“Senhor presidente, senhoras deputadas e deputados, senhoras e senhores.
Minhas amigas e meus amigos.
Quero, em primeiro lugar, agradecer a Deus mais esta oportunidade, que muito me honra, de estar aqui diante de Vossas Excelências para reafirmar o compromisso de servir a nossa gente, ao povo do Pará. Para tanto, trago na mente e no coração os princípios basilares da democracia, os padrões republicanos e, principalmente, os valores humanos fundamentais da ética, da justiça, da verdade, da honestidade e da solidariedade, especialmente para com os que mais precisam.
Agradeço, sobretudo, ao povo do Pará que fez materializar esta oportunidade através de um ato consciente, o voto, fazendo girar a roda da história, dando-nos um crédito de confiança, optando por um caminho que certamente ele próprio julgará depois. A essa confiança só posso responder com compromisso e trabalho, com dedicação e vontade de contribuir para construção de um Estado melhor.
Agradeço à minha família e às pessoas mais próximas, cujo apoio imprescindível em todos os momentos ajudou a superar obstáculos, e a manter a disposição para luta e até o otimismo mesmo quando ele parecia não se justificar.
Agradeço aos militantes e simpatizantes, às lideranças políticas, sindicais e comunitárias, que na sua diversidade e pluralidade imprimiram a campanha um colorido e conteúdo popular e emocional que me revitalizava permanentemente, dando origem a expressão tantas vezes por mim repetida de que a nossa campanha estava sendo construída com muitas mãos, muitas vozes e muitos corações.
Quero fazer um agradecimento especial aos senhores deputados e deputadas de todos os partidos. Espero que juntos consigamos retribuir e honrar cada voto, colocando nossos mandatos e nosso trabalho a serviço da felicidade coletiva e do bem comum.
Senhores deputados, senhoras e senhores, minhas amigas e meus amigos. Aqui estou, para reafirmar, solenemente, os compromissos assumidos perante o povo do Pará, certo de que nenhum compromisso é firme o suficiente quando não se tem convicções sólidas e percepções claras do rumo que se quer seguir e de onde se quer chegar.
A minha convicção é de que o Pará, por suas riquezas culturais, naturais, históricas e, sobretudo, humanas, há de alcançar o seu grande destino. Cabe a nós, homens e mulheres eleitos pelo povo, criar as condições e trabalhar arduamente para que isto aconteça. Precisamos corresponder às expectativas dos milhões de pessoas que constroem este estado com o suor do seu rosto, o calo das suas mãos e a vitalidade do sangue que corre em suas veias. Elas nos delegaram essa grandiosa missão. Vamos cumpri-la, com dignidade e sabedoria.
O maior dos meus compromissos não poderia se traduzir em uma obra aqui, outra acolá, mas num conjunto coerente de políticas públicas que tenham por objetivo contribuir para levar o Pará ao seu grande destino, ao seu grande futuro, de desenvolvimento com sustentabilidade, emprego, justiça e igualdade. Um Pará do qual todos nós paraenses possamos nos orgulhar. Um Pará que valorize e considere, que desperte e dê oportunidade ao vencedor que há em cada um de seus filhos.
Nesse sentido, quero destacar três setores básicos que afetam diretamente a vida dos cidadãos, e que necessitam atenção especial. Falo da Saúde, da Segurança e da Educação, áreas essenciais que precisam e vão voltar a funcionar. Na saúde, além da atenção básica, dois novos hospitais regionais virão se somar aos cinco construídos no meu primeiro governo. Vamos dotá-los, todos eles, de médicos, funcionários e remédios suficientes, para atendimento eficiente e tratamento digno dos pacientes. Em parceria com as prefeituras, vamos modernizar os hospitais municipais para que os casos mais urgentes possam ser tratados no próprio município.
A segurança será tratada com a seriedade e responsabilidade que a complexidade do tema merece. Qualquer coisa diferente disso é expor todo um sistema vital ao equilíbrio social ao descrédito e a sociedade e o cidadão à violência dos dias atuais, um fenômeno mundial, certamente, mas com reflexos mais nefastos onde o poder público se ausenta. É importante, sim, investir em todo o sistema de segurança. E vamos fazê-lo, combatendo a criminalidade e implantando os Territórios de Ação Policial, além de novas delegacias e quartéis. Mas é igualmente relevante criar e estimular a cultura da paz, vale dizer, semear oportunidades, cultivar parcerias, colher integração e boa vontade. Isto significa desincentivar o conflito e trabalhar pela paz almejada pela sociedade. É o que iremos fazer reforçando as ações do Propaz e trazendo de volta a Fábrica Esperança.
A educação é o futuro que se faz no presente. E já não basta abrir vagas para internar os jovens numa sala de aula e esperar que, apenas com esse gesto, eles virem homens e mulheres capacitados a transformar o Estado. Construir e manter escolas são tarefas do cotidiano da administração pública. Mas precisamos ir além disso. A escola precisa construir valores e ser capaz de fazer florescer o novo homem, a nova mulher, que irão transformar a realidade. Esta é a principal tarefa que se impõe ao governo. Ao esforço de ampliar a quantidade, agora urge melhorar a qualidade. Faremos isso de muitas maneiras, mas principalmente premiando as boas práticas educacionais.
É dessa estirpe também o projeto da Universidade Tecnológica, a UNITEC, que dará formação superior aos nossos jovens para ocupar um mercado de trabalho que, aqui mesmo no Pará, irá florescer mediante incentivos aos novos empreendimentos que agregam valor e tecnologia.
