Maior oferta de crédito, formas de pagamento que se adaptam ao bolso do consumidor e entrada de novas marcas e modelos no mercado. Esses são fatores que explicam o aquecimento no setor duas rodas brasileiro registrado em 2010.
Nunca se produziu e vendeu tantas motos no país. Segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), ao longo do ano passado foram produzidas 1.830.575 motocicletas, 19% a mais que em 2009, quando foram fabricadas 1.539.473 motos. As vendas no varejo aumentaram em 15%: 1.818.049 unidades foram vendidas em 2010, ante 1.579.197 em 2009.
Veículo ágil para escapar de engarrafamentos, leve para cruzar atoleiros, as motos são sinônimo de praticidade e economia para quem as utiliza a trabalho ou a lazer. No entanto, na Região Metropolitana de Belém, a praticidade do transporte sobre duas rodas tem se configurado como um desafio às autoridades de segurança: são cada vez mais comuns os assassinatos praticados por pistoleiros em motos.
Em diferentes bairros da Região Metropolitana, os relatos de homicídios são muito semelhantes, quase sempre com a presença macabra de dois algozes, que chegam e fogem dos locais das execuções, valendo-se da agilidade das motos, geralmente com os rostos cobertos por capacetes.
Só esse ano, pelo menos treze execuções tiveram a participação de motoqueiros em Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides. O primeiro caso ocorreu na noite do último dia 4, uma terça-feira, em Benevides. Por volta de 21h, o pedreiro Júlio Cesar Costa de Brito, 32 anos, retornava para casa de bicicleta, trazendo a esposa na garupa.
Na rua João Maria, bairro Marrocos, Júlio Cesar foi cercado por motoqueiros: o carona disparou quatro vezes, matando o pedreiro instantaneamente. (Diário do Pará)