Pesquisas revelam que cultivar amigos traz benefícios ao organismo e diminui risco de doenças
Neste sábado (20) é comemorado o Dia do Amigo. E manter boas amizades faz bem para a saúde. Segundo especialistas, manter um círculo de amizades traz inúmeros benefícios. Estudos científicos sobre este tema são realizados há mais de 70 anos. E já em 1937, na Universidade de Havard, nos Estados Unidos, uma das mais conceituadas em todo o mundo, já era defendo que possuir amigos exercia influencia direta na saúde das pessoas. E que afastar-se do convívio em comunidade poderia abrir as portas para os mais variados malefícios, tanto do corpo quanto da mente.
No universo desses males está a solidão, uma das responsáveis pelo aumento do cortisol na corrente sanguínea. Este hormônio catabólico é diretamente ligado ao sistema emocional, ao controle do estresse, as ações anti-inflamatórias e ao metabolismo da glicose. Por atuar em tantas áreas do nosso organismo, o nível elevado de cortisol no sangue pode contribuir para o surgimento de várias doenças como obesidade, pressão alta, osteoporose, baixa imunidade, mal de Alzheimer e a temida depressão.
A psicóloga do Sistema Hapvida Saúde, Raíssa Martins, explica as consequências que uma fase de instabilidade pode causar. 'A solidão, quando não bem experienciada, pode deixar o sujeito propenso a vivências autodestrutivas (alcoolismo, compulsão alimentar etc.) bem como desencadear patologias mais severas, como a depressão”, expõe.
Já ter os amigos por perto e tê-los em bons momentos libera seretonina no cérebro, substância química responsável pela transmissão de sinais dos neurônios entre si e para outras células. A seretonina é responsável, entre outras coisas, pela regulação do sono, do apetite, do humor e da libido. “As boas amizades contribuem para a manutenção da estabilidade emocional, permitindo-nos encarar o dia a dia com menos angústia e mais otimismo', explica Raíssa.
Melodrama contemporâneo
Cerca de 128 milhões de pessoas no mundo estão deprimidas atualmente. A depressão mata mais de 850 mil pessoas todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 18,4% da população sofre com algum grau de depressão, perdendo apenas para os Estados Unidos (19,2%) e a França (21%).
Um dado curioso da OMS é que as nações desenvolvidas sofrem mais com depressão que os países pobres, devido ao estilo de vida contemporâneo. A rotina de trabalho excessivo, tempo escasso e caos urbano, aliada à expansão vertiginosa dos meios de comunicação e das novas tecnologias, formam cidadãos mais consumistas e individualistas, comprometendo uma maior interação espontânea entre as pessoas. O resultado – uma sociedade refém de seus próprios comportamentos e aquisições.
Redação Portal ORM