Há muito tempo o Folha denuncia a série de crimes contra o Meio Ambiente praticados em Tucuruí.
Em sua grande maioria, estes crimes ou são praticados pela própria PMT, ou são praticados pelos amigos da Administração Municipal e com a conivência da prefeitura.
Temos visto que finalmente estes crimes estão tendo a devida atenção do Ministério Público Estadual. Se após a apuração será oferecida denuncia, ou se a justiça punirá os supostos responsáveis pelos crimes ambientais já é outra estória, mas o interesse do MPE quanto à questão ambiental em Tucuruí já é um avanço e cria novas esperanças para os ambientalistas.
Após a transferência da Drª. Grace Kanemitsu Parente que é uma promotora corajosa, muito interessada e engajada na preservação, defesa do Meio Ambiente e na correta aplicação da Legislação Ambiental, a questão do meio ambiente em nosso município não estava tendo a devida atenção que a situação de destruição reiterada e constante do meio ambiente em Tucuruí requer.
Mas finalmente esta situação está mudando, só esperamos que por coincidência não haja outra transferência no MPE justamente agora, o que poderia levar a questão ambiental em Tucuruí novamente à estaca zero.
No caso dos invasores ricos da Praça do Rotary que fizeram construções em cima do Igarapé Santana, pelo que fomos informados, a situação se encontra em um impasse. O Ministério Público Estadual quer que a Lei seja cumprida, mesmo que seja necessária a remoção das edificações ilegais. Os donos das construções ilegais (Calce Bem e Supermercado Carajás entre outros) querem que o curso do igarapé seja desviado e assim preservar as construções. Já o Divino, dono do Cine Foto Vaz que tem um terreno próximo ao Igarapé Santana, mas que está em situação regular, não aceita (com razão) e nem quer ver falar em desviar o igarapé para o seu terreno, o que prejudicaria os seus projetos para a área.
Segundo nos disseram, um dos invasores da Praça do Rotary, em uma reunião em que a representante do MPE estaria presente, se saiu com as seguintes pérolas para justificar as construções ilegais e irregulares:
1 - Não fui eu que invadi o igarapé, foi o igarapé que se desviou e invadiu o meu terreno.
2 - O curso do igarapé era outro e com o tempo mudou e entrou no meu terreno.
3 - O Cláudio Furman quando em seu primeiro mandato como Prefeito de Tucuruí desviou o curso do igarapé para fazer um lava jato.
4 - O comércio localizado nas construções ilegais gera emprego em Tucuruí.
Agora vamos analisar estas pérolas:
1 - O Igarapé Santana está lá a milhares de anos, época em que Tucuruí nem sonhava em existir. Foram os invasores que construíram em cima do igarapé e invadiram as suas margens.
2 - Se os invasores tivessem construído obedecendo a distancia legal do curso de água, que segundo a Lei é de trinta metros do leito do rio, mesmo alterando com o tempo um pouco o seu curso, o Igarapé Santana nunca ficaria embaixo das construções.
3 - Não se tem notícia (perguntem aos moradores mais antigos) que o Cláudio Furman tenha desviado o igarapé ou que já tenha sido dono de um lava jato naquele local.
4 - A geração de emprego não justifica a ilegalidade, o tráfico de drogas e o contrabando também geram "empregos" e nem por isso estas atividades ilegais são ou devem ser toleradas. Lei é Lei, não se discute, cumpre-se.
Caso os invasores tivessem cumprido a Lei e a PMT não tivesse sido omissa e conivente, os donos dos terrenos não estariam tendo problemas agora.
O Folha de Tucuruí e a sociedade organizada apoia a iniciativa do MPE na apuração de crimes praticados contra o Meio Ambiente, contra a administração pública e contra a sociedade em nosso município.
Estaremos sempre do lado de quem está do lado da Lei e do lado da nossa cidade.
Vejam abaixo a imagem de satélite que mostra as construções ilegais em cima do Igarapé Santana.
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