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quinta-feira 11 2015

Tenho vergonha de ser juiz


Tenho vergonha de ser juiz
        
Por João Batista Damasceno
       
Tenho vergonha de dizer que sou juiz. E não preciso dizê-lo. No fórum, o lugar que ocupo diz quem eu sou; fora dele seria exploração de prestígio. Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque não o sou. Apenas ocupo um cargo com este nome e busco desempenhar responsavelmente suas atribuições.
         
Tenho vergonha de dizer que sou juiz, pois podem me perguntar sobre bolso nas togas.
         
Tenho vergonha de dizer que sou juiz e demonstrar minha incompetência em melhorar o mundo no qual vivo, apesar de sempre ter batalhado pela justiça, de ter-me cercado de gente séria e de ter primado pela ética.
        
Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que confessar minha incompetência na luta pela democracia e ter que testemunhar a derrocada dos valores republicanos, a ascensão do carreirismo e do patrimonialismo que confunde o público com o privado e se apropria do que deveria ser comum.
           
Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que responder porque — apesar de ter sempre lutado pela liberdade — o fascismo bate à nossa porta, desdenha do Direito, da cidadania e da justiça e encarcera e mata livremente.
      
Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque posso ser lembrado da ausência de sensatez nos julgamentos, da negligência com os direitos dos excluídos, na demasiada preocupação com os auxílios moradia, transporte, alimentação, aperfeiçoamento e educação, em prejuízo dos valores que poderiam reforçar os laços sociais.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque posso ser confrontado com a indiferença com os que clamam por justiça, com a falta de racionalidade que deveria orientar os julgamentos e com a vingança mesquinha e rasteira de quem usurpa a toga que veste sem merecimento.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque posso ser lembrado da passividade diante da injustiça, das desculpas para os descasos cotidianos, da falta de humanidade para reconhecer os erros que se cometem em nome da justiça e de todos os “floreios”, sinônimos e figuras de linguagem para justificar atos abomináveis.
           
Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque faço parte de um Poder do Estado que nem sempre reconheço como aquele que trilha pelos caminhos que idealizei quando iniciei o estudo do Direito.
                
Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque tenho vergonha por ser fraco, por não conhecer os caminhos pelos quais poderia andar com meus companheiros para construir uma justiça substancial e não apenas formal.
            
Tenho vergonha de dizer que sou juiz, mas não perco a garra, não abandono minhas ilusões e nem me dobro ao cansaço. Não me aparto da justiça que se encontra no horizonte, ainda que ela se distancie de mim a cada passo que dou em sua direção, porque eu a amo e vibro ao vê-la em cada despertar dos meus concidadãos para a labuta diária e porque o caminhar em direção a ela é que me põe em movimento.
          
Acredito na humanidade e na sua capacidade de se reinventar, assim como na transitoriedade do triunfo da injustiça. Apesar de testemunhar o triunfo das nulidades, de ver prosperar a mediocridade, de ver crescer a iniquidade e de agigantaram-se os poderes nas mãos dos inescrupulosos, não desanimo da virtude, não rio da honra e não tenho vergonha de ser honesto.
             
Tenho vergonha de ser juiz em razão das minhas fraquezas diante da grandeza dos que atravancam o caminho da justiça que eu gostaria de ver plena. Mas, eles passarão!
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João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política e juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD).
             
Fonte: Justificando
       

Poema: No Caminho, com Maiakóvski

  









                                          
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
   
E não dizemos nada.
   
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
 
e não dizemos nada.
 
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
       
E já não podemos dizer nada.”
      
Autor: Eduardo Alves da Costa.
           

quarta-feira 10 2015

Autores da novela global Babilônia teriam se inspirado em Tucuruí?

Os autores da novela Babilônia da Rede Globo teriam se inspirado em Tucuruí para criar o personagem Prefeito Aderbal Pimenta (vivido pelo ator Marcos Palmeira), e a cidade fictícia de Jatobal? 
      
Pode até ser, pelas incríveis semelhanças com Tucuruí. A vida imita a arte e vice-versa, mas será tanta semelhança uma mera coincidência??? 
       
Vejam esta cena:
       
      

terça-feira 09 2015

Projeto da venda da Nossa Água é aprovado na Câmara Municipal.

                  
Por dez votos a três, o projeto de privatização da Nossa Água foi aprovado na Câmara Municipal de Tucuruí, votaram contra os vereadores Deley, Dodô e Cleiton.
          
Em uma seção em que o povo foi impedido de participar por ordem do Presidente da Casa que cercou o prédio com policiais militares armados até os dentes. O Presidente estava equivocado, pois os verdadeiros delinquentes não estavam lá fora querendo entrar, eles já estavam lá dentro no plenário, portanto o aparato policial não faz sentido.
          
O desespero dos vereadores é grande, pois o mandato está acabando e eles precisam de muito dinheiro para tentar se reeleger nas eleições no ano que vem, no entanto tem muita água ainda para passar por baixo da ponte das privatizações do ditador, existem hoje dezenas de pessoas recolhendo assinaturas com a população para um processo que será movido pela OAB contra a privatização da Nossa Água. 
              
Além disso, muita coisa ainda pode acontecer durante este processo de privatização, nós do Folha sabemos o que estamos dizendo, podem confiar...
       

O placar, por enquanto, é de 10 X 3 para o Sancler contra a população de Tucuruí, mas estamos no primeiro tempo, ainda tem muito jogo pela frente.
                  

segunda-feira 08 2015

Patrimonialismo Público: Carro pipa da Prefeitura abastece casa do pai do Prefeito de Tucuruí

Sancler Ferreira (PPS)
Um carro pipa da Prefeitura foi flagrado abastecendo de água a casa do Pai do Prefeito, que está localizada na Travessa 24 de outubro, no Bairro Matinha.
      
O Prefeito Sancler, como qualquer ditador que se preza, desconhece a diferença entre o que é público e o que é privado. Enquanto os moradores de Tucuruí sofrem com a falta de água por incompetência do Prefeito que não conclui a adutora que vai abastecer Tucuruí com a água tratada da ETA, o pai do prefeito se beneficia do carro pipa da Prefeitura, já o Sancler e o seu sogro tem poços artesianos e estão bem abastecidos.
       
Já a população, principalmente os mais carentes e que não podem pagar por um poço artesiano e que não tem pai ou parente prefeito sofrem com a falta de água.
          
ISSO É UMA VERGONHA!!!