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segunda-feira 21 2015

Gravação do vereador Dodo admitindo e comentando o mensalão do PPS, teria dividido a "oposição" na Câmara Municipal de Tucuruí

Dizem pela cidade que a gravação do vereador Dodo, admitindo a existência do mensalão do PPS que segundo ele é pago aos vereadores como forma de cooptação do legislativo, teria rachado a "oposição" na Câmara Municipal de Tucuruí.
                
Para nós do Folha de Tucuruí esta é uma grande piada, já que se uma coisa não existe, logicamente ela não pode ser rachada, não sei como, pelas barbas do profeta, este pessoal encontrou oposição ao prefeito na Câmara Municipal de Tucuruí, se fosse oposição ao povo e a cidade de Tucuruí, então nós teríamos 13 motivos para acreditar.
              
Mas acontece que temos ainda mais duas gravações de vereadores (não é o Deley, o Dodo ou o Cleiton) com denuncias muito mais graves. Perto destas gravações, a gravação do Dodo é estorinha de jardim de infância.
             
Estas gravações serão publicadas no momento oportuno, como são denuncias graves, as gravações somente serão publicadas após as denuncias contidas nas mesmas forem apreciadas e investigadas pelo Ministério Público. Deixamos o "melhor" para o final.
              
Agora se a gravação do Dodo rachou a "oposição" fantasma ao Prefeito na Câmara Municipal, o que vai acontecer depois que as outras gravações dos vereadores do prefeito forem publicadas, vai explodir a situação?
     
Aguardem novas emoções nos próximos capítulos, não vai ficar pedra sobre pedra na CMT...
       

sábado 19 2015

Vereador comenta sobre o mensalão do PPS em Tucuruí

Em gravação, o vereador Dodo comenta sobre o "mensalinho" que o Prefeito Sancler Ferreira (PPS) paga para cooptar os vereadores de Tucuruí.
    

Corrupção - Uma breve lição de história do Brasil

Não entendo a "surpresa" das pessoas com a corrupção, até parece que não conhecem o Brasil e vivem em outro país, por acaso não sabiam que não existe nada de novo do lado de baixo do equador e muito menos no Brasil?
                                                           
Apesar alguns não acreditarem e outros tentarem fazer crer, a corrupção não foi inventada pelo PT, já existia corrupção no Brasil antes do governo petista, o PT também não inventou o mensalão (a compra e cooptação de parlamentares para aprovação de matérias do governo se perde no tempo e em nossa história republicana), agora mesmo existe mensalões em todos os estados e municípios do Brasil, sem mensalão neste sistema, o executivo não governa (olha o Cunha empacando o Brasil), aqui mesmo em Tucuruí temos o nosso mensalão e o governo é do PPS (aquele partido que só tem político sério e honesto, como todo partido e todo político fora do governo), o PT também não criou as chamadas "pedaladas fiscais", se for cassar o mandato de todos os governadores e prefeitos que dão "pedaladas" fiscais não fica um.
                                         
Não tem nada de novo na corrupção no Brasil, a única novidade são os políticos e empresários ricos indo para a cadeia e devolvendo dinheiro roubado, fora isso tudo continua igualzinho ao que sempre foi.
                
Agora vamos a uma breve lição de história do Brasil:

                               
Corrupção sempre financiou a opulência no Brasil, como a vista em ilustração de Jean Baptiste Debret

A corrupção que o Brasil vive é maior ou menor que no tempo do Império?
                             
É difícil precisar isso, pois as informações naquela época não eram livres. Entretanto, sabe-se de casos de corrupção tanto no período colonial como no período imperial. A corrupção era uma prática comum no Estado português e foi transferida para o Brasil quando da chegada da Corte em 1808.
                              
Podemos relacionar a vinda da Família Real ao Brasil e a corrupção nos dias de hoje?
                                
Em 1810, cantava-se nas ruas do Rio de Janeiro: "Quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito é barão. E quem mais rouba e esconde passa de barão a visconde". Esses versos mostram que a corrupção e a impunidade eram práticas comuns e conhecidas pela sociedade da época.
                                     
Há relatos sobre o primeiro caso de prisão devido à corrupção?
                             
O primeiro caso de corrupção no Brasil que se tem notícia remonta ao período colonial, quando um funcionário público foi preso na Bahia por desviar dinheiro público. Ele contratou um advogado que o defendeu e foi solto rapidamente (deve ser ancestral do Daniel Dantas). Sugiro a leitura dos poemas de Gregório de Matos, que já falava de atos corruptos e ilegais na sociedade colonial.
               
