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sábado 22 2011

Fotos impressionantes III - A menina do Vietnã


A menina do Vietnã

Em oito de junho de 1972, um avião norte-americano bombardeou a população de Trang Bang com napalm. Ali se encontrava Kim Phuc e sua família. A família de Kim havia se escondido em um templo Budista pensando que estariam à salvo, ledo engano, as bombas atingiram em cheio o templo.

Com sua roupa em chamas, a menina de nove anos corria em meio ao povo desesperado e no momento, que suas roupas tinham sido consumidas, o fotógrafo Nic Ut registrou a famosa imagem. Depois, Nic levou-a para um hospital onde ela permaneceu por durante 14 meses sendo submetida a 17 operações de enxerto de pele.

Qualquer um que vê essa fotografia, mesmo que menos sensível, poderá ver a profundidade do sofrimento, a desesperança, a dor humana na guerra, especialmente para as crianças.

Hoje em dia Pham Thi Kim Phuc está casada, com dois filhos e reside no Canadá onde preside a “Fundação Kim Phuc”, dedicada a ajudar as crianças vítimas da guerra e é embaixadora da UNESCO.

A evolução dos sacanas...

Navega Pará na mira do Jatene???

Corre comentários que o Navega Pará vai acabar, e será disponibilizado somente para órgãos públicos.

Nós do Folha não acreditamos que o Jatene chegue a tanto na perseguição neoliberal aos pobres, no entanto não duvidamos nem um pouco.

A prioridade do PSDB sempre foi beneficiar os ricos, e neste governo dificilmente será diferente. 

Para os neoliberais pobre não pode ter acesso à informação, a não ser a informação dada (e paga) por eles.

Esperamos que as especulações não se confirmem, mas uma ação deste tipo não seria uma surpresa em se tratando de um governo voltado para a elite.

O PMDB e outros partidos fisiologistas vão apoiar qualquer iniciativa do executivo, com a condição de que o governador atenda às suas reivindicações quanto aos cargos públicos e outras benesses.

POBRE PARÁ!!!

Para eliminar miséria, Dilma terá que ampliar Bolsa Família e coordenar ações de ministérios

Apesar de avanços recentes, Brasil ainda tem mais de 10 milhões de miseráveis

Texto: Gabriel Mestieri, do R7, em Brasília
Imagem: Folha de Tucuruí

Promessa de campanha e compromisso assumido na posse, acabar com a pobreza extrema no Brasil surge como o principal desafio de Dilma Rousseff como presidente. 

Mas o que ela precisa fazer para cumprir sua palavra e dar melhor condição de vida para milhões de brasileiros que ainda estão abaixo da linha da miséria? 

O que o “PAC da pobreza” anunciado pelo governo precisa ter para não se tornar apenas uma ação de marketing?

Para tentar responder as estas questões, o R7 ouviu especialistas, que traçaram itens essenciais na conquista desse “novo Brasil”. É consenso que será necessário muito trabalho conjunto e coordenado entre os ministérios, colaboração de Estados e municípios, esforço de todos os setores da sociedade e criatividade para novas ações que consigam atingir as pessoas não beneficiadas por conquistas dos últimos anos.

Apesar de avanços recentes, o Brasil ainda tem entre 5 % e 7% de pessoas extremamente pobres. Isso significa dizer que um número entre 9 e 14 milhões de pessoas – dependendo da metodologia – encontram-se em situação de miséria ou indigência. Essas pessoas não necessariamente passam fome, mas não têm níveis de nutrição adequados.

Logo na primeira semana de governo, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou que o governo federal prepara um novo programa, específico para essa população, com o objetivo de erradicar a miséria. 

Detalhes, metas e nome da nova iniciativa ainda não foram divulgados, mas a ministra já adiantou que o governo vai se concentrar em três frentes: a ampliação de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, o acesso de redes de serviços sociais e de infraestrutura, como saúde, educação, água, luz e saneamento básico, além da “inclusão produtiva” da população.

Pobreza extrema

Diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o economista e pesquisador Jorge Abrahão de Castro afirma que há casos de famílias que, mesmo recebendo o benefício do Bolsa Família, não conseguem atingir uma renda que as permita superar a extrema pobreza.

- Nesses casos o programa tem que ser incentivado, e talvez até ampliado, com uma recomposição de valores que signifique aportar mais recursos. O problema é que renda que estamos aportando a eles não permite que eles saiam da extrema pobreza.

Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a professora Aldaíza Sposati destaca que, além do aumento do valor do benefício para algumas famílias, é necessário incluir outras no programa.

