As fotos acima foram feitas no PSF da Matinha.
Uma grande quantidade de medicamentos vencidos foi jogada fora hoje pela Secretaria de Saúde. Como se explica este suposto desperdício de dinheiro público?
Bom, normalmente existem pelo menos três explicações mais comuns...
A primeira seria a compra de medicamentos com o prazo de validade próximo do vencimento, nestes casos certas distribuidoras de medicamentos vendem estes remédios a preço real de mercado, e como estão próximo do vencimento na verdade não valem nada. O poder público compra estes medicamentos como se tivessem valor e os vendedores e os gestores dividem os lucros.. Como o prazo de vencimento é curto, os medicamentos acabam vencendo antes que possam ser distribuídos. Como não existem provas ou evidências de que seja este o caso, vamos para a próxima explicação.
Outra explicação possível, mas pouco provável seria que os medicamentos poderiam ter sido comprados em excesso, e desta forma estando muito acima da demanda não tiveram tempo de serem distribuídos antes do vencimento. Esta explicação é pouco provável já que a Secretaria de Saúde não pode variar a quantidade a bel prazer do gestor, e sim tendo como base o número de habitantes e um planejamento. Uma exceção poderia ser possível por exemplo, em casos de epidemias ou catástrofes (naturais ou não), nestes casos o gestor de saúde pode justificar um aumento momentâneo do volume de medicamentos comprados, inclusive sem licitação. O mesmo vale para uma redução da compra de medicamentos, também não pode ser feita a toque de caixa. Tudo tem que ser planejado e a aquisição de remédios não pode ser feita de forma aleatória.
A terceira hipótese e a mais provável, é que com a criação de uma farmácia central, o volume de medicamentos distribuídos sem controle, passa a ser controlado pelos médicos através de emissão de receitas, o que reduz a quantidade distribuída sem nenhum controle entre os funcionários e seus amigos, e neste caso o desperdício também diminui.
No caso dos medicamentos básicos que podemos ver nas imagens, estes medicamentos normalmente não são bem aceitos pela população, que em grande parte não acredita em seus efeitos terapêuticos. A população não tem motivo real para acreditar nisso, já que são receitados pelos médicos mas é uma crença popular e é assim que acontece.
Unindo estes dois fatores, temos redução da distribuição e a sobra destes medicamentos, e eles vencem. Aliado a isso, já disse que a compra de medicamentos tem que ser planejada e não pode variar muito. De qualquer forma (pensamos nós) é melhor sobrar do que faltar.
Vejam, não estamos defendendo ninguém, pode estar faltando outros medicamentos e materiais hospitalares na saúde, não sabemos se continuam faltando (que nossos leitores se manifestem), mas até a bem pouco tempo faltava. O que queremos dizer é que neste caso específico temos que ser cautelosos antes de acusar sem conhecimento de causa. Antes de publicar esta matéria, como somos leigos no assunto, consultamos um membro do folha que já foi (há muito tempo) diretor do HMT e ele nos informou como a saúde pública funciona, e as prováveis causas da sobra de medicamentos. Soubemos que alguns vereadores estiveram no local após estas fotos, compete a eles cobrar da Secretária de Saúde as explicações para a sobra e o vencimento destes medicamentos.
O fato é que a população tem que fiscalizar e denunciar caso detectem alguma irregularidade. Tucuruí está avançando muito neste sentido graças a Deus.
Vamos fiscalizar, e torcer para que o novo Conselho de Saúde faça um bom trabalho, afinal o dinheiro é nosso...