CONTRABANDO E PROPINA

No fim do século XVI, quando foi descoberta prata em Potosí, no alto da cordilheira dos Andes, na atual Bolívia, constituiu-se grande rota de contrabando de produtos e escravos, regada a gordas propinas. O caminho passava por Buenos Aires e Rio de Janeiro como entrepostos entre as minas e Angola – de onde vinham os negros escravizados. Nesse tempo, a União Ibérica deixou Portugal e Espanha sob o mesmo domínio, o que fez se diluírem as fronteiras entre as colônias sul-americanas. A linha de tráfico tinha os governadores na ponta de lança. A cadeia comercial enriqueceu as elites do Rio e de Buenos Aires.
                                
FRAUDE ELEITORAL
                             
Nos primórdios da colonização, havia eleições para representantes das câmaras. Só podiam votar proprietários de terras nas cidades. Mas, dava-se um jeitinho e acabava-se ampliando o colégio eleitoral, para garantir o direito a comerciantes e também donos de terra na zona rural. Por volta de 1624, chegou ao Rio de Janeiro o desembargador João de Sousa Cardenas. Tinha como alvo o inchaço na lista de eleitores. A limpa ameaçou o equilíbrio político carioca e pôs a elite política em polvorosa.
                                     
PRESSÃO, MONOPÓLIO E NEPOTISMO
                      
Salvador Corrêa de Sá e Benevides ocupou alguns dos postos mais importantes do império português no século XVII. Mas, como membro da família Sá, sempre viu o Rio de Janeiro como feudo pessoal. Construiu riquezas por meio de um casamento no Paraguai, guerreou na África, participou das intrigas palacianas em Lisboa. Sem nunca tirar o olho do reduto local. Adepto do nepotismo, colocou tios, primos e filhos em todos os principais cargos da cidade. Foi acusado mais de uma vez de corrupção pela Câmara. Aliás, pressionou abertamente os membros para que lhe concedessem o monopólio da pesagem da Alfândega. Adquiriu também a concessão para erguer o armazém próximo. Teve assim o controle de toda a exportação. Alvo de revolta popular, chegou a ser preso, acusado de receber suborno de mercadores holandeses. Logo foi solto e, no fim do mesmo ano, reassumiu sua posição no importante conselho ultramarino do império português.
                             
ASSASSINATO E LUCRO
                            
O bandeirante Manuel da Borba Gato era acusado de assassinato de dom Rodrigo Castelo Branco, técnico castelhano enviado pela Coroa portuguesa ao Brasil na tentativa de encontrar ouro. Por essa razão, permaneceu 16 anos escondido nas matas e se tornou um dos maiores conhecedores das regiões de minas. O governador da Repartição Sul do Brasil, Artur de Sá e Meneses, soube que Borba Gato poderia levá-lo ao ouro. O bandeirante se comprometeu a mostrar onde havia metal precioso e recebeu o perdão pelo “suposto e imaginado crime”. Seria parte da longa tradição de perdão a criminosos que davam lucro ao governo.
                  
FAVORECIMENTO
                       
A relação entre Artur de Sá e Meneses e Borba Gato ainda renderia. O governador da Repartição Sul do Brasil tinha fama de corrupto. Em 1698, pretendia abrir caminho para ligar o Rio de Janeiro à recém-descoberta região das Minas de Ouro, atual Minas Gerais. O paulista Amador Bueno da Veiga fez uma proposta, recusada por ser considerada muito cara. Foi aceita, porém, a proposta apresentada por Garcia Rodrigues Pais Leme, filho do bandeirante Fernão Dias e cunhado de Borba Gato. Garcia Rodrigues tinha fama de sonegador e falso descobridor de lavras de ouro. Sá e Meneses justificou ao rei a preferência ao afirmar que Rodrigues se portara “com todo zelo e desinteresse”. Na verdade, a proposta foi mais cara. Acontece que o governador era praticamente sócio de Borba Gato. A estrada foi inaugurada incompleta em 1702. Só seria concluída em 1725, já com outros construtores. Mesmo assim, Garcia Rodrigues obteve da Coroa exclusividade na taxação sobre os negócios feitos pela rota e na exploração das travessias de rios em canoas. Foi nomeado ainda para diversos postos civis e militares e conquistou o título de fidalgo para os descendentes. Como recompensa, o governador recebeu de Borba Gato – encarregado por distribuir os pontos de exploração de ouro – algumas das melhores reservas. Em cinco anos, juntou 440 quilos do minério.
                              
