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domingo 12 2010

A morte de Noel Rosa

O triste adeus do poeta de clássicos como 'Como que roupa?' se deu através da tuberculose agravada por seus dois velhos hábitos: o cigarro e o álcool

KAMILLE VIOLA
A bela Ceci foi amada até o fim por Noel | Foto: Banco de imagens
Talvez por já desconfiar que sua passagem pela Terra seria breve, ou talvez por ter escolhido que assim fosse, Noel Rosa viveu com a intensidade dos que têm urgência. Marcado desde o nascimento, ele nunca teve a saúde muito forte. O problema no queixo ia além da questão estética: não conseguia abrir a boca totalmente, o que dificultava na hora de comer.


Além de ser motivo de vergonha — ele comia escondido desde os tempos do ginásio — também fez com que optasse pelo que fosse fácil de ingerir: sopas e, na maior parte das vezes, apenas bebida alcóolica. A bebida e o cigarro, aliás, foram companheiros aos quais ele foi mais fiel do que a qualquer mulher: mesmo nos períodos em que o médico recomendava repouso, Noel Rosa não abandonava os velhos hábitos. 

"Ninguém foi mais boêmio que Noel. Ele passava a noite inteira na rua, dormia o dia inteiro", afirma o jornalista e biógrafo do músico, João Máximo. "O Cartola dizia: 'Como bebia esse rapaz!' Para o Cartola falar isso, imagina", diz. Em 1934, contraiu tuberculose, na época doença assustadora e sem cura. Por insistência da família, foi para a casa dos tios, em Belo Horizonte. Disse que só iria se Lindaura fosse. Dona Martha, sua mãe, exigiu que eles, então, se casassem — o que aconteceu em um cartório no dia 1º de dezembro, muito contra a vontade do noivo.

Chegou à capital mineira em janeiro de 1935 e logo se enturmou com a boemia local. Tudo muito distante das ordens médicas que havia recebido. O que fez com que, em abril, a tia Carmem escrevesse à irmã, avisando que não poderia mais cuidar do sobrinho. A doença nos pulmões voltaria a assombrar Noel outras vezes. Nos últimos anos de vida, os dentes já estavam podres: a pouca abertura da boca sempre dificultou o cuidado com eles. O mau hálito era tanto que ele falava com a mão à boca para disfarçar. 

Mas nada era motivo forte o suficiente para que ele abandonasse a cerveja gelada. "O gelo congela os micróbios", dizia a amigos preocupados. Em 1936, começou a se desfazer de coisas que lhe eram queridas. Juntou recortes de jornal sobre ele, guardados desde 30 de julho de 1929. "Quem começou a construir a história do Noel Rosa foi o Noel Rosa, quando juntou suas matérias e colou num álbum, porque sabia que ia morrer no ano seguinte", conta o pesquisador e biógrafo do artista, Carlos Didier.
Túmulo de Noel | Foto: Banco de imagens
Já não saía como antes, evitando aparecer em seus lugares preferidos , inclusive a Lapa, onde ainda trabalhava Ceci, agora em outro cabaré. Um dos poucos lugares que ainda visitava era o barraco de Cartola, na Mangueira. 

Em novembro de 1936, deixou um começo de samba, 'Nos Três Dias de Folia', para que o amigo terminasse. E explicou que tinha dois discos a gravar e, em um deles, gostaria de ter os ritmistas da Mangueira. 

Em seu aniversário de 26 anos, encontrou-se com Ceci. Para ela, pouco antes de morrer, terminou de compor 'Último Desejo', misto de declaração de amor e testamento — e pediu ao amigo Vadico que entregasse a letra à amada.

Ainda foi a Piraí, estado do Rio, com Lindaura, onde foi salvo por um gesto dela, que arrancou com a mão um coágulo de sua garganta. Morreu de tuberculose em 4 de maio de 1937, no mesmo chalé onde nasceu. Do outro lado da rua, a música de uma festa invadia a casa. O poeta teria aplaudido.

