Do site Planeta Web
Quanto mais pudermos confiar no caráter, tanto mais nós o tornamos a pedra de toque de como vivemos nossa vida, e tanto menos ficamos à mercê dos acontecimentos e forças exteriores. Quanto mais o modo como nos sentimos com relação a nós mesmos e à situação em que estamos se achar enraizado em algo interno em vez de externo, tanto melhor será o trabalho da nossa vida, e menos nos sentiremos vítimas das circunstâncias.
Ter poder interior significa que, independentemente do caos das circunstâncias mutáveis ao seu redor, você tem algo sólido em que se basear. Você sabe quem é. A integridade pessoal tem sofrido um bom golpe nos últimos anos, não só no mundo dos negócios mas em toda a parte. Uma grande porcentagem dos alunos de faculdade conta que trapaceia regularmente. Funcionários que não têm do patrão o devido reconhecimento dão o troco fazendo seu trabalho de qualquer jeito.
Pode parecer fora de moda enfatizar a volta aos valores espirituais como um modo de lidar com o local de trabalho, mas é o único recurso que ninguém pode nos tirar. Além disso, a quantidade de experiências negativas que temos no trabalho, mesmo aquelas que não são faltas nossas – o estresse, a raiva e a preocupação, o medo, o tédio e o desânimo – são exacerbadas com a falta de poder interior.
Quando podemos ser fiéis aos nossos princípios, a raiva e o medo não assomam tanto, e as ações dos outros, mesmo dos nossos superiores, não são tão ameaçadoras. Quanto mais pudermos recorrer ao nosso interior para obter consolo e apoio, menos as irritações do local de trabalho nos incomodarão. Quanto mais pudermos retornar aos fundamentos da nossa vida espiritual, menos as tentações do sucesso no local de trabalho nos corromperão.
É por isso que as histórias sobre a vida de grandes mestres espirituais incluem um momento de grande tentação, um momento em que o engodo do poder exterior parece prestes a prevalecer. Quando Satã tentou Jesus no deserto, oferecendo-lhe o mundo inteiro em troca da sua aliança, Jesus ficou tentado. Mas, no final, ele foi fiel aos seus princípios, e quem perdeu foi Satã.
Gandhi usou o mesmo poder interior contra os ingleses. Ele não tinha armas, exércitos, nenhuma riqueza do império. Tudo que tinha eram suas convicções e a confiança de que seus milhões de seguidores leais não se moveriam diante de porretes, chicotes e armas de fogo.
E, por último, o poder interior lhe dará força para superar as incertezas do local de trabalho. Em situações de verdadeira adversidade, isso pode significar a diferença entre o triunfo e a derrota. E, se você está por cima, se o trabalho da sua vida é plenamente satisfatório e você não imagina como poderia torná-lo ainda melhor, nesse caso o poder interior lhe dará a perspectiva para não ser vaidoso, arrogante ou excessivamente orgulhoso.
Embora o ambiente de trabalho dos tempos modernos seja uma invenção recente e continue a crescer e a mudar, os valores espirituais sobre os quais estive falando são tão antigos quanto à própria humanidade. Na história da antiga Índia ou da Judéia, da antiga Grécia ou de Roma, os dramas humanos são parecidos com os de hoje. A raiva, a cobiça, a tentação, a arrogância e a ambição coexistiram em desequilíbrio com a generosidade, a integridade, a honestidade, a compaixão e o perdão.
O poder exterior vai e vem. O poder interior, uma vez conquistado, fica com você durante toda a vida. Você talvez pense que no local de trabalho moderno não existe lugar para valores espirituais infinitos, que ele os varre para o lado como coisas irrelevantes para os objetivos da eficiência e do lucro. Pode parecer assim, mas na realidade isso não acontece. O poder interior é mais forte.