Mas não se pense que a educação dos jovens se encerra numa carteira escolar. Quando se pensa numa Praça da Juventude, unindo esporte, cultura e lazer, estamos a planejar educação da melhor qualidade. Pois educação tem a ver com tudo que abre a mente das pessoas, tem a ver com exemplos e referências, respeito pelo outro, trabalho em equipe, disciplina, estabelecimento de metas, disputas e vitórias. Nada de bom a rua pode ensinar aos nossos jovens. Mas programas como o Vencer pelo Esporte, por exemplo, podem conduzi-los a valores que os acompanharão por toda a vida.
Para tudo isso faz-se fundamental construir e consolidar um pacto com os servidores públicos, valorizando-o e respeitando as instituições. Transformando em responsabilidade coletiva cuidar da coisa pública em nome de todos e para todos sem distinção.
Essa é a obrigação inescapável de todo governante. E aqui, portanto, reafirmo o meu compromisso, sobretudo com os mais carentes que, como tal, mais dependem do poder e da ação pública na sua incansável luta cotidiana em busca de uma vida melhor. Que outro propósito teriam programas como o Gerações, que vai unir jovens e idosos gerando aprendizado e oportunidades para ambos? Ou o Profissão Mulher, que vai ensinar gratuitamente uma profissão às mulheres? Ou tantos outros que iremos implantar? Isso é governar para as pessoas. Para elas traremos de volta o Cheque Moradia, o Banco do Cidadão, o Computador do Professor, o Cred Livro. E com a participação coletiva o reencontro com a nossa auto-estima e o orgulho de ser paraense.
Vivemos numa terra abençoada, terra feita de uma gente que tira a sua força de algum lugar bem guardado. Uma gente incansável, vitoriosa, que ama o Pará. Ainda me emociona a lembrança dos contatos diretos com as pessoas mais simples, banhadas de uma esperança verdadeira, que não se pode e não se deve frustrar. Andei por todos os cantos, ouvi suas vozes, li nos seus olhos, fui tocado pelo coração dessa gente. E o que ficou desses encontros, apreendido por todos os meus sentidos, é o que vai guiar as maiores decisões do governo que hoje se inicia.
Senhor presidente, senhores deputados, senhoras e senhores, minhas amigas e meus amigos. Um filósofo já disse que a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. Um governo termina e o outro começa, sem nenhum intervalo. A história não é estanque e nos impõe entender a herança do passado e rumar para o futuro, sem erros de avaliação. Porque há pouco espaço para erros, como também há pouco tempo para revanchismos e política de miudezas.
Tenho dito que o Pará é maior do que todos nós. Do que todos os partidos, todos os governantes, todas as instituições. Compreender isso é ter humildade para governar com todas as forças políticas possíveis. O povo é sábio, e escolhe quem pensa ser capaz de unir e não separar, somar e não dividir. A cada novo pleito fica mais patente que o caráter intuitivo da prática democrática é outra das maravilhas do mais perfeito entre os imperfeitos regimes políticos.
É nesta Casa, essencialmente, que se devem confrontar as forças políticas, as idéias, e ideais. Os projetos e ações que vão definir os caminhos a seguir. Não restam dúvidas de que o povo fez as escolhas certas, baseadas nas suas convicções, nos seus ideais, nas suas bandeiras, colocando aqui nesta Casa o seu pensamento, a sua orientação, o seu olhar e o seu sotaque, a representar os interesses de cada uma das regiões que, juntas, formam esse extraordinário caldeirão de culturas e vocações que é o Pará.
O equilíbrio entre os poderes é o legado mais valioso da República. O respeito mútuo deve sempre prevalecer nas relações entre o Executivo e o Legislativo. E acredito ter dado uma demonstração cabal desse respeito na composição da equipe de governo, em que está representada a grande maioria dos partidos que aqui têm assento e se alinham ao modelo escolhido pelo povo no último pleito.
Entendo que participar do governo é ter a oportunidade de retribuir a confiança popular. Confiança que se manifestou no voto que permitiu a vitória de todos nós enquanto indivíduos representantes de agremiações partidárias, enquanto difusores e defensores de determinada proposta política e projeto de Estado.
A governabilidade impõe negociação. Que, já se disse, é a suprema arte política. É da natureza da democracia o conflito entre situação e oposição, e é da natureza da política a conciliação em benefício do interesse público. Somos, portanto, peças de um mesmo tabuleiro. Que a vitória do Pará seja o nosso objetivo comum.
Senhores deputados, minhas amigas e meus amigos já foi dito que quando “Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”. E sei que Ele quer, logo nos cabe sonhar e fazer a obra nascer. Vamos sonhar juntos e realizar juntos a grande obra de uma vida melhor para o nosso povo.
É com a responsabilidade de representar o Pará e administrá-lo em nome do nosso povo que chegamos até aqui. Cabe a todos nós enfrentar o desafio de começar, ou recomeçar, a construção do Pará que habita os sonhos de mais de sete milhões e quinhentos mil cidadãos. O desafio é grande demais para um só homem ou partido. Muitas mãos, muitas vozes e muitos corações se agitaram e se ergueram por uma causa. Houve um pacto.
Só a continuidade desse pacto será capaz de dar respostas aos nossos grandes desafios. Só um grande pacto pelo Pará permitirá o Estado ocupar o lugar de destaque que, verdadeiramente, merece na federação brasileira. Não um pacto de adesão, mas de libertação de amarras históricas. Um pacto de construção, fundado no respeito mútuo, na solidariedade e no amor.
Um pacto por um Pará que alimente os seus filhos dignamente, eduque, empregue, cuide, proteja e projete um futuro melhor para todos. Feliz ano novo Pará. Vamos juntos construir a partir de hoje um novo tempo para o nosso Estado. Que Deus nos ilumine e guie na direção de uma sociedade mais feliz. Viva o Pará, Viva o Brasil.
Muito obrigado.”