- O beneficio precisa atingir famílias que ainda não têm cobertura, ampliando em 30%. Hoje 12,6 milhões de famílias recebem o benefício, e seria necessário incluir mais ou menos outras 4,2 milhões. E, além de crescer, garantir que depois do benefício cada membro tenha pelo menos R$ 70 de renda per capita.

Abrahão de Castro e Aldaíza concordam também que é fundamental garantir o acesso a serviços. Para isso, os ministérios precisam atuar em conjunto. O diretor do Ipea diz que, com a melhora na educação, por exemplo, acontece uma “quebra estrutural” da pobreza.

- Tem que ser muito criativo, construindo junto com esse conjunto de ministérios. É fundamental que a geração atual e as gerações futuras possam ter acesso a todos os serviços. O acesso de crianças em boas escolas vai significar, com certeza, uma quebra estrutural da pobreza.

Um exemplo de como o oferecimento de serviços é um fator fundamental para as famílias extremamente pobres, é a oferta de creches. De acordo com um estudo do Ipea, quase 1,5 milhão das famílias que estão no Bolsa Família têm apenas um adulto como responsável – ou o pai ou a mãe. 

Dessa maneira, para que essa pessoa possa trabalhar para garantir a subsistência da família, é necessário que a localidade tenha creches com as quais esse pai ou essa mãe possa deixar as crianças.

“Inclusão produtiva” e qualidade do trabalho

Se as duas primeiras “frentes de combate” do futuro programa de governo são consenso entre os especialistas, o conceito de “inclusão produtiva” gera certa polêmica. Abrahão de Castro lembra que, além de dar capacidade de produção para famílias, em algumas localidades é preciso também dar condições para que essa produção seja vendida.

- Nesse universo tão heterogêneo, o mercado não vai resolver pura e simplesmente. (...) Grande parte vai precisar de auxílio de transferência de capacidade técnica, financiamento da produção e compra, até antecipada, em alguns casos. Tudo isso para viabilizar a inclusão.

Aldaíza Sposati vai além e diz discordar do termo “inclusão produtiva”. Segundo ela, 93% dos beneficiários do Bolsa Família trabalham e, portanto, não dá para dizer que essas pessoas são improdutivas. O que é preciso, diz ela, é melhorar a qualidade do trabalho dessas pessoas, para que ele seja suficiente para garantir a subsistência das famílias.

- Quando se fala em inclusão produtiva eu tenho um pé atrás, porque traduz certa ideia de que essa população é improdutiva e isso não é fato. Ela é produtiva, mas oferta é que não se dá de acordo com as condições objetivas de onde vive essa família e qual é o seu preparo. 

É necessária mais uma abertura de postos de trabalho de acordo com a disponibilidade dessa força de trabalho. População quer ter carteira assinada, não há rejeição a isso. Questão é que salário não cobre as demandas de proteção.

2014

Os especialistas dizem acreditar que a miséria pode ser erradicada até 2014, quando acaba o mandato de Dilma. Abrahão de Castro diz que o Ipea vai lançar uma proposta, apontando “quanto custa e como pode ser feito” para acabar com a pobreza extrema nos próximos quatro anos.

Aldaíza diz que o prazo de quatro anos “não é impossível”, mas precisa “de empenho muito forte e estruturado”. Ela faz ainda um alerta para que não ocorra uma “redução do que se entende por miséria”, questionando os limites oficiais de renda propostos pelos programas de transferência.

- Superar a miséria é não ter ninguém no país com menos de R$ 70 per capita ao mês. Agora isso tem que ser o raspão do raspão. Porque viver com R$ 2 por dia você não se move, não pega nem ônibus, então é um conceito de miséria que paralisa as pessoas.

Síndrome rara fez americana ser atacada pela própria mão

Da BBC Brasil

Karen Byrne disse que ficava com o rosto inchado após agressões

Imagine ser atacado por uma de suas próprias mãos, que tenta repetidamente estapear e socar você. Ou então entrar em uma loja e tentar virar à direita e perceber que uma de suas pernas decide que quer ir para a esquerda, fazendo-o andar em círculos.

Essa realidade é bem conhecida da americana Karen Byrne, de 55 anos, que sofre de uma condição rara chamada Síndrome da Mão Alheia.

A síndrome de Byrne é fascinante, não somente por ser tão estranha, mas também por ajudar a explicar algo surpreendente sobre como nossos cérebros funcionam.

O problema começou após ela passar por uma cirurgia, aos 27 anos, para controlar sua epilepsia, que havia dominado sua vida desde seus 10 anos de idade.

A cirurgia para curar a epilepsia normalmente envolve identificar e depois cortar um pequeno pedaço do cérebro no qual os sinais elétricos anormais se originam.