Cena final do filme: "Noel, poeta da Vila".

Tucuruí é rica, só falta prefeito e Câmara Municipal


Tucuruí é uma cidade rica, nosso PIB está acima da média nacional e ganhamos de cidades como Marabá.

Sem termos zona rural, o prefeito tem que cuidar apenas da zona urbana, que literalmente está uma zona, tamanho é o abandono. O problema é que temos uma grave deficiência que impede o nosso desenvolvimento: Simplesmente não temos prefeito e Câmara Municipal, não de verdade. Na verdade temos um prefeito de faz de conta que finge que administra e uma Câmara Municipal de faz de conta que finge que fiscaliza quem finge que administra.

Enquanto os políticos fingem, o povo sofre de verdade e para valer.

Vejam a matéria do Jornal O Liberal de hoje, e a classificação das cidades paraenses com maior PIB:

PIBs são maiores em Canaã dos Carajás e Parauapebas registram maiores PIB do Estado

Jornal O Liberal

RANKING 2008 - Idesp apresenta o levantamento geral do PIB nos 143 municípios do Pará

A concentração da riqueza em apenas 12% dos municípios do Pará continua sendo o maior entrave para o desenvolvimento do Estado, segundo aponta o estudo feito pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) divulgado ontem. Durante o evento de apresentação do estudo, também foi exposto o Produto Interno Bruto (PIB) paraense de 2008.

Segundo avalia o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, aproximadamente 75% do PIB paraense estão concentrados em apenas 17 municípios. "Nestes locais está quase a metade da população paraense, ou seja, 48% dos habitantes do Estado contribuem para este resultado", destaca. Nesses municípios também estão localizadas importantes indústrias minerais na extração de cobre, ferro e bauxita, e na indústria de transformação, com produção de alumínio e alumina, além da Hidrelétrica de Tucuruí.

Trindade lembra que os demais 126 municípios detiveram apenas 24,7% do PIB – o que comprova a centralização da riqueza.

Outro aspecto importante apresentado pelo Idesp está no PIB per capita paraense – que é de R$ 7.793, ou seja, quase metade da média nacional (R$ 15 mil). "Apenas seis municípios paraenses detiveram um PIB Per Capita superior ao indicador brasileiro – e todos eles são de regiões mineradoras", ressalta. Este é o caso de Canaã dos Carajás (R$ 48 mil), Parauapebas (R$ 45 mil), Barcarena (R$42 mil), Tucuruí (R$ 27 mil), Marabá (R$ 17 mil), Oriximiná (R$ 16 mil).

sábado 11 2010

Amigo-secreto sem gafe

Veja dicas para aproveitar a tradição de fim de ano sem traumas e se divertir de verdade.

Carina Martins, iG São 

Amigo-secreto é o tipo da coisa que tem tudo para dar errado. A ideia da brincadeira, em que você tem que escolher e comprar um presente para alguém que talvez não conheça muito bem, talvez não goste muito ou talvez goste demais, tem elementos à vontade para situações constrangedoras. E no ambiente de trabalho há ainda mais ingredientes para o pastelão. Ainda assim, a tradição é um sucesso, o que significa que a graça supera o risco. 

“Dá muito problema, mas é uma boa ideia, porque é um momento de confraternização”, diz o consultor de carreira e diretor-geral do portal Trabalhando.com.br Renato Grinberg. “Todo mundo reclama, mas bem que o povo curte. É um jeito de todo mundo ser presenteado, uma justificativa para as pessoas pararem e conversarem umas com as outras”, concorda a consultora de etiqueta empresarial Célia Leão. 

Já que o jogo é quase inevitável e, para muitos, até desejável, a melhor coisa é minimizar os riscos para a graça ocupar o maior espaço possível. 