DESVIOS
                       
O historiador Francisco Adolfo de Varnhagem, em História Geral do Brasil, estimou em cerca de 40% o volume de ouro desviado de forma ilegal do Brasil.
                         
IMPRENSA E PODER - (Sem novidade, o PIG já existia e já aprontava na época do Brasil Império)
                   
O primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense original, inaugurou também as relações promíscuas entre imprensa e governo. Era publicado em Londres para fugir da censura. Defendia a liberdade de expressão e ideias liberais. Mas, por acordo secreto, era subsidiado pela coroa portuguesa. Dom João ajudava financeiramente a publicação e garantia a compra de certo número de exemplares, como forma de evitar a radicalização das opiniões. O criador, Hipólito da Costa, passou a receber pensão anual do governo. Quando veio a independência, o Correio foi contra. Depois, porém, foi nomeado pelo imperador dom Pedro I agente diplomático do Brasil em Londres. Cargo que lhe garantia nova pensão estatal.
                             
GESTÃO TEMERÁRIA
                   
Quando a família real chegou ao Brasil, em 1808, foi criado o primeiro Banco do Brasil. Foi exemplo do compadrio instituído entre a Corte e a casta de privilegiados fazendeiros, negociantes e traficantes de escravos. Em uma década, o banco estava quebrado. Cerca de 80% correspondiam a dinheiro “podre”, sem lastro. Reflexo da prática de emprestar, sem garantias, a políticos, nobres e fazendeiros quebrados. E 90% dos saques eram feitos pela realeza. Quando a família real retornou a Lisboa, em 1821, raspou o que restava de precioso nos cofres. Em 1829, o banco foi liquidado. Seria recriado em 1853.
                                  
“CAIXINHA”
                    
Durante a permanência de dom João no Brasil, difundiu-se a prática do pagamento de “caixinha” nas concorrências e remuneração por serviços públicos. Estima-se que era cobrada comissão de 17% para que os pagamentos públicos fossem realizados a quem prestava alguma forma de serviço estatal. Se não, os processos não andavam e os pagamentos não saiam. “a corrupção medrava escandalosa”, narrou o historiador Oliveira Lima. Como vemos a corrupção das empreiteiras e servidores públicos corruptos foi criada no tempo do Brasil império e é mais velha que a república...
                        
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
                     
Joaquim José de Azevedo foi o administrador das áreas de compras e dos estoques da casa real enquanto a Corte permaneceu no Brasil. Enriqueceu tão rápido e ficou com imagem tão atrelada à corrupção que foi impedido de desembarcar em Lisboa em 1821. 
                       
CRIME E RECOMPENSA 
                  
Bento Maria Targini era o comandante do erário real. De família de origem pobre, ganhou espaços. Passou a acumular poder e honrarias. E dinheiro. Ao final do período de dom João VI no Brasil, tinha uma das maiores casas do Rio de Janeiro. Chegou a ser preso e ter bens confiscados. Como Joaquim José de Azevedo, foi proibido de retornar a Portugal. Mas continuou a levar confortável vida no Brasil. E, também como ocorreu com Azevedo, ganhou título de barão e, a seguir, de visconde. O que motivou versos populares, reflexo da verve carioca: “Quem furta pouco é ladrão/Quem furta muito é barão/Quem mais furta e esconde/Passa de barão a visconde”.
                   
NEM A SANTA ESCAPA
                    
Nem a padroeira do Brasil escapou da corrupção. Entre a colônia e o Império, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi explorada e doações foram surrupiadas. Durante o Império, padres foram afastados pela Corte e civis foram nomeados para comandar a diocese e usufruir de poder político. Um dos mais vorazes foi Jerônimo Francisco Guimarães, que acumulou cargos de prefeito, esmoleiro — responsável por receber as doações — e administrador dos bens da diocese. Era famoso por desviar a arrecadação destinada à santa. Começou a operar no período colonial e só foi demitido no Império, por dom Pedro I. Mas a corrupção não parou. A rotatividade na tesouraria da diocese era enorme, fruto de indicações políticas. Sobre um deles, Antônio Theodósio, dizia-se roubar até a cera das velas que romeiros acendiam. Antes um humilde professor, deixou o cargo bastante rico. E houve ainda Joaquim Carlos Fragoso, que usou dinheiro dos fiéis para construir encanamentos que desviavam água da igreja. Como podem ver a exploração e corrupção religiosa já existia no Brasil Império, a igreja sempre foi um ótimo negócio.
                      
