O Folha repercute matéria do Blog Geocidades, no sentido de reforçar e divulgar a opinião coerente e inteligente do editor.
O texto fala sobre a importância da educação, na prevenção à criminalidade em nossa sociedade.
A Polícia em um dia de greve conseguiu o que os professores não conseguiram e várias semanas.
A causa é simples de se explicar: A repressão policial tem resultados eleitorais em curto prazo, pois dá a falsa sensação de segurança aos cidadãos e a impressão de que alguma coisa tem sido feita pelos governos, no entanto a repressão isolada, não resolve a questão da criminalidade. Já a Educação que obtém resultados a médio e longo prazo não interessa aos políticos incompetentes, irresponsáveis e imediatistas, que só pensam em se eleger/reeleger e em se "dar bem", se lixando para a sociedade e para o interesse público.
Os professores deveriam se unir e usar a sua maior arma, que é a sua influência sobre a sociedade e formação dos jovens, conscientizem seus alunos e a população quanto à importância da educação, só assim o povo terá maturidade e consciência para escolher melhor seus governantes.
Só a educação, a união dos educadores e a organização social, pode acabar com a corrupção, alijar os maus políticos da vida pública, e promover a inclusão social, que é sem dúvida alguma o meio mais eficaz para prevenir e combater o aumento da criminalidade.
Vejam o texto do Blog Geocidades:
"Política equivocada
Autor: Sidnei Rocha
Infelizmente, o Estado do Pará tem tido, nas últimas décadas, sérios retrocessos na área da educação.
A recente resposta à greve – ilegal – dos PMs no Estado demonstra uma das possíveis causa para isso: trata-se da inversão de tratamento quanto à questão do combate à criminalidade. Ela tem se dado procurando-se reforçar o quadro de policiais militares e Polícia Civil, especialmente a primeira.
O tratamento da matéria tem sido, portanto, a busca pela repressão, cujo alarde dos programas sensacionalistas, torna aos governantes essa a resposta com maior rendimento eleitoral.
O governo não ataca as causas do aumento da criminalidade. Ataca os fatos consumados.
Nesse quadro, esquece-se que as políticas sociais clássicas são o melhor remédio de médio e longo prazo para evitar esse problema. Dentre elas se destaca acentuadamente o investimento em Educação: melhores salários para os professores, melhor infra-estrutura de trabalho para eles e incentivo constante sua qualificação. Isso resultará, indubitavelmente, em melhores rendimentos dos alunos e geração de oportunidades para eles (os alunos).
Um círculo virtuoso formar-se-á. A correlação é positiva. Mais oportunidades profissionais e pessoais futuras às pessoas (em particular os jovens), consequentemente se refletir-se-á em índices decrescentes de criminalidade. Isso já foi amplamente demonstrado em pesquisas sociológicas e de políticas públicas. A lógica é boa, pois sua conclusão será que o Estado terá de investir menos em repressão.
Porém, infelizmente não é dessa forma que enxergam os nossos governantes, pois embora seja realmente merecido o reajuste obtido pelos PMs, a situação enfrentada por eles é análoga a que têm passado os professores. A desses é pior, pois, hoje, um PM com ensino médio está ganhando mais que um professor com ensino superior. Porém o policial militar é pago para prender bandidos e evitar crimes; já ação do professor é realizada no sentido de evitar que eles venham a existir, porém o tratamento essas categorias em situações análogas tem se mostrado bem diferente. Com sua greve ilegal de um dia os soldados conseguiram bons reajustes; os professores com sua greve declarada ilegal pelo judiciário paraense só conseguiram promessas de cumprimento de um direito prescrito em lei contra a qual os governos estaduais teem lutado ferrenhamente.
É bom que se frise que os militares merecem o reajuste, porém os professores por razoabilidade merecem também. E por justiça histórica, talvez mereçam mais.
Porque, então, não lhes atingiu o mesmo tratamento?
Ousa-se responder: em decorrência da visão bisonha dos nossos governantes que sempre tiveram predileção pelos canhões vis-à-vis às canetas.
Em nosso estado, mais valem as balas que os livros. Infelizmente!
(*) Cientista político