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sábado 11 2010

Amigo-secreto sem gafe

Veja dicas para aproveitar a tradição de fim de ano sem traumas e se divertir de verdade.

Carina Martins, iG São 

Amigo-secreto é o tipo da coisa que tem tudo para dar errado. A ideia da brincadeira, em que você tem que escolher e comprar um presente para alguém que talvez não conheça muito bem, talvez não goste muito ou talvez goste demais, tem elementos à vontade para situações constrangedoras. E no ambiente de trabalho há ainda mais ingredientes para o pastelão. Ainda assim, a tradição é um sucesso, o que significa que a graça supera o risco. 

“Dá muito problema, mas é uma boa ideia, porque é um momento de confraternização”, diz o consultor de carreira e diretor-geral do portal Trabalhando.com.br Renato Grinberg. “Todo mundo reclama, mas bem que o povo curte. É um jeito de todo mundo ser presenteado, uma justificativa para as pessoas pararem e conversarem umas com as outras”, concorda a consultora de etiqueta empresarial Célia Leão. 

Já que o jogo é quase inevitável e, para muitos, até desejável, a melhor coisa é minimizar os riscos para a graça ocupar o maior espaço possível. 

Para os especialistas, o ideal é que, numa empresa, a iniciativa e a organização do amigo-secreto partam da diretoria ou do departamento de Recursos Humanos. Os organizadores também são responsáveis por garantir aquela que é a primeira regra para o sucesso de um amigo-secreto: um limite de preço definido para os presentes, tanto para o valor mínimo quanto para o máximo. “Temos que levar em consideração que é uma coisa absolutamente democrática, para todos, que as pessoas do café, da limpeza e os chefes vão participar. É preciso um limite que permita que todos participem sem se estressar”, diz Célia. 

Íntimo demais x pessoal de menos 

Uma vez estabelecidas as regras do evento – data, local, valores, sorteio -, a etiqueta manda que todos participem. “Aí não tem jeito, não tem desculpa. A não ser que seja muito boa, tipo a religião não permite, tem que participar”, afirma Renato. Quem ficar de fora terá que aceitar olhares tortos dos colegas. “Até acho que é melhor não entrar do que participar com aquele espírito de urubu. Mas vai ficar um pouco de escanteio, porque realmente é uma brincadeira, vai ficar fora das risadas”, avisa Célia. 

Enquete 

Você gosta de participar de amigo-secreto? 

Adoro, para mim é uma tradição 

Gosto, mas apenas entre amigos e familiares. Na empresa fico constrangida

Mais ou menos

Não gosto, mas participo para não fazer feio

Detesto e não entro de jeito nenhum

ou VER RESULTADOS 

Na hora de comprar o presente, não adianta preguiça. “A ideia é gastar um pouco de tempo para mostrar que você pensou naquela pessoa”, diz Célia. Mesmo quem não conhece bem o amigo-secreto pode pesquisar seus gostos e interesses perguntando para amigos em comum. Aliás, esse é exatamente o objetivo da brincadeira.

Os dois especialistas concordam que a pior coisa que alguém pode fazer em uma troca de presentes é ser íntimo demais. Dar lingerie, por exemplo – coisa que eles juram que acontece mesmo. “É pura falta de bom senso”, diz Renato. O outro extremo também é ruim. Presentes impessoais demais, como vale-compras, dão a impressão de que você não pensou na pessoa nem se importa com ela. Chato.

E o chefe? 

É comum que as pessoas que tiram o chefe sintam-se constrangidas e acabem se sentindo obrigadas a comprar um presente mais caro. Outro erro. Todos participam em pé de igualdade, e o valor estabelecido está lá para garantir isso. “O ideal é seguir a recomendação de preço, senão vai parecer puxa-saco”, alerta Renato. Se tiver dúvidas sobre os presentes, seja para um chefe, colega ou subordinado, é melhor sempre checar com um amigo. Não tem problema revelar o segredo para uma pessoa só. É por uma boa causa.

Piadista

Mas não é porque o ambiente é de descontração que dá para aproveitar e começar a descontar as diferenças sob forma de piada. É normal, e desejável, ser bem-humorado na hora de revelar quem é seu amigo-secreto. Mas, apesar do clima de festa, não se esqueça de que você continuará trabalhando com aquelas pessoas. Há que se manter a civilidade. “Jamais queimaria meu filme tentando ser engraçadinha”, diz Célia Leão. Além de evitar coisas de óbvio mau gosto na hora das piadinhas – como comentários racistas e sexistas – ela diz que uma boa dica é se colocar no lugar da pessoa. Se você se sentiria constrangido de ouvir algo parecido sobre você, é bem provável que seu amigo também se sentirá. Melhor não.

Ao embarcar na brincadeira com bom senso e disposição, os especialistas garantem que, além do presente, dá para sair do amigo-secreto até com um amigo novo.

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