O grande problema do Brasil, não é a corrupção, isso é consequência, o grande problema do Brasil é a ignorância e o analfabetismo político, aliado ao espírito de manada e a manipulação da grande Imprensa dominada pela direita raivosa, corrupta e fascista.
                                

sexta-feira 18 2015

Doação empresarial é inconstitucional, diz STF (A mafiocracia é poderosa, mas não pode tudo; derrota do Eduardo Cunha)

Doação empresarial é inconstitucional, diz STF (A mafiocracia é poderosa, mas não pode tudo; derrota do Eduardo Cunha)
        
       
“Não pode haver maior desgraça no mundo que se converter em veneno a teriaga (o remédio) que o doente tomou para vencer a doença que o está matando” (Arte de furtar, p. 55). Não pode haver maior desgraça a uma democracia que se converterem em ladrões os políticos que são eleitos como representantes do povo para cuidar dos interesses desse mesmo povo. Para se livrarem dos ladrões (“que é a pior peste que os abrasa”), as Repúblicas criaram o que se chama Política (que cuida da elaboração das leis), Polícia e Justiça (que aplicam as leis).
        
Mas elas, virando tudo de cabeça para baixo, [muitas vezes] “tomam o rasto às avessas e, em vez de nos guardarem as fazendas [os bens, a vida, a liberdade etc.], são os que maior estrago nos fazem nelas, de sorte que não se distinguem dos ladrões que eles deveriam vigiar” (Arte de furtar, p. 55). Pior: nos roubam [nos matam, corrompem] “não com carapuças de rebuço, sim, com as caras descobertas; alguns roubam com risco, outros com segurança, provisão e cartas de seguro [da impunidade]” (Arte de furtar, p. 55).
   
A mafiocracia brasileira (democracia mafiosa), que domina grande parcela do poder exercido no Brasil, é poderosa, mas não pode tudo. Por 8 votos a 3 (ficaram vencidos Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Celso de Mello) o STF julgou inconstitucional (ADI 4650) a legislação brasileira que permite a doação empresarial para as campanhas eleitorais. É o desmoronamento do vínculo que existe (e que é defendido com unhas e dentes por Eduardo Cunha) entre o dinheiro das grandes empresas doadoras (conquistado por meio denegócios feitos com o Estado, nem sempre ortodoxos), a política, o poder e a democracia.
    
Claro que elas podem continuar financiando os candidatos por meio do caixa 2 ou 3 (veja o livro de Márlon Reis, O Nobre Deputado), mas nesse caso o embuste se concretiza de forma ostensivamente criminosa, não pela falcatrua da “doação empresarial” (que se transformou em lavagem de dinheiro sujo junto à Justiça Eleitoral). O projeto de lei aprovado nesta semana pela Câmara dos Deputados (reafirmando a possibilidade de doação empresarial) deve ser vetado pela presidente (a) Dilma. A PEC aprovada pela Câmara deve ser rechaçada no Senado. Confirmado esse cenário, derrota absoluta de Eduardo Cunha (que só pensa em dinheiro, dinheiro, dinheiro, como disse Joaquim Barbosa).
   
A ADI da OAB sustentava que as doações empresariais a candidatos ferem aConstituição Federal. Essa permissão desequilibra a disputa eleitoral, favorecendo o poder econômico. A ministra Rosa Weber afirmou em seu voto “que as doações privadas desequilibram as chances dos candidatos, favorecendo aqueles que conseguem mais contribuições empresariais. É de rigor, pois, concluir, que a influência do poder econômico transforma o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas”. Efetivamente algumas suposições [do ministro Gilmar], com a devida vênia, foram absolutamente equivocadas”, afirmou o Fux sobre o voto do colega.
     
O Brasil viveu um longo período sob o jugo de um virulento autoritarismo civil-militar (1964-1985). Construímos contra esse absurdo estado de coisas um esperançoso discurso: discurso da democracia. O propósito era que a redemocratização não se convertesse numa “breve esperança de liberdade” (Política, dinero y poder, OEA. México, FCE, 2011, p. 17). Em 30 anos, no entanto, nossa trajetória foi mais frustrante que exitosa. Progressos aconteceram (tanto na política – período mais longo de democracia formal – como no campo socioeconômico – veja Trajetória das desigualdades, Arretche), mas também ocorreram alguns retrocessos escalofriantes.
    
Não conseguimos transformar nossa democracia eleitoral em democracia cidadã. A indignação do povo, neste momento, é generalizada (caso da Guatemala, Brasil etc.). O grande risco desses momentos nebulosos é o retorno do fantasma do autoritarismo, que ainda nos assombra. Porém, agora, pela via do voto direto (que pode viabilizar uma oclocracia das massas rebeladas). Falamos da impunidade alheia, mas dentro do peito de muitos brasileiros ainda existe um ditador impune.
   
