NEGOCIAÇÕES
A Assembleia Geral do SINSMUT transcorreu normalmente e as negociações até o momento foram aprovadas pela categoria, também foi aprovada a venda ou permuta do terreno do SINDICATO com o objetivo de adquirir uma área para a Sede do Clube dos Servidores Municipais de Tucuruí. É uma vergonha que um sindicato com mais de 20 anos de existência não tenha uma sede própria para eventos e nem um auditório para a realização de Assembleias. Esta situação tem que mudar.
Entre outras vantagens os servidores terão o reajuste de salário de 6.32% referente à inflação do período e a incorporação de R$ 78,75 do vale alimentação ao salário base. Muitos criticam dizendo que esta incorporação não é aumento, no que discordamos, pois um aumento no salário base reflete nas gratificações, férias, tempo de serviço e 13º. Portanto matematicamente é aumento real de salário sim. Vejam no final da matéria um resumo da negociação.
PREOCUPAÇÃO
Antes de iniciar estas colocações, devo esclarecer que esta é a opinião pessoal do Editor do Folha e não do Raimundo Concursado. Pode ser que ele concorde ou não com o que vou dizer, em nossa Equipe todos tem o direito de se expressar livremente, caso ele não concorde, poderá fazer as suas próprias colocações posteriormente, se concordar, fica como está.
Causou-me preocupação a decisão de se fazer uma Assembleia Geral do SINTEP e SINSMUT juntos nesta quarta-feira para decidir se haverá enfrentamento ou não entre os sindicatos e a Administração Municipal, caso o Prefeito não atenda todas as reivindicações apresentadas.
Ora, acho conveniente e proveitoso que os dois sindicatos sentem juntos na mesa de negociações, no entanto tem que haver independência entre os sindicatos, já que o SINTEP representa os trabalhadores da educação e o SINSMUT representa a totalidade do funcionalismo. Que cada um faça a sua Assembleia em separado decidindo se tomam atitudes em conjunto ou não, uma Assembleia Geral conjunta seria facilmente manobrável por pessoas interessadas no enfrentamento.
Com a nova postura do SINSMUT de transparência, seriedade, não partidarismo político ou patronal, o SINSMUT está resgatando a credibilidade do sindicato, tanto que em menos de dois meses a nova direção já conseguiu mais de duzentas filiações, contra quatro desfiliações.
Isso é um sinal de que o funcionalismo apoia a postura Apartidária e de negociação do sindicato, e é esta a postura que se espera de líderes sindicais. Os sindicalistas tem o direito de ter suas preferencias partidárias, mas não podem confundir interesses políticos com interesses sindicais.
Não estou aqui para criticar sindicatos, mas como apoiei a atual direção do SINSMUT, desejo e torço para que o Sindicato cumpra com o seu papel na defesa dos interesses dos Servidores Municipais, e como também sou um servidor municipal e tenho interesse pessoal no sucesso das negociações, venho colocar a minha preocupação com relação aos últimos acontecimentos.
Vejam só, tendo em vista as negociações anteriores do SINSMUT e olhando de forma prática e sem paixão política, vejo que houve avanços significativos na relação Administração Municipal e SINSMUT. Uma relação de respeito e de igualdade.
Mas vamos ao que está acontecendo: Em meio a uma negociação (que nem mesmo está encerrada) o SINTEP resolve fazer uma manifestação pública (que não teve participação do SINSMUT) em um claro enfrentamento político ao prefeito. Este enfrentamento a meu ver é prejudicial no momento, pois leva à radicalização de ambas as partes.
Ao mesmo tempo o SINTEP induz uma Assembleia Geral dos dois sindicatos com a proposta de enfrentamento com paralisação dos serviços públicos, o que se fosse possível e acredito que não seja, não prejudicaria o prefeito em nada, prejudicaria a população que precisa destes serviços e ao mesmo tempo daria ao prefeito um motivo para radicalizar e ainda se passar por vítima de perseguição política.
Nesta Assembleia ficou combinado que o representante do Prefeito iria comparecer para explicar o funcionamento do IPASET, no entanto o mesmo não compareceu, provavelmente devido ao ato político e a radicalização do SINTEP. O IPASET é uma realidade queiramos ou não (eu também sou contra), no entanto perdemos uma oportunidade de sermos esclarecidos sobre o funcionamento do órgão, de como ficarão estes três meses em que o funcionalismo não está contribuindo, e perdemos a oportunidade de discutir mudanças e melhorias na estrutura do órgão, assim como a representatividade do funcionalismo na gestão do IPASET. A meu ver esta foi uma grande oportunidade perdida.
O prefeito, com razão, vai levar uma atitude de enfrentamento desnecessário como uma ação política, o que pode comprometer os avanços conquistados até o momento e eventuais avanços futuros. O pior é que nesta briga política quem perde são os servidores municipais.
QUEM GANHA E QUEM PERDE COM A RADICALIZAÇÃO?
1 - Ganha os políticos de oposição, pois ganham visibilidade e com a radicalização do Prefeito tem a oportunidade de jogar o funcionalismo contra o gestor.
2 – Ganha o prefeito, pois pode se fazer de vítima perante a população e terá desculpa para radicalizar e encerrar as negociações economizando na folha de pagamento retirando todas as vantagens conquistadas até o momento.
O ideal é o consenso em uma negociação em que todas as partes saiam ganhando, e isso é plenamente possível, basta deixar os interesses políticos pessoais de lado e pensar no interesse da categoria como um todo.
Enfim, o enfrentamento sindicato/prefeito é no momento desnecessário e prejudicial aos servidores municipais, pois com a radicalização ganham os políticos e se ferra o povo, aliás como sempre.
Espero realmente como cidadão, como funcionário público municipal e como filiado do SINSMUT que o Bom Senso e o interesse do funcionalismo público se sobressaiam aos interesses políticos e as vaidades pessoais.
Confio na atual Diretoria do SINSMUT que até o momento têm correspondido às expectativas, e creio que o Sindicato continuará com esta postura séria, independente da política partidária e comprometida com os servidores municipais.
Clique na imagem para ver o resumo das negociações até o momento: