Do Blog Espaço Aberto
Então é assim.Não deveria ser, mas é.Em Tucuruí, o Hospital Regional está, com o perdão do trocadilho, de mal a pior.Vejam aqui esta tuitada: "Os movimentos sociais de Tucurui me procuram pra acionar o Estado contra o estado de calamidade do Hospital Regional".Esse é o advogado Ismael Moraes registrando, em seu Twitter, a revolta do pessoal de Tucuruí.E a ação - uma civil pública - virá mesmo, se ninguém tomar providências. Essa situação calamitosa, vale ressaltar, não é de hoje.
Vem de meses.
Vem de anos.
Vejam abaixo o que um leitor mandou dizer:
No Hospital Regional de Tucuruí, os servidores estão sendo obrigados a escolher quem não deve morrer, deixar de atender a alta complexidade para atender a básica, que é de responsabilidade do município.
A prefeitura embolsa o dinheiro das AIH's e o Hospital Municipal está fechado. Todas as cirurgias são feitas no regional. As grávidas estão perdendo seus bebês e morrendo de parto, as cesarianas estão amontoadas em uma sala só. O risco de infecção hospitalar é enorme.
Falta tudo dentro do Hospital Regional: remédios, leitos, lençois e até médicos. Um exemplo do absurdo: o anestesista em plantão no Regional é o mesmo na escala do municipal e da urgência, colocando em risco a vida dos pacientes. Pior é que ele já tem 70 anos, a atividade requer agilidade e capacidade de concentração apurada para uma sala de cirurgia, imaginem tocar duas ou três salas ao mesmo tempo. A clínica cirúrgica está lotada de pacientes principalmente de ortopedia e um médico à disposição ganhando e sem operar. A situação é catastrófica.
Os postos de saúde estão sucateados, até aparelhos para medir pressão não há, sequer remédio para febre.
Os dentistas passam um tempão sem fazer nada por falta de luva. O povo vai para os postos de saúde à noite e fica a madrugada toda na chuva, para poder pegar uma ficha e na hora o médico não aparece para a consulta. A dengue e a malária proliferam.
Os prestadores de serviço de laboratório e clínicas credenciados não recebem os recursos do SUS por falta de repasse pela prefeitura. Por isso o comércio local não vende para saúde, ambulâncias seminovas totalmente sucatadas estão enferrujando nos pátios de oficinas mecânicas e em um cemitério no fundo do hospital municipal, que fechou porque não tinha remédio, material para procedimentos cirúrgicos, nem comida para os pacientes.
Isso foi em março, repita-se.Já estamos em setembro.E tudo continua como dantes.Em agosto de 2009, ainda no governo Ana Júlia, o então deputado estadual Gualberto Neto foi à tribuna e descreveu um cenário desolador do hospital. Confira aqui. ---------------------
Nota do Folha - O Problema é que não tem Deputado Estadual no Pará, e muito menos justiça para o Prefeito Sancrer (PPS). O povo está à mercê da própria sorte (ou azar).