Daí a banalização do mal (Arendt), que sempre sofreu a concorrência do mal da venalização generalizada no País (corrupção), que se escora no eixo do vínculo entre o dinheiro, a política, o poder e a democracia. A confluência da oclocracia (banalização do mal apoiada pelas massas rebeladas: linchamentos, pena de morte por meio das execuções sumárias, injustiça com as próprias mãos etc.) com a venalização da democracia (pelos grandes donos do poder econômico e financeiro) teve como resultado a mafiocracia (que se instalou no nosso País), onde o dinheiro (dos poderosos) desvirtua e manobra (com a ajuda de fortes setores midiáticos) a vontade do povo.
    
Os poderosos “compram tudo”, mas, às vezes, também sofrem derrotas. A inconstitucionalidade das doações empresariais foi uma delas. Foi uma grande vitória da OAB nacional, que promoveu a ADI 4650. Sobre o espetáculo à parte promovido pelo raivoso ministro Gilmar Mendes (que abandonou o Plenário do Supremo quando o advogado tomou a palavra) a OAB assim se pronunciou:
   
“O Colégio de Presidentes de Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil vem lamentar a postura grosseira, arbitrária e incorreta do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, quando abandonou o plenário diante de esclarecimento prestado, de forma legitima, educada e cortês, pelo advogado e dirigente da Ordem dos Advogados Cláudio Pereira de Souza Neto que, naquele momento e naquele julgamento, representava a voz da advocacia brasileira”.
  
“Repudia o Colégio de Presidentes os ataques grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou base factual, que o ministro Gilmar Mendes fez à Ordem dos Advogados em seu voto sobre o investimento empresarial em campanhas eleitorais, voto vista levado ao plenário somente um ano e meio depois do pedido de maior tempo para análise”.
    
“Ressalta o Colégio de Presidentes que comportamento como o adotado pelo ministro Mendes é incompatível com o que se exige de um Magistrado, fere a lei orgânica da magistratura e está na contramão dos tempos de liberdade e transparência. Não mais é tolerável o tempo do poder absoluto dos juízes. Não mais é aceitável a postura intolerante, símbolo de um Judiciário arcaico, que os ventos da democracia varreram”.
    
“Os tempos são outros e a voz altiva da advocacia brasileira, que nunca se calou, não será sequer tisnada pela ação de um magistrado que não se fez digno de seu ofício”.
   
“Enfatizamos que o ato de desrespeito às prerrogativas profissionais do advogado foi também um ato de agressão à cidadania brasileira e merece a mais dura e veemente condenação. O ato de abandono do plenário, por grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa população, definitivamente, não tolera mais”. 
      
Matéria do Site JusBrasil

Até quando, Gilmar Mendes, você vai abusar de nossa paciência?

Ilustração do Folha
        
O ministro Gilmar Mendes, do STF, levou um ano, seis meses e cinco horas – estas, computadas ontem, quarta-feira – para dizer, a respeito do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, o que todo mundo já sabia que ele diria.
      
Depois pedem agilidade à Justiça.
     
Ao proferir, enfim, o seu demoradíssimo voto, o ministro Gilmar pendurou na sua imponente beiçola – expressão facial de um tédio eterno, de um deboche inaceitável – um violento discurso no qual, entre outras pérolas retóricas, acusou a Ordem dos Advogados do Brasil de ser o braço jurídico do PT.
     
Como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) assinou embaixo da causa – que contesta a ideia de que o financiamento empresarial cabe na Constituição – é bem provável que o ilustre magistrado venha a incorporar o episcopado nacional na cota dos terroristas bolivarianos, ainda mais agora que o Papa Francisco pretende se jogar nos braços dos sinistros irmãos Castro, de Cuba.
     
O ministro Gilmar é, ele sim, uma piada de mau gosto. Um provocador a serviço de uma agenda político-partidária tosca, muito óbvia, que no entanto tem um incompreensível apoio da mídia oligarca.
     
O problema é que Mendes pertence ao mais alto foro da Justiça brasileiro. Teria, a princípio, de agir com isenção e imparcialidade.
     
Dizem que a Justiça é cega. Aí você vê o ministro Gilmar Mendes – aquele que mandou soltar o Daniel Danta$ e o doutor Roger Abdelma$ish – e percebe que, na verdade, a Justiça no Brasil não é cega, é caolha. E muito gulo$a.
      
Autor Nirlando Beirão - Notícias R7