Vilarejo de Ghajar - Líbano.
Trata-se da maior participação militar brasileira em missão de paz, depois da liderada pelas forças brasileiras no Haiti
Fonte: Marsílea Gombata, iG São Paulo
O Brasil enviará ao menos 300 militares para o Oriente Médio. O contingente ajudará a Força Interina da ONU no Líbano (Unifil) e será a segunda maior participação das Forças Armadas Brasileiras em missões de paz, perdendo apenas para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). A concretização só depende do aval do Congresso, que deve votar o pedido feito pelo Ministério da Defesa e Itamaraty ainda neste mês.
As operações na costa libanesa, previstas para o fim do primeiro semestre, ajudarão a Unifil, que passa a ocupar também o vilarejo de Ghajar depois da retirada das tropas israelenses. A região, motivo de tensão com o grupo islâmico libanês Hezbollah e as forças sírias, situa-se na fronteira entre Israel, Líbano e Síria.
Dentro do contingente da Marinha, estará o contra-almirante Luiz Henrique Caroli, 52 anos, indicado pelo Brasil para chefiar a força naval da Unifil - composta por outras nacionalidades como alemã, grega e turca - além de um capitão-de-mar-e-guerra (equivalente ao posto de coronel no Exército), quatro oficiais e quatro praças, conforme explicou ao iG o contra-almirante Paulo Mauricio Farias Alves.
Israel vai retirar tropas de vila na fronteira
“A missão da Força-Tarefa da Marinha (FTM) da Unifil é prevenir a entrada não autorizada de armas e materiais relacionados em águas territoriais libanesas”, explicou Alves. “A FTM também pode realizar tarefas de perseguição, redirecionamento e abordagem de embarcações, se requerida pelas autoridades libanesas”.
Segundo Alves, a área das operações marítimas será de aproximadamente 110 por 48 milhas náuticas na costa libanesa. Além disso, a Marinha Brasileira estuda enviar uma fragata para compor a força marítima local.
O interesse da ONU na contribuição do Brasil, segundo Alves, teria sido motivado pela “estatura” do Brasil no cenário internacional, além do desempenho em missões de paz e a aceitação entre os países da região. A Indonésia também havia se candidatado, mas o fato de o país asiático ser majoritariamente muçulmano fez com que Israel vetasse.
Esta é a segunda vez que o Brasil envia tropas ao Oriente Médio. Em novembro de 1956, um batalhão integrou forças de paz na região de Suez, depois do armistício entre Egito e Israel.