais e políticos muitas veses obscuros, seria pedir demais aos ilustres vereadores de Tucuruí.