Para os especialistas, o ideal é que, numa empresa, a iniciativa e a organização do amigo-secreto partam da diretoria ou do departamento de Recursos Humanos. Os organizadores também são responsáveis por garantir aquela que é a primeira regra para o sucesso de um amigo-secreto: um limite de preço definido para os presentes, tanto para o valor mínimo quanto para o máximo. “Temos que levar em consideração que é uma coisa absolutamente democrática, para todos, que as pessoas do café, da limpeza e os chefes vão participar. É preciso um limite que permita que todos participem sem se estressar”, diz Célia. 

Íntimo demais x pessoal de menos 

Uma vez estabelecidas as regras do evento – data, local, valores, sorteio -, a etiqueta manda que todos participem. “Aí não tem jeito, não tem desculpa. A não ser que seja muito boa, tipo a religião não permite, tem que participar”, afirma Renato. Quem ficar de fora terá que aceitar olhares tortos dos colegas. “Até acho que é melhor não entrar do que participar com aquele espírito de urubu. Mas vai ficar um pouco de escanteio, porque realmente é uma brincadeira, vai ficar fora das risadas”, avisa Célia. 

Enquete 

Você gosta de participar de amigo-secreto? 

Adoro, para mim é uma tradição 

Gosto, mas apenas entre amigos e familiares. Na empresa fico constrangida

Mais ou menos

Não gosto, mas participo para não fazer feio

Detesto e não entro de jeito nenhum

ou VER RESULTADOS 

Na hora de comprar o presente, não adianta preguiça. “A ideia é gastar um pouco de tempo para mostrar que você pensou naquela pessoa”, diz Célia. Mesmo quem não conhece bem o amigo-secreto pode pesquisar seus gostos e interesses perguntando para amigos em comum. Aliás, esse é exatamente o objetivo da brincadeira.

Os dois especialistas concordam que a pior coisa que alguém pode fazer em uma troca de presentes é ser íntimo demais. Dar lingerie, por exemplo – coisa que eles juram que acontece mesmo. “É pura falta de bom senso”, diz Renato. O outro extremo também é ruim. Presentes impessoais demais, como vale-compras, dão a impressão de que você não pensou na pessoa nem se importa com ela. Chato.

E o chefe? 

É comum que as pessoas que tiram o chefe sintam-se constrangidas e acabem se sentindo obrigadas a comprar um presente mais caro. Outro erro. Todos participam em pé de igualdade, e o valor estabelecido está lá para garantir isso. “O ideal é seguir a recomendação de preço, senão vai parecer puxa-saco”, alerta Renato. Se tiver dúvidas sobre os presentes, seja para um chefe, colega ou subordinado, é melhor sempre checar com um amigo. Não tem problema revelar o segredo para uma pessoa só. É por uma boa causa.

Piadista

Mas não é porque o ambiente é de descontração que dá para aproveitar e começar a descontar as diferenças sob forma de piada. É normal, e desejável, ser bem-humorado na hora de revelar quem é seu amigo-secreto. Mas, apesar do clima de festa, não se esqueça de que você continuará trabalhando com aquelas pessoas. Há que se manter a civilidade. “Jamais queimaria meu filme tentando ser engraçadinha”, diz Célia Leão. Além de evitar coisas de óbvio mau gosto na hora das piadinhas – como comentários racistas e sexistas – ela diz que uma boa dica é se colocar no lugar da pessoa. Se você se sentiria constrangido de ouvir algo parecido sobre você, é bem provável que seu amigo também se sentirá. Melhor não.

Ao embarcar na brincadeira com bom senso e disposição, os especialistas garantem que, além do presente, dá para sair do amigo-secreto até com um amigo novo.

sexta-feira 10 2010

Telegramas secretos revelam interesse dos EUA em Dilma Rousseff

Tio Sam espiona Dilma Rouseff

Brasília, 10 dez (Prensa Latina) Estados Unidos mostrou especial interesse desde 2005 em conhecer preferências, gostos e tudo possível sobre a então recém nomeada ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, hoje presidenta eleita do Brasil.

