Fonte: O Liberal.
Sinal vermelho
No tribunal ainda prevalece o apadrinhamento ao notório saber.
A sucessão de vacâncias no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), nos próximos dois anos - período em que acontecem eleições municipais e estaduais -, acende o sinal vermelho na vida política paraense, em consequência da prevalência do apadrinhamento sobre o notório saber nas nomeações para o TCM.
Políticos de várias cores partidárias desconfiam de que a mudança na composição do tribunal, com três vagas a preencher, coincidindo com as eleições, sirva para emparedar prefeitos, obter apoio de aliados ou tirar adversários da estrada eleitoral.
Aliás, a corrida para o preenchimento da primeira vaga no TCM já começou, com a aposentadoria compulsória do conselheiro Alcides Alcântara, na terça-feira, 10. E já produziu - dizem - um candidato rondando a vaga: é Antonio José Guimarães, porta-malas do 'ficha-suja' e até agora senador sumido do Senado Jader Barbalho.
E é exatamente o dedo de Jader por trás do porta-malas que deixa 'fichas-limpas' de orelha em pé. O 'ficha-suja' já tem, no Tribunal de Contas dos Municípios, a irmã Mara Lúcia Barbalho da Cruz como um dos sete conselheiros.
As próximas vagas serão ocupadas a partir das aposentadorias compulsórias dos conselheiros Rosa Hage, em 2013, e Aloísio Chaves, em 2014, e já se fala em outro candidato de Jader para uma dessas vagas: o fiel escudeiro Parsifal Pontes.
Seria, como se vê, a familiarização do tribunal. Sem falar que a cunhada de Jader, Elaine, é auditora do TCM.
SÓ QUATRO
Os tribunais de Contas dos Municípios estão presentes em apenas quatro estados do País: Goiás, Ceará e São Paulo, além do Pará. Na última prestação de contas, a estimativa de gastos do TCM-PA, durante o exercício de 2010 (compreendido entre maio de 2009 e abril de 2010) ultrapassou a casa dos R$ 7 bilhões.
A receita líquida destinada ao órgão foi de R$ 8,5 bilhões no mesmo período – valor que corresponde à metade do saldo da balança comercial paraense no ano passado, que fechou em R$ 17 bilhões. A unidade federativa com maior número de municípios do Brasil, Minas Gerais (853 cidades), não tem TCM, e concentra o controle dos gastos públicos no Tribunal de Contas do Estado.
Leia mais...--------------------------------
Opinião do Folha - Sempre dissemos que dinheiro gasto com o TCM é dinheiro desperdiçado, o Tribunal é lento, ineficiente e sensível ao poder político dos prefeitos.
Imaginem o que poderia ser feito com estes R$ 8,5 bilhões, imaginem se somarmos a estes valores os bilhões desviados pela corrupção no Governo do Estado e nos governos dos municípios?
Como se pode ver, dinheiro têm, é só não desperdiçar, é só não roubar...