Quando isso não funciona, ou quando a área danificada não pode ser identificada, os pacientes precisam passar por uma solução mais radical.

No caso de Byrne, seu cirurgião cortou seu corpo caloso, um feixe de fibras nervosas que mantém os dois hemisférios do cérebro em permanente contato.

Novo problema

O corte do corpo caloso curou a epilepsia de Byrne, mas a deixou com um problema totalmente diferente.

Ela conta que inicialmente tudo parecia bem, mas que então os médicos começaram a notar um comportamento extremamente estranho.

‘O médico me disse: ‘Karen, o que você está fazendo? Sua mão está te despindo’. Até ele dizer isso eu não tinha percebido que minha mão esquerda estava abrindo os botões da minha camisa”, diz.

“Então eu comecei a abotoar a camisa novamente com a mão direita, mas assim que eu terminei, a mão esquerda começou a desabotoar de novo. Então o médico fez uma chamada de emergência para um outro médico e disse: ‘Mike, você precisa vir aqui imediatamente, temos um problema’.”

Karen Byrne havia saído da operação com uma mão esquerda que estava fora de controle.

“Eu acendia um cigarro, colocava-o no cinzeiro e então minha mão esquerda jogava-o fora. Ela tirava coisas da minha bolsa sem que eu percebesse. Perdi muitas coisas até que eu percebesse o que estava acontecendo”, diz.

Em alguns casos, a mão esquerda dela chegava a estapeá-la, sem controle. Ela conta que seu rosto chegava a ficar inchado com tantos golpes.

Luta de poder

Medicação resolveu problema de Karen Byrne após 18 anos

O problema de Byrne foi provocado por uma luta por poder dentro de sua cabeça.

Um cérebro normal é formado por dois hemisférios que se comunicam entre si por meio do corpo caloso.

O hemisfério esquerdo, que controla o braço e a perna direitos, tende a ser onde residem as habilidades linguísticas.

O hemisfério direito, que controla o braço e a perna esquerdos, é mais responsável pela localização espacial e pelo reconhecimento de padrões.

Normalmente o hemisfério esquerdo, mais analítico, domina e tem a palavra final nas ações que desempenhamos.

A descoberta do domínio hemisférico tem sua raiz nos anos 1940, quando os cirurgiões decidiram começar a tratar a epilepsia com o corte do corpo caloso.

Após a recuperação, os pacientes pareciam normais. Mas nos círculos psicológicos eles se tornaram lendas.

Isso porque esses pacientes revelariam, com o tempo, algo que parece incrível – que as duas metades do nosso cérebro têm cada um uma espécie de consciência separada. Cada hemisfério é capaz de ter sua própria vontade independente.

Experiências

O homem que fez muitas das experiências que primeiro provaram essa tese foi o neurobiólogo Roger Sperry.

Em um estudo particularmente notável, que ele filmou, é possível ver um dos pacientes com o cérebro dividido tentando resolver um quebra-cabeças.

O quebra-cabeças exigia o rearranjo de blocos para que eles correspondessem a padrões em uma imagem.

Primeiro o homem tentou resolver o quebra-cabeças com sua mão esquerda (controlada pelo hemisfério direito), com bastante sucesso.

Então Sperry pediu ao paciente que usasse sua mão direita (controlada pelo hemisfério esquerdo). Essa mão claramente não tinha nenhuma ideia de como fazê-lo.

A mão esquerda então tentou ajudar, mas a mão direita parecia não querer ajuda, então elas terminaram brigando como se fossem duas crianças.

Experiências como essa levaram Sperry a concluir que “cada hemisfério é um sistema de consciência isolado, percebendo, pensando, lembrando, raciocinando, querendo e se emocionando”.

Em 1981 Sperry recebeu um prêmio Nobel por seu trabalho. Mas em uma ironia cruel do destino, ele então já sofria com uma doença degenerativa do cérebro, chamada kuru, provavelmente contraída em seus primeiros anos de pesquisas com cérebros.

Medicação

A maioria das pessoas que tiveram seus corpos calosos cortados parecem normais posteriormente. Você poderia cruzar com eles na rua e não saberia que algo havia acontecido.

Karen Byrne teve azar. Após a operação, o lado direito de seu cérebro se recusava a ser dominado pelo lado esquerdo.

Ela sofreu com a Síndrome da Mão Alheia por 18 anos, mas felizmente para ela seus médicos encontraram uma medicação que parece ter trazido o lado direito de seu cérebro de volta ao controle.

A história de Byrne foi contada no último programa da série da BBC The Brain (O Cérebro), que foi ao ar na Grã-Bretanha na quinta-feira.