Atuação tem se destacado em temas ambientais e na defesa dos direitos do cidadão.
Na
última quarta-feira, 5 de março, o Ministério Público Federal (MPF)
comemorou o primeiro aniversário da instalação da unidade da instituição
no município de Tucuruí, no Pará. Desde então o MPF em Tucuruí já abriu
504 procedimentos, entre ações judiciais e investigações. O destaque
têm sido para temas principalmente ligados à defesa da legislação
ambiental e dos direitos do cidadão.
A unidade do MPF em Tucuruí abrange os municípios de Breu Branco,
Goianésia do Pará, Jacundá, Novo Repartimento, Pacajá, Tailândia e
Tucuruí. Abarca também o município de Baião, neste caso restrito às
demandas ligadas ao meio ambiente e às comunidades tradicionais.
Ao longo do primeiro ano da Procuradoria da República, houve o
ajuizamento de ações de responsabilização por improbidade
administrativa, o oferecimento de ações penais, manifestações em
processos em curso na Justiça Federal, visitas a comunidades indígenas e
à Reserva Extrativista Ipaú-Anilzinho (município de Baião), realização
de inspeções em hospitais etc.
Além disso, assumem especial relevância as seguintes atuações:
Projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc)
Projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc)
– Em conjunto com o Ministério Público Estadual, o MPF está aplicando,
no município de Novo Repartimento, o Projeto “Ministério Público pela
Educação”, que tem o objetivo de melhorar a educação básica naquela
localidade.
Diante da crise na educação constatada pela equipe do MPF em fevereiro
deste ano, a Prefeita e o Secretário Municipal de Educação assinaram um
TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPF, obrigando-se a
transferir para a educação recursos que seriam gastos com publicidade
oficial. Além disso, os gestores municipais comprometeram-se a inaugurar
escola construída em 2011, e que não vinha sendo utilizada por conta de
detalhes arquitetônicos, enquanto seus alunos estavam frequentando as
aulas em local completamente inadequado.
A aplicação do MPEduc, ainda em curso, envolverá a realização de
audiência pública e o estímulo à participação da sociedade local na
cobrança por uma educação de qualidade.
Manutenção do Escritório Regional do Ibama
Manutenção do Escritório Regional do Ibama
- Nesse período, o MPF em Tucuruí conseguiu no Tribunal Regional
Federal da 1ª Região que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais (Ibama) fosse obrigado a manter as atividades da
unidade avançada do instituto no município de Tucuruí (decisão ainda
provisória).
Antes de entrar com ação na Justiça, o MPF tentou uma solução
conciliatória para a questão. Foram encaminhadas à presidência do Ibama,
em Brasília, e à superintendência regional do Pará, recomendações para
que a decisão da autarquia de desativar o escritório em Tucuruí só
fosse tomada após a realização de estudos sobre os impactos
socioambientais dessa desativação.
O MPF também promoveu no município audiência pública em que órgãos
públicos e organizações sociais reivindicaram não só a manutenção do
escritório do Ibama, mas também sua reestruturação e modernização, para
tornar a autarquia mais presente e eficiente na região. Como a autarquia
não atendeu aos pedidos do MPF, de pesquisadores, organizações sociais e
cidadãos em geral, o caso foi levado à Justiça.
Impactos ambientais sobre Terras Indígenas
Impactos ambientais sobre Terras Indígenas - O MPF também abriu
investigação para verificar os impactos provocados pela elevação da cota
do reservatório da hidrelétrica de Tucuruí na Terra Indígena Parakanã,
em Novo Repartimento. Com a finalização da construção da segunda etapa
da hidrelétrica, em 2006, a cota do reservatório passou de 72 para 74
metros.
O MPF também instaurou procedimento para apurar os impactos da
pavimentação da Rodovia Transamazônica sobre os indígenas Awaeté
Parakanã.
Defeso
Monitoramento das ações de fiscalização no período do defeso -
Outro inquérito civil público aberto pelo MPF teve o objetivo de
monitorar e incentivar ações de fiscalização na bacia do rio Tocantins,
no sudeste do Pará, durante o período do defeso, em que a pesca de
várias espécies fica proibida. O MPF alertou que, em respeito à
legislação, devem ser punidos não só quem pratica a pesca ilegal, mas
também quem transporta, comercializa, beneficia ou industrializa
espécies provenientes da pesca no período proibido.
Enem
Enem e acessibilidade - Na área da defesa dos diretos dos
cidadãos, o MPF recomendou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) e à coordenação municipal do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) em Tucuruí que nas próximas edições do exame sejam
asseguradas melhores condições de acessibilidade aos candidatos
portadores de necessidades especiais. A recomendação teve como base
inspeção realizada pelo procurador da República e equipe de servidores
do MPF durante a aplicação das provas do Enem em 2013.
Portais da Transparência
Portais da Transparência - Também foi instaurado inquérito civil
público para verificar o efetivo cumprimento da lei complementar nº
131/2009 (Lei da Transparência Pública) pelos municípios de Tucuruí,
Novo Repartimento, Pacajá, Jacundá, Breu Branco, Goianésia do Pará e
Tailândia. O MPF avaliará se os Portais da Transparência atualmente
existentes atendem às exigências legais. Se não atenderem, a lei prevê
que o município deixará de receber recursos (transferência voluntárias),
o que poderá acarretar a responsabilização dos gestores municipais.
Faculdades Irregulares
Faculdades irregulares – Na linha do que tem sido feito pela
Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, em Belém, o MPF em
Tucuruí tem apurado a existência de faculdades irregulares nos
municípios acima mencionados, recomendando a imediata cessação das
atividades de ensino superior daquelas instituições que não são
reconhecidas pelo MEC.
Unidade do MPF em Tucuruí
Tucuruí foi o sétimo município paraense a contar com uma unidade do MPF.
As demais unidades estão localizadas em Belém, Marabá, Santarém,
Altamira, Redenção e Paragominas.
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
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