Com a lista dos aprovados na mão e faixa de protesto em punho, um grupo de concursados do exame C-120, realizado em 2007, cujas vagas deveriam preencher os cargos de auxiliar técnico e perito criminal do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, tentaram se reunir, ontem pela manhã, com o secretário de Estado de Governo (Segov), Edilson Sousa, mas não foram recebidos.
Eles querem a nomeação imediata de todos os 280 aprovados no concurso para os municípios de Altamira, Santarém e Marabá. Até o momento, porém, apenas os concursados de Altamira foram chamados. Além disso, alegam que muitos tiveram de abandonar seus empregos e agora estão sobrevivendo à custa dos amigos, parentes e ao acaso.
Para o concursado e ainda desempregado Mário Lúcio, 35 anos, o que está acontecendo é um absurdo. “Um dos aprovados veio de outro estado e teve de dormir na guarita do IESP (Instituto de Ensino de Segurança do Pará) durante o curso de formação porque não tinha onde ficar. Para conseguir o que comer, ajudava a lavar os pratos”, alega.
Segundo os concursados, a assessoria de comunicação da Segov informou que o secretário estava reunindo em outro lugar, mas que iria comunicar a razão da visita e marcar uma reunião em outro momento. Em seguida, foram até a Casa Civil, onde ocorreu a mesma coisa. “Agora vamos nos programar para a passeata do dia 21, às 9h, onde vamos protestar contra essa e outras situações”, afirma Silvio Luceiro, 35. Ninguém da Segov foi localizado para confirmar a versão apresentada pelos concursados.
TEMPORÁRIOS
Além das nomeações, os concursados foram reclamar das contratações irregulares que vem ocorrendo no CPC. “Não somos do grupo de reserva. Já fizemos um curso de formação no ano passado e agora esperamos ser chamados. Além do custo para o dinheiro público, se não colocarmos em prática o que aprendemos vamos esquecer tudo”, ressalta André Luis Sarmento, 35 anos.
Afirmam ainda que havia previsão orçamentária na época em que deveriam ser nomeados, mas que por alguma razão o dinheiro foi usado para outra finalidade ou desapareceu. “O CPC está inaugurando seccionais no interior do Estado sem peritos criminais ou médicos legistas. Por causa disso, o perito mais próximo precisa se deslocar até o local da ocorrência, o que gera mais impacto aos cofres públicos.
O pior é que há médicos legistas contratados ganhando até R$ 83 mil por mês, quando um nomeado deveria custar apenas R$ 3 mil para o Governo”, complementa André. Por conta do horário, a assessoria de imprensa do órgão não foi encontrada para comentar as denúncias. Diário do Pará.