Adão e Eva... De quem é a culpa??? |
Editorial
Falando em liberdade, outro dia eu estive pensando em uma nova versão mais coerente para a “queda” de Adão e Eva e a sua saída do Paraíso.
Deus criou o Paraíso e percebendo que faltava alguma coisa, talvez algo que refletisse a sua essência, criou o homem e a mulher. Penso que criou os dois ao mesmo tempo, pois a ideia da criação do homem primeiro e a mulher depois, e esta estória de costela é puro machismo.
No paraíso havia tudo para a felicidade do Homem e da Mulher, tudo menos a liberdade, bom eles na verdade podiam fazer o que quisessem menos comer o fruto da árvore do bem e do mal.
Ora, mas ai tem algumas questões: Primeiro, a liberdade restrita não é liberdade, e o homem (e qualquer outro animal) é naturalmente curioso, esta proibição deve ter deixado o homem angustiado, agora imaginem a mulher (rs não resisti)? Tem outra questão, se analisarmos bem, veremos que o paraíso na verdade não passava de uma prisão sofisticada e confortável, mas ainda uma prisão, pois havia restrições e era constantemente vigiado.
Então a curiosidade na forma de uma serpente tentou a Eva (mais machismo, na verdade os dois ficaram tentados), então eles provaram do fruto do conhecimento, perceberam que eram ignorantes, que estavam em uma prisão e descobriram que estavam nus e sentiram a força e o prazer do sexo.
Deus não ficou irado de jeito algum, afinal ele está acima do tempo e das emoções negativas, e se ao criar o Homem não foi capaz de prever o que aconteceria com a sua criação no futuro, e se permitisse que uma simples criatura o deixasse zangado (uma fraqueza humana) não seria Deus.
Agora deixando de lado a alegoria bíblica, temos que reconhecer que por nos amar, Deus nos criou livres e permitiu que as suas criaturas escolhessem os seus próprios caminhos através do livre arbítrio, e no futuro pela Lei da evolução pudessem voltar para ele como seres evoluídos e puros, e o que é melhor, esta volta se dará por nossa própria vontade e pelos nossos próprios méritos, isso é que é o amor verdadeiro, o amor que liberta. Mas isso não é tudo, de vez em quando ele envia mensageiros para nos mostrar o caminho mais fácil, menos penoso e corrigir a nossa rota, mas sempre respeitando a nossa liberdade de escolha.
Estes enviados especiais vêm durante as mudanças de ciclos evolutivos do homem e fazem uma verdadeira revolução no conhecimento e na moral da humanidade. Temos os grandes mestres como Krishna, Buda, Confúcio, Maomé, Jesus e tantos outros seres iluminados menos conhecidos, enviados à terra com o objetivo de através das lições e do exemplo, auxiliar e impulsionar a evolução da humanidade em todas as áreas do conhecimento e da moral, viabilizando a nossa subida merecida e triunfal aos planos mais altos, não como escravos e criaturas ignorantes em uma gaiola de ouro (o paraíso terrestre), mas como seres de luz verdadeiramente à imagem e semelhança de Deus.
Mas os grandes mestres não fazem isso por obrigação e sim por amor, para eles esta tarefa é uma benção e eles fazem isso com alegria e satisfação, a sua felicidade apesar de imensa nos planos em que se encontram, não será completa enquanto um seu irmão estiver sofrendo e precisando auxílio e amparo.
A humanidade deve evoluir como um todo, quem pensa de forma egoísta e insensível que pode chegar até Deus deixando seus irmãos para trás, está redondamente enganado e terá que voltar para ajudar os retardatários, que apesar dos seus erros e das suas limitações também são legítimos herdeiros da herança divina, é por isso que os grandes mestres sempre retornam e trabalham ininterrupta e incansavelmente pela evolução da humanidade.
Somos todos filhos de Deus, mas para tomar posse da nossa herança temos que fazer por merecer, não podemos pedir que Deus desça e se torne um homem mesquinho, ignorante e preocupado apenas com os problemas materiais imediatos (para alguns Deus é um comerciante que vende bençãos e milagres a quem pagar mais).
O conhecimento e a moral verdadeira nos faz evoluir, o conhecimento moral e intelectual nos levará até Deus e nos tornará um com ele. O intelecto e a moral são as duas asas que irão nos levar ao “Paraíso” verdadeiro, mas estas asas só funcionam se as duas forem iguais, harmônicas e perfeitas, enquanto não for assim ficaremos presos ao chão e não poderemos voar...
André.