Um dos processos cognitivos do luto é a preocupação com os mortos.
As pessoas se preocupam se seus entes queridos sofreram antes de morrer, e querem saber se eles estão bem no mundo espiritual, querem saber ou acreditar que seus entes queridos estão bem após a morte, é uma espécie de consolo para o enlutado.
Vamos analisar algumas possibilidades.
Ateu
Para o ateu a vida acaba na morte, portanto a preocupação com seu ente querido não faz sentido, ele não existe mais, portanto está bem na medida em que não sofre. Assim, quem está mal é quem fica, pois continua sofrendo a separação eterna do seu ente querido.
Evangélico
Para os evangélicos o morto dorme, até ressuscitar no dia do juízo final, neste caso o ser querido está bem, apenas dorme até ressuscitar, quando irá reencontrar seus entes queridos, dependendo de onde vão ficar após o julgamento, no céu ou no inferno. Assim está mal quem fica sofrendo, pela separação do ser amado, eternamente, ou não.
Católico
Para os católicos o morto vai para o céu, o purgatório ou para o inferno. Esta crença é semelhante a crença Evangélica, acrescentando apenas o purgatório, que é uma condição transitória, onde o pecador dependendo dos seus pecados, pode pagar por eles e ir para o céu.
No dia do juízo final os bons serão ressuscitados e vão para o céu, e os maus vão para o inferno. Assim também está mal quem fica sofrendo pela separação do ser amado, eternamente, ou não.
Judeu
Dentro do judaísmo existem diferentes vertentes de crenças, por isso, há diversas formas de interpretar o que acontece depois da morte.
De modo geral, judeus acreditam que a alma permanece viva após a morte física. Alguns acreditam na reencarnação, ou seja, quando a alma volta para viver em um novo corpo; e outros acreditam na ressurreição, que é o retorno da alma ao mesmo corpo.
Islamismo
No Islamismo a crença é parecida com os evangélicos, as almas pernabecem dormindo até o juízo final, quando serão ressuscitadas, julgadas, e irão para o céu ou o inferno.
Espiritismo
Para os espíritas a morte não é o fim. Os espíritas creem que mesmo após a morte do corpo físico o espírito permanece vivo em um novo plano astral ou, então, reencarnado em um novo corpo.
No espiritismo, as reencarnações são uma nova oportunidade de melhorar e evoluir seu espírito. Os praticantes da caridade, amor e o bem evoluem mais rápido e passam por menos reencarnações, a não ser que queiram.
A religião também acredita em Deus, mas não como uma entidade que vai julgar se as pessoas são boas ou más. Para eles, Deus criou os espíritos sem discernimento do que é bom ou mau e, durante a vida, isso é aprendido.
Umbanda
Na umbanda, acredita-se na reencarnação que pode acontecer em sete locais diferentes, regidos pelos orixás. Após a morte, o espírito é atraído para um desses mundos.
A umbanda se assemelha do espiritismo, pois acreditam que a reencarnação é uma forma de evoluir. Aqueles que aprenderam durante a vida, não precisam reencarnar, podem escolher evoluir para outro plano, onde lidarão com suas memórias e receberão auxílio de outros espíritos mais evoluídos. Já as pessoas que não aprenderam durante a vida, têm a chance de reencarnar.
Outra opção dos espíritos evoluídos é se tornarem protetores dos menos evoluídos na Terra. Já os maus espíritos, também podem continuar presos nesse plano para perturbar os vivos.
Budismo
Os budistas também acreditam na reencarnação, seja como humano ou como animal. Além disso, acredita-se em diferentes mundos também. A forma como cada um reencarna depende da sua conduta em vida, bem como do seu carma.
Hinduísmo
No hinduísmo, a morte é uma passagem para uma nova dimensão. Dependendo da evolução que teve, a alma poderá passar por um período no loka, o que é o paraíso para os hindus. Após esse período, a alma reencarnará.
Mas antes da reencarnação, a alma conhecerá seu destino para saber quais desafios terá que superar. Então, o nascimento é o início de uma missão que precisa ser concluída, que também ajudará a pagar as dívidas das vidas anteriores.
É daí que surgem as castas, pois as almas mais evoluídas reencarnam nas castas mais altas. Até que a alma evolua a ponto de não precisar mais reencarnar.
Convergência
Independente das diferenças, existem a meu ver, duas importantíssimas convergências entre as principais religiões:
1 - A necessidade dos homens praticarem o bem e amarem seus semelhantes, se tornando pessoas melhores.
2 - A crença em Deus. Mesmo no politeísmo sempre existe um Deus superior aos outros, o que o faz único, já que se todos tivessem o mesmo poder e várias vontades o universo seria um caos.
E qual é a melhor religião?
Aquela que o faz ser uma pessoa melhor e mais amorosa para com o próximo e para com toda a criação de Deus.
Devemos amar o mundo?
Claro, não só este mundo, mas todo o universo e os seres que nele habitam, pois tudo é criação de Deus. É impossível amar a Deus e odiar a sua criação.
André Luiz Percepção