  Vários dos nove telegramas confidenciais da embaixada dos Estados Unidos em Brasília, divulgados hoje pelo diário Folha de S.Paulo e entregues pelo site Wikileaks.org, assinalam que Rousseff "organizou três assaltos a bancos" durante a época da ditadura militar no Brasil (1964-1985).

A Folha de S.Paulo aponta que o autor do telegrama, o então embaixador norte-americano no Brasil John Danilovich não menciona a fonte da informação sobre as supostas ações de Rousseff na ditadura militar, contra a qual lutou e esteve presa por três anos.

"No conjunto de papéis divulgados agora, há especulações sobre a personalidade da petista -militante do Partido dos Trabalhadores (PT)-, as possibilidades de ser eleita e sua saúde", indica o jornal brasileiro.

Acrescenta que em 2009, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, elogiou os documentos confidenciais, ao afirmar que gostava muito dos textos que contêm os perfis dos candidatos a presidente em 2010 e sobre suas estratégias, ao mesmo tempo em que qualifica o sistema político brasileiro de "bizantino".

A Folha de S.Paulo refere que Hillary Clinton fez recomendações para futuros telegramas: "Damos especial valor às informações sobre como são os estilos de operar desses líderes, seus comportamentos, motivações, pontos fortes e fracos, relações com seus superiores, sensibilidades, visões de mundo, hobbies e conhecimento de línguas estrangeiras".

Para o diário, os detalhes sobre Rosseff aparecem desde 2005, "Ela gosta de cinema e de música clássica. Perdeu peso recentemente, segundo relatos, após adotar a mesma dieta do presidente Lula", diz um dos telegramas.

Em outro há elogios para a presidenta eleita, pois é vista como "competente", elogiam sua paciência para ouvir e responder, mas alertam de que "ela tem fama de ser insistente, uma negociadora dura e detalhista".

O site Wikileaks.org diz possuir cerca de 250 mil telegramas confidenciais da diplomacia estadunidense em todo mundo, dos quais ao menos 2.500 seriam de sua embaixada no Brasil.

arc/ale/es

Embraer vai produzir aviões e equipamentos bélicos.

A Embraer anunciou hoje (10) a criação da Embraer Defesa e Segurança, uma divisão da empresa que funcionará praticamente como uma companhia autônoma, voltada exclusivamente para a produção e o desenvolvimento de equipamentos de defesa. A nova unidade terá, inclusive, um presidente próprio.

A divisão foi criada devido ao volume crescente de negócios envolvendo a área de equipamentos bélicos. Este ano, o faturamento com defesa será de R$ 1,1 bilhão. Para 2011, a expectativa é que o faturamento chegue a R$ 1,5 bilhão. Segundo o presidente da Embraer, Frederico Curado, a divisão dará maior “agilidade e autonomia empresarial” à companhia.

Curado destacou ainda que o fortalecimento da indústria de defesa é estratégico para o Brasil. “É importante para o país ter autonomia para desenvolver armamentos e aviões”. A unidade inaugurada atuará não só no desenvolvimento de aviões, mas também no de equipamentos de comunicação, computação, controle e inteligência. De acordo com ele, a Embraer pretende ser a principal empresa do plano do governo federal de fortalecer esse segmento. “A Embraer vai ser a âncora dessa cadeia”.

O desenvolvimento de produtos para atender às necessidades das Forças Armadas também ajuda a abrir as portas da companhia para o mercado internacional. “Acaba gerando possibilidades de exportação, com a criação de um portfólio”, disse Curado. Atualmente, a Embraer tem como clientes 30 forças de defesa em todo o mundo. A expansão dos negócios pode, segundo o presidente, até impulsionar novas contratações. “À medida que a gente cresça, com certeza precisaremos contratar mais pessoas”. 

(Agência Brasil)