Manifestantes querem que TRE
apure acusações.
A manifestação de um grupo de
candidatos a vereador não eleitos em Belém chamou atenção de quem passava em
frente ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA), na manhã de ontem. Com o apoio
de um carro som eles exigiam uma audiência como o presidente do órgão,
desembargador Ricardo Nunes, o que aconteceu cerca de duas horas e meia após o
inicio do manifesto.
Insultos à credibilidade da
instituição e denúncias da venda de cadeiras na Câmara Municipal de Belém (CMB)
eram esbravejadas e repetidas ao microfone por candidatos que se consideram
prejudicados pelo processo eleitoral de 2012. O grupo de aproximadamente 20
pessoas chegou à sede do TRE por volta das 9h. Com cópias em mãos de documentos
entregues à Polícia Federal e Ministério Público Federal, eles se mostravam
convencidos do que intitulam “a máfia do quinto andar”.
Segundo eles, dois programadores
funcionários do TRE estariam, desde maio deste ano, negociando vagas ao cargo
de vereador em Belém em troca do pagamento de R$30 mil, divididos em duas
parcelas, uma paga no momento do acordo e outra após a comprovação da eleição.
O golpe teria sido descoberto porque um dos três candidatos, a quem a oferta
teria sido feita pessoalmente, não aceitou fazer parte do possível esquema.
OFERTA
“Ele é candidato do nosso partido
(Partido Trabalhista Cristão) e recebeu essa oferta junto com dois outros
candidatos... mas não aceitou. A surpresa veio com o resultado. Os dois outros
que não têm história nenhuma de trabalho na comunidade foram eleitos e ele
não”, diz Manoel Rendeiro, mais conhecido como Didi, que teve computados a
favor 1955 votos. “Na última eleição recebi três mil votos, agora que sou mais
conhecido e tenho mais trabalho, tive menos voto. Tá errado”.
Segundo os manifestantes, apesar
da grande repercussão de total segurança, as urnas eletrônicas estariam sim
suscetíveis a fraudes. Três seriam as formas de manipulação apontadas pelo
documento apresentado: Controle manual do teclado das urnas pelo mesários
durante a chamada “seção do voto cantado”; a inserção de flash cards nas urnas
48 horas antes das eleições; e desvio de votos de candidatos no sistema de
totalização de votos o que, segundo os denunciadores, dá às urnas eletrônicas
total caráter de “caixa preta”.
“Até hoje nenhum juiz ou tribunal
jamais autorizou a verificação de qualquer log de eventos de urnas eletrônicas,
mantendo incólumes essas caixas pretas. Lá estão os indícios, as evidências e
provas gravadas de todas as alterações e adulterações praticadas à sorrelfa da
lei e de todos os poderes da República”, diz trecho do documento apresentado.
(